"É onde as crianças nos conhecem hoje em dia, né?”, assinala Paulo Tatit (Divulgação)
Entre o início da pandemia e o fim do isolamento social, o Palavra Cantada ganhou uma legião de novos fãs que, sem poder sair de casa, tinha nos clipes do duo uma fonte de entretenimento. O retorno aos shows marcou o primeiro encontro com vários espectadores mirins conquistados nas redes sociais.
“Para você ter uma ideia, só da minha família, em São Paulo, foram seis crianças que nunca tinham ido ao show. Elas só tinham ouvido o repertório no YouTube”, registra Paulo Tatit, que, ao lado de Sandra Peres, também passou por Belo Horizonte, em apresentação no Parque Municipal.
Antes do retorno aos palcos, o grupo reuniu muita música nova, que vem se transformando em vários vídeos, alguns já disponibilizados no canal do grupo no YouTube. “É onde as crianças nos conhecem hoje em dia, né?”, assinala o compositor, que anuncia lançamento de álbum de inéditas para breve.
“Apesar de hoje preferirem lançar singles ou vídeos, é o álbum que dá sentido. Vamos parar de ficar lançando um monte de músicas esparsas, colecionando umas 12, 14 e mostrar tudo de uma vez. Com um disco você tem espaço e pode ficar martelando na imprensa”, explica Tatit.
Recentemente enveredaram pelo rap pela primeira vez ao participar de uma campanha do Ministério Público contra o trabalho infantil. “É uma bandeira nossa também. Criança não trabalha. Ela dá trabalho. É um privilégio da vida poder chegar em outras pessoas com outro código de linguagem”, vibra Sandra.
Um capítulo especial desta trajetória aconteceu no ano passado, quando o grupo de dança mineiro Corpo lançou o espetáculo “Primavera”, com trilha sonora do Palavra Cantada. “Foi incrível estar na plateia e ver a nossa música em outro universo, sendo vivida pela manifestação corporal”, destaca Sandra.
Ela assinala que não existe emoção maior do que estar junto com o público. “É tão bom ganhar o carinho deles. Depois do show em São Paulo, uma mãe nos procurou e disse que tem uma filha autista que começou a falar ouvindo as nossas músicas. O que podemos querer mais da vida”?
Para Sandra, essa experiência é única e dificilmente pode ser revivida por quem faz trabalhos somente para o público adulto. “A criança é muito imediata e devolve muito rápido”, frisa. Tatit observa que “recebe tanto público que, no dia seguinte (ao show), a gente fica cansado de ter ganhado tanta coisa boa”.
Para matar as saudades do público, o duo criou o show “Vem Cantar com a Gente”, uma forma de torná-lo mais interativo. “Tem sido maravilhoso. Para a criança, principalmente as pequenas que ficaram dois anos dentro de casa, é muito bom ver essa vibração, como é uma apresentação ao vivo”, analisa Tatit.
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