Um recorte da música de Minas feito por Malluh Praxedes

Viviane Moreno
vmoreno@hojeemdia.com.br
21/11/2016 às 18:33.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:45

Jornalista, escritora e produtora cultural, Malluh Praxedes é conhecida na cena musical mineira por seu trabalho à frente de projetos vitoriosos como o Prêmio BDMG Instrumental, o Jovem Instrumentista BDMG e o Cantoras/Cantores Daqui. É ela a Malluh do livro “O Som das Minas: Nas Anotações de Malluh” (Mosaico Produção Editorial, 208 páginas, R$ 20), de José Roberto Pereira, que será lançado nesta quinta-feira (24) no Conservatório da UFMG. Partindo de entrevistas que ela fez a partir dos anos 80 para jornais da capital, a publicação faz um recorte da música feita em Minas e também no Brasil.


Malluh conta que o projeto nasceu em 2012, de forma bastante despretensiosa. Ela contou a José Roberto que tinha guardadas, de forma bem organizada, todas as matérias que havia publicado. Ele se interessou por esse arquivo e conseguiu patrocínio para transformá-lo em livro. “Ele se 'mudou aqui para casa', saiu tirando xerox de todos os documentos, dei livre acesso ao material, aos projetos. Fizemos várias entrevistas, quase 8 horas de gravações, contando outras coisas, como comecei no jornal, como entrei para o BDMG...”, conta Malluh, acrescentando que só teve aceso ao livro pronto. “Ele escreveu sem me mostrar absolutamente nada. Eu ligava lembrando que o lançamento (para convidados) estava marcado para 18 de agosto, que não dava para mudar por causa do patrocínio. No dia 4 de julho, ele me chamou em Pará de Minas para ler o livro, fiquei sem dormir porque minha vida estava em jogo, mas mudamos pouquíssimos detalhes. Ele conduziu bem, me focalizou profissionalmente e deu valor às pessoas que são a razão do meu trabalho”.


“Entrevistei o Marco Antônio Araújo (Uakti) umas seis ou sete vezes, ele brincava que se alguém fosse fazer uma biografia autorizada dele teria que ser eu. A matéria do Elomar é maravilhosa, tive o privilégio de conversar com pessoas que não falavam com a mídia, mas falaram comigo porque conheciam o meu trabalho”, exemplifica Malluh, citando outros nomes como Juarez Moreira, Murilo Antunes, Nivaldo Ornelas, Cléber Alves, Túlio Mourão e Celso Adolfo.


Malluh avalia que o livro revela como os entrevistados tinham consciência social e política, como os problemas continuam os mesmos, e como Minas ainda é um “celeiro tímido”, com produção em quantidade e qualidade, mas dificuldade de ultrapassar as montanhas. “Por mais que as rádios estejam tocando porcarias, os músicos aqui estão produzindo coisas muito bacana. Vou agora ao Prêmio BDMG Instrumental e penso: ainda bem que acreditei, e que investiram na minha ideia”, diz ela, que está finalizando mais dois livros: “Errei a Rua”, com crônicas de viagens, e “O Olhar da Bailarina”, com depoimentos pessoais e de outras mulheres que moram sozinhas ou que optaram por não se casar, por exemplo.


Serviço: Lançamento do livro “O Som das Minas: nas Anotações de Malluh”. Pocket show com Juarez Moreira e Cleber Alves, seguido de bate-papo e noite de autógrafos com Malluh Praxedes. Dia 24/11, quinta-feira, às 19h, no Conservatório UFMG (av. Afonso Pena, 1534, Centro).

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