Perfil conciliador e experiência no currículo do novo governador

Amália Goulart - Hoje em Dia
Hoje em Dia - Belo Horizonte
06/10/2014 às 08:50.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:29
 (Cristiano Couto)

(Cristiano Couto)

Na política, Pimentel ostenta o perfil de conciliador. Quando prefeito, manteve boas relações com o então governador Aécio Neves (PSDB). Quando se encontravam para reuniões gerenciais no Palácio das Mangabeiras, era comum trocarem brincadeiras a respeito das pretensões políticas.

O perfil conciliador, construído desde 1993, quando assumiu o cargo de secretário da Fazenda da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), no entanto, cedeu espaço quando decidiu travar uma batalha dentro do PT para lançar Marcio Lacerda candidato à administração municipal, em 2008. Um dos principais opositores do plano de Pimentel foi justamente quem lhe ofereceu o primeiro emprego público: Patrus Ananias. O petista conseguiu convencer o diretório nacional e, em uma aliança inédita no país, elegeu Lacerda.

Patrus evita comentar o ocorrido. Prefere as boas lembranças que tem do amigo. “Conheço Pimentel há quase 40 anos. Nossa amizade vem de muitos anos”, Foi em 1970 que eles se cruzaram. Pimentel usava identidade falsa para fugir do regime militar, militante que era da Colina. Patrus também militava, mas no movimento católico contrário ao regime.

Na Colina, Pimentel encontrou a companheira Dilma Vana Rousseff (PT). Participaram de ações do movimento e tornaram-se amigos. Os dois estudaram no Estadual Central. Durante a campanha eleitoral deste ano, Pimentel contou sobre os anos de chumbo: “Ninguém escapava da tortura. Choque elétrico, pancadas, afogamento, que eram comuns”.

 Em três anos e meio, Pimentel ficou preso em dois estados, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
“Meu pai evitou muito me ver na prisão. Feria muito ver o filho preso”, contou. O pai, Miguel, deixou ao filho a extinta empresa Belorizonte Couros. Foi lá que o governador eleito aprendeu o ofício de administrar. Cursou economia na Universidade Federal de Minas Gerais.

“Ele é muito inteligente. Me lembro bem que ele percebeu com muita clareza o Plano Real. Nós estávamos na Prefeitura e ele me procurou e disse: ‘esse plano vai dar certo. Temos que nos adaptar a ele”, contou o ex-ministro Patrus Ananias.

Pimentel é casado com a jornalista Carolina Oliveira. Discreta, ela o ajudou a montar a estrutura da campanha. Pessoas próximas dizem que chegou a trabalhar até 14 horas por dia. O governador é pai de dois filhos adolescentes, frutos do primeiro casamento. Antes de ir a Brasília ocupar as funções de ministro ele tinha por hábito levá-los à escola. Também ia votar, durante as eleições, na companhia da família.

 

Pimentel aposta em amizade com Dilma

Fernando Pimentel é um dos principais conselheiros e parceiros da presidente Dilma Rousseff, e, por isso, teve participação crucial na campanha presidencial de 2010. Naquela eleição, ele concorreu ao Senado mas, com 4,5 milhões de votos, foi derrotado por Aécio Neves e Itamar Franco.

Após a vitória de Dilma nas urnas, ele assumiu o ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, onde permaneceu até o início deste ano, quando se desincompatibilizou para concorrer ao governo.

Antes do início da campanha, Dilma chegou a dizer que Pimentel era o “homem certo na hora certa”, referindo-se à disputa em Minas Gerais. “Eu conheço Pimentel, confio nele, e tenho certeza que o povo mineiro também”, enfatizou a presidente.

Perfil

Fernando Pimentel
Partido: PT


Coligação: Minas pra você (PT, PMDB, PC do B, PROS, PRB)
Data de nascimento: 31/3/1951
Naturalidade: Belo Horizonte
Estado civil: separado judicialmente
Profissão: economista
Principais cargos: secretário municipal da Fazenda (1993-2000); vice-prefeito de Belo Horizonte (2001/03); Prefeito de Belo Horizonte (2003/08); ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (2011/14)

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