Zeca baleiro visita intimidade em novo show no Palácio das artes

César Augusto Alves
cpaulo@hojeemdia.com.br
19/08/2016 às 16:19.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:27
 (Rama de Oliveira/Divulgação)

(Rama de Oliveira/Divulgação)

Aos 50 anos de idade e 19 de estrada, chegou a hora de refletir sobre a carreira. É este o momento que vive Zeca Baleiro, e é o que ele tenta imprimir no novo show, ao falar de questões íntimas e da maturidade do trabalho. “Era Domingo” é a turnê do elogiado novo álbum, que traz 11 faixas inéditas, todas autorais, com algumas parcerias. O show poderá ser conferido amanhã no Palácio das Artes.

“É um disco da “maturidade” (risos). É muito interior. Tem nele reflexões que eu não poderia ter há dez anos”, diz o artista. “Vivemos num tempo de muita solidão, apesar de estarmos na era da conectividade”, acrescenta.

Como em “O Disco do Ano” (2012), Baleiro resolveu trabalhar com vários produtores. Um para cada faixa. São músicos que o acompanham há algum tempo, dentre amigos e profissionais que admira. A construção coletiva garantiu o envolvimento de todos e o trabalho uníssono. “É instigante, estimulante, e artistas com trajetórias longas (19 anos de carreira hoje são uma eternidade) têm que buscar novas formas de fazer. Foi bonito”, afirma. 

O tom de visita à intimidade reflete o próprio estilo do artista, que costuma avaliar a carreira que construiu até aqui, fazendo um balanço de conquistas e avanços. “É inevitável fazer um balanço. E gosto de ver o que fiz, acho que é uma obra que tem sua importância”, avalia.

Arte embaçada
A música surgiu ainda na infância, mas o profissional veio bem depois. A insegurança, aponta, o barrou. Hoje, enxerga a arte como um respiro, mas alerta para os tempos em que vivemos. “A sensibilidade para a arte está embaçada, vivemos um tempo de trevas. Mais uma razão pra espalhar poesia por aí”.

Recentemente, tem trabalhado em um projeto ainda não definido com Zélia Duncan. “Estamos gravando sem planos muito claros ainda. Em outubro fazemos alguns shows na Europa. Depois vamos ver o que vira, se disco ou outra coisa (risos)”, conta.

Para o cenário musical que surge, faz uma previsão. “Acho que hoje há ótimos instrumentistas surgindo, talvez seja uma geração mais de instrumentistas que de compositores”, afirma. Sobre realities shows que buscam novas estrelas (neste álbum há participação especial de Ellen Olérea, vencedora do primeiro “The Voice Brasil”), se mostra cético ao real propósito. “Não sei porquê os vencedores não se tornam estrelas. Ali não se aprende a ser artista, mas ursos panda num zoológico”, critica. 

Serviço: Zeca Baleiro – Domingo (21), às 20h, no Grande Teatro do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537). Plateia 1: R$ 150 e R$ 75 (meia). Plateia 2: R$ 120 e R$ 60 (meia). Balcão: R$ 100 e R$ 50 (meia).

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