Soprando velas na capital do metal: aniversário de BH terá Sepultura, Eminence e Carahter

Lucas Buzatti
lbuzatti@hojeemdia.com.br
30/11/2017 às 17:36.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:58
 (Rafael Mendes/Divulgação)

(Rafael Mendes/Divulgação)

No dia 12 de dezembro, Belo Horizonte completa 120 anos de história. O aniversário é da cidade, mas o grande presente será dado aos camisas-pretas que nela habitam. É que, neste domingo (3), a Praça da Estação recebe um encontro histórico entre três diferentes gerações do metal mineiro. Nome mais icônico da música pesada brasileira, o Sepultura representa a inspirada safra dos anos 1980, que colocou BH no mapa do metal mundial; outro case de sucesso da música pesada nacional, o Eminence mostra a cara da década de 1990; já o Carahter traz o fôlego e a inovação da geração dos anos 2000. Gratuitos, os shows acontecem a partir das 17h e integram o calendário oficial de comemorações .

Um dos mais entusiasmados dessa história é Renato Rios Neto, vocalista do Carahter, grupo influenciado diretamente pelo Sepultura. “É uma banda que escutamos desde moleques. O ‘Chaos A.D.’ (disco de 1993) mudou a minha vida. Lembro de assistir ao clipe de ‘Territory’ e pensar: ‘Putz, eu quero ser igual a esses caras’”, conta o músico. “Tocar com o Sepultura pela primeira vez é uma honra muito grande, um sentimento de seguir o legado que eles deixaram. E o fato de ser no aniversário de BH, a cidade que nos criou, torna tudo mais especial”.

Único remanescente de Belo Horizonte na formação atual do Sepultura, o baixista Paulo Jr espera que os shows sejam potentes como os da Virada Cultural de 2015. “BH sempre foi forte no cenário do heavy metal. É uma cidade que influenciou muita gente e que segue influenciando. Tivemos esse respaldo na Virada Cultural, já que foram mais de 50 mil pessoas assistindo ao show, entre entusiastas do metal e simpatizantes”, afirma, comemorando a oportunidade de voltar à cidade-natal. “Adoro chegar em BH e rever os amigos. Comer um fígado acebolado com jiló no Mercado Central, andar à pé pelo centro da cidade e, claro, ir ao estádio ver o Galo”, revela.

Na ativa

Para Paulo Jr, a principal motivação em manter uma banda de metal por mais de 30 anos é o gosto pelos palcos. “Seguimos fazendo o que gostamos. O Sepultura ficou conhecido pela energia dos shows, então a parte mais legal é sempre o palco. A mais chata é dar entrevistas”, brinca, lembrando que o show mesclará clássicos a faixas do disco mais recente da banda, “Machine Messiah” (2017). “Tentamos colocar um pouco da história do Sepultura nos repertórios, mas não é fácil, nem para nós. Afinal, são 14 discos”, ressalta.

As três bandas, inclusive, trazem trabalhos novos na bagagem. “Vamos tocar ‘Minds Apart’ e ‘Obey’, duas músicas novas que ainda não apresentamos para a galera de BH”, afirma Alan Wallace, vocalista do Eminence, que acaba de chegar de uma turnê por países da Europa e da América do Norte. O Carahter, por sua vez, chega com o repertório de “TVRVO”, lançado no ano passado. “Vai ser um show muito pesado, denso e conciso. Turvo mesmo, como uma lama sonora de riffs, vocais berrados e pedais duplos”, afirma Rios Neto.

"BH continua sendo a capital do metal. Pelo passado, incontestavelmente, e pelo presente, já que temos muitas bandas atuais fazendo acontecer. O futuro, eu espero que esteja ali, na plateia. Que sejam os moleques que assistirão ao seu primeiro show de metal, voltarão para a casa e montarão uma banda”, conclui o vocalista do Carahter. 

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