Quem for ao MM Gerdau - Museu das Minas e do Metal até o dia 31 de agosto poderá conferir registros fotográficos de um projeto social que tem levado conforto para centenas de moradores de rua de Belo Horizonte. Em "Olhares sobre o projeto Banho de Amor", estão 30 imagens que ilustram o contato entre os voluntários da iniciativa e quem não tem um lar.

Iniciado em janeiro do ano passado, o Banho de Amor conta com uma carreta onde foram montados dois banheiros, um masculino e um feminino, com chuveiro e pia, que são levados a regiões que concentram grande número de moradores de rua. Assim, o acolhimento pode acontecer de forma itinerante.

Às terças, os beneficiados podem tomar banhos quentes, além de receberem roupas limpas, kits de higiene e doações. Eles também contam com refeições, atendimento estético e médico, sessões de reiki, cadastro para empregos, encaminhamento para clínica de tratamento, assistência social, de saúde e jurídica.

“O projeto acontece todas as terças-feiras, às 18h, em pontos estratégicos de BH, tais como Praça da Estação, rua dos Tamóios, Viaduto da Lagoinha, intercalados de acordo com a semana. Além disso, em parceria com outro projeto, o Almoço do Bem, a cada último domingo do mês, também é montada a estrutura na Praça Hugo Werneck (Santa Efigênia), às 10h”, explica Kênia Miranda, uma das participantes do projeto.

Embora o Banho de Amor seja realizado em localidades da região Central, moradores de rua de outras localidades também podem participar. “Nas ações, damos prioridade ao atendimento de moradores de rua das regiões próximas aos locais onde acontecem as ações, mas se houver deslocamento dos próprios moradores de outras regiões, que desejam tomar um banho quente e receber os cuidados do projeto, eles são recebidos de braços abertos”, diz.

Voluntários

Mais de mil voluntários estão cadastrados no projeto e atuam em diferentes frentes, como saúde, fotografia, engenharia, alimentação, estética, financeira, entre outras. “Existe uma grande e importante logística por trás das ações do projeto que arrecadam alimentos, roupas e todos os tipos de doações. Além disso, o projeto se desenvolveu a ponto de virar uma ONG que pode também legalmente receber doações em dinheiro”, explica Kênia.

Qualquer pessoa com mais de 18 anos pode participar do projeto. São realizadas reuniões para a entrada de novos voluntários, para que possam receber de forma mais adequada as informações sobre procedimentos e logística das ações.

“Contamos com pessoas dispostas a ouvir com o coração, doar seu tempo e carisma, acolher aqueles que de alguma forma não recebem atenção no dia a dia. É mais que um banho, sentimos que ali, nas ações, eles são protagonistas e recebem carinho e cuidados especiais. São tratados com dignidade e se sentem novamente parte do todo. Existe uma preocupação com a reintegração desse indivíduo à sociedade. E já temos casos de sucesso”, conta Kênia.

A mostra

Uma preocupação do projeto é registrar, por meio de imagens, o contato entre voluntários e atendidos. Por isso, toda semana, pelo menos um fotógrafo está presente para captar a ação, sempre cheia de momentos de doação e gratidão. Onze fotógrafos participaram do projeto e puderam apresentar o olhar sobre a iniciativa por meio de imagens agora apresentadas na exposição.

“No intuito de mostrar a beleza das ações e promover o projeto, nós fotógrafos nos reunimos e decidimos criar uma exposição que mostra não só a alegria dos moradores de rua, mas também dos voluntários, que saem renovados e maravilhados com a acolhida e energia do projeto”, diz Kênia, que assina algumas fotos da mostra.

Serviço:
Exposição “Olhares sobre o projeto Banho de Amor” no Museu MM Gerdau (Praça da Liberdade, s/n°), até dia 31 de agosto. Visitação: de terça a domingo, das 12h às 18h, e nas quintas, das 12h às 22h

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