Salão do Livro Infantil e Juvenil reforça a afetividade em transmissões online

Paulo Henrique Silva
phenrique@hojeemdia.,com.br
25/06/2021 às 10:16.
Atualizado em 05/12/2021 às 05:15
 (ÉLCIO PARAÍSO/DIVULGAÇÃO)

(ÉLCIO PARAÍSO/DIVULGAÇÃO)


Mesmo com a sexta edição do Salão do Livro Infantil e Juvenil de Minas Gerais passando para o universo virtual, devido à pandemia, o esforço da curadora e escritora Sandra Bittncourt é para que um dos principais eventos literários de Belo Horizonte não perca o caráter afetivo.

A homenagem a Ângelo Machado – falecido no ano passado, aos 85 anos – não é por acaso. “Foi ele quem trouxe essa ideia de afetividade literária, da questão amorosa com o meio ambiente, do verbo ‘esperançar’ e de nunca desistir, buscando dar o seu melhor”, registra Sandra.

A memória afetiva do Salão, que acontecerá até domingo, com transmissão pelo canal da Câmara Mineira do Livro n o YouTube, também será evidenciada na conversa entre dois fãs mirins, que acompanham a feira desde a sua criação. “Vão falar sobre o que o Salão representou para eles, que hoje indicam livros na internet”.

Sandra tem reforçado com os convidados – serão cerca de 50 atrações gratuitas, entre oficinas, bate-papos com os autores e palestras de que, apesar de a tela impor uma separação virtual com o público, “o que há do outro lado são pessoas” e de que é preciso se adequar a essa nova linguagem.

“Ela não deixará de existir mais, fazendo parte de nossa vida. Temos que saber como usá-la”, ressalta. Um bom exemplo disso são as oficinas que incentivarão as crianças e seus familiares a pegarem os livros que estão em casa e fazer uma pesquisa tátil, observando as cores e texturas.

Um dos desafios da curadoria foi promover a mudança do principal eixo de um salão literário, que é a venda direta feita por editoras, livrarias e distribuidoras nos estandes. Sem esse espaço físico, os possíveis compradores serão direcionados para os sites oficiais e o da Câmara Mineira do Livro.

Sandra aposta num momento pós-feira, em que os views e as vendas serão amplificados. “Os vídeos ficarão ali. As pessoas poderão acessar quantas vezes quiser”, espera. O mundo digital também traz a vantagem de chegar a novos lugares e ganhar públicos de diversas partes do Brasil.

“Oura aposta é a acessibilidade. Tudo será audiodescritivo e com intérprete de libras. Ela entrou de tal maneira no Salão que, de forma presencial, não teríamos condições”, destaca Sandra. Segundo ela, os podcasts e as dicas literárias estimularão deficientes visuais e auditivos a procurarem bibliotecas específicas.

Entre as palestras, destaque para “Mãe na Diversidade”, com Karolina Cordeiro, autora de “Pedroca, o Menino que Sabia Voar”. Ela abordará a dor na escrita e os sonhos envolvendo seu filho que tem Aicardi Goutieres, uma síndrome raríssima no mundo.  

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