Se tem uma empresa brasileira que está em plena jornada de evolução é a Pif Paf Alimentos. A marca, que acaba de passar por uma repaginada, agrega a Fricasa, a Uniaves, a Club V, a Flip, a Pesca Nobre e a Rio Branco, entre outras, ofertando um amplo mix de produtos.

O CEO da Pif Paf, Rodrigo Coelho, reafirma em entrevista ao Hoje em Dia o protagonismo da empresa, que completou recentemente 54 anos e tem mais de 10 mil funcionários. A indústria também está se destacando nas exportações para mais de 40 países da Europa, Ásia e África. 
Segundo Coelho, a meta é levar para a população um produto de qualidade e com preço acessível em meio a uma crise econômica global.

Como foi o início da Pif Paf?
A empresa começou com o senhor Avelino (Avelino Costa), português que veio para o Brasil. Um empreendedor nato, que até hoje é a nossa inspiração. Iniciou a vida aqui no Brasil, comprou a Pif Paf no Rio Janeiro. Ele começou com um atacadista de frangos, mas depois identificou necessidades dos consumidores e, então, buscou agregar valor aos produtos. Veio para Minas, construiu o primeiro abatedouro em Visconde do Rio Branco (Zona da Mata) e, a partir daí, a empresa só cresceu e se diversificou.

A vinda para Minas Gerais foi um grande passo?
A vinda para Minas Gerais foi sim um grande passo no crescimento da companhia. A construção do abatedouro em Visconde do Rio Branco deu mais escala, começou a agregar valor. A partir dali, já não era o frango vivo, era o frango congelado. Depois veio o frango em partes, os produtos de maior valor agregado, como frango desfiado e tantos outros. Uma empresa sempre focada em inovar e diversificar. Foi crescente no Rio, Minas e foi se transformando em algo maior. Ao longo do tempo, a empresa deu entrada em outras atividades, como o abate de suínos, processados, embutidos e pratos prontos. É uma empresa extremamente diversificada.

Outras marcas fazem parte do grupo?
Hoje temos uma linha de pescados, que é a Pesca Nobre. Tem outra que lançamos, a Club V, para veganos. Nós temos a marca Uniaves e a Fricasa, aquisições muito importantes para o grupo. É um conjunto de marcas que fortalece a empresa.

Como se posiciona a Pif Paf no mercado interno?
Nós nos posicionamos para estarmos presentes em todos os momentos dos clientes. Buscamos trazer novidades para ampliar o leque. Do café da manhã até o jantar, nós temos uma marca presente na vida das pessoas com variedade, confiabilidade, conveniência e uma relação custo-benefício. Entregamos uma qualidade superior e cobramos o que é justo.

Como a empresa se posiciona nas exportações?
Exportamos frango e suíno para mais de 40 países no mundo inteiro. Nós temos uma tradição, estamos no mercado de exportação desde a década de 1970. Mesmo com um momento bastante conturbado no mundo, com guerra e pandemia, a empresa tem levado seus produtos. Alguns países reduziram as importações dos nossos produtos, mas tantos outros abriram espaço. A China é um parceiro com os produtos brasileiros de suíno e frango. No embalo dos chineses muitos outros países vieram e o Brasil tem aproveitado as oportunidades até mesmo pelo desequilíbrio da balança causado pela guerra.

A inflação tem sido uma inimiga da população na tentativa de comprar alimentos. Como a Pif Paf tem se dedicado para levar ao consumidor um produto com preço acessível?
Nos últimos anos tivemos uma desorganização das cadeias globais. Tudo subiu de preço. O grão dobrou de preço, insumos importantes, o diesel também. A indústria sofreu o impacto de custos para composição do produto e nem todo esse impacto foi repassado na sua integralidade. Trabalhamos com produtividade, inovação e com todas as frentes para eliminar esses impactos. A gente precisa repassar preços, uma parte a gente conseguiu absorver, mas claro que houve repasse, pois o impacto está muito forte. 

Falando da guerra entre Rússia e Ucrânia, o que esses países influenciam no setor de alimentação?
É lamentável essa guerra que já tem alguns meses. É muito triste. Do posto de vista de negócio, de exportação de alimentos, de negócio global, a Ucrânia tem uma participação muito relevante na exportação de milho, trigo. Milho é, inclusive, muito significativo, quase no nível do Brasil. No frango, por incrível que pareça, a Ucrânia é um dos dez maiores exportadores de frango com venda para países do Oriente Médio e Europa. Com a guerra, a indústria avícola da Ucrânia foi severamente afetada. Para você ter ideia, uma empresa de frango de lá, responsável por 50% da produção e 90% das exportações, foi completamente destruída. O Brasil neste cenário acaba ocupando espaços e neste momento de inflação no mundo inteiro a demanda por um produto acessível como o frango tem aumentado.

O Brasil é um gigante na produção de alimentos, mas, ao mesmo tempo, tem milhares de pessoas sem ter o que comer. Como é o posicionamento da Pif Paf?
Esse é um tema que nos preocupa bastante e estamos trabalhando há cinco décadas para resolver esse problema. A empresa sempre investiu em inovação e produtividade. Um dos pilares mais importantes para levar alimentos de forma acessível é, justamente, pela produtividade. Quanto mais nós simplificarmos os nossos processos internos e tivermos apoio dos governos para ajudar e simplificar os caminhos para as empresas serem mais produtivas, isso ajuda a empresa a levar o alimento acessível. Nós levamos o frango que está no lares de 100% da população e está mais acessível do que outras proteínas. 

O frango então, é sobretudo, muito competitivo?
Muito. Em tempos de aperto no bolso do consumidor, temos uma variedade grande para levar esse alimento à casa dos brasileiros.

Para cada produto que está na gôndola do supermercado há toda uma matemática pra deixá-lo acessível a uma população que tem um poder aquisitivo muito baixo?
A indústria sofreu muito impacto dos custos desde a pandemia e o trabalho é grande para minimizar os preços.

O mix de produtos ajuda nessa organização dos preços?
Salsicha, hambúrgueres, peito de frango. São produtos para vários bolsos. É amplitude para ser competitivo, apesar da crise econômica. São mais de mil produtos focados no consumidor.

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