38 anos de Léo Silva: o capitão 'sem braçadeira' que impediu a demissão de Ronaldinho no Galo

Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
21/06/2017 às 01:13.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:10
 (Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

(Wesley Rodrigues/Hoje em Dia)

Prestes a fazer 300 jogos pelo Atlético (faltam três), jogador mais antigo em tempo corrido no clube, o zagueiro-capitão Leonardo Silva completa nesta quinta-feira 38 anos. A braçadeira segue firme no braço esquerdo desde a reta final de 2014, com a saída de cena de Réver. Mas até mesmo quando o posto de capitão não estava presente na vida do jogador, ele exercia poder de liderança capaz de mudar o rumo da história do Galo.

Há quase cinco anos, no fim do primeiro turno do Campeonato Brasileiro de 2012, o Atlético defendia a liderança da competição em agosto quando teve dois compromissos seguidos no Independência. Venceu o Coritiba e o Vasco (então vice-líder) por 1 a 0 num espaço de quatro dias. E no fim de semana dos dias 11 e 12, Ronaldinho esteve por um fio de sair do Galo, se não fosse uma intervenção dos jogadores com Léo Silva na linha de frente.Bruno Cantini/Atlético / N/A

Ronaldinho para Léo Silva e o golaço da vitória
contra o Fluminense no Brasileirão 2012

A diretoria do Atlético abriu o olho para o comportamento dos jogadores quando Danilinho e Réver se envolveram em confusão com torcedores durante uma festa em Sete Lagoas, chamada de Exposete. Isso logo após a vitória contra o Coxa em 9 de agosto - quinta-feira. Na noite de sexta-feira (10), os jogadores eram esperados para iniciar a concentração visando o duelo diante do Vasco no domingo. Então, Ronaldinho Gaúcho chegou atrasado, já de madrugada.

Logo o presidente na época, Alexandre Kalil, recebeu a notícia e zarpou para a Cidade do Galo, pronto para soltar os cachorros e cumprir o aviso que tinha dado a R10 na contratação: "menino, você só vai aprontar comigo uma vez".

Ao chegar ao CT, numa reunião, Kalil determinou o afastamento do "Bruxo" da partida contra o Vasco e já preparava o fim da linha de Ronaldinho no Atlético. O meia-atacante havia chegado há pouco mais de dois meses, com apenas 12 jogos disputados naquela altura.

Numa situação de "calamidade", o grupo de jogadores, liderado por Leonardo Silva, interveio a favor de Ronaldinho. Sabiam que sem ele a caminhada do Atlético seria incontáveis vezes mais complicada. A situação foi contornada e deixada debaixo de panos quentes. Ronaldinho participou do duelo contra o Vasco no Horto. Não apenas isso, como construiu a jogada inteira do gol de Jô, o que deu a vitória ao Galo. 

No fim do jogo, o técnico Cuca daria a primeira resposta sobre o episódio que passou em quebra-cabeças por estes cinco anos: "É ruim, depois de um jogo decisivo como este, chegar a ter de responder na primeira questão sobre uma situação que foi aumentada, não foi criada, mas foi aumentada mais do que o Nelson Rubens".

A história, na verdade, tinha muito mais contornos de tragédia do que fofoca. R10 esteve a um passo de deixar de vestir a camisa do Atlético ainda em 2012. Com a intervenção cirúrgica de Léo Silva e o auxílio dos demais companheiros, Ronaldinho continuou no Atlético para ser essencial no vice-campeonato Brasileiro daquele ano, classificação direta na fase de grupos da Libertadores e a conquista do continente, com gol decisivo do zagueiro veterano, praticamente um ano depois de quase ser expulso do Galo. Bruno Cantini/Atlético

O zagueiro tem contrato até dezembro no Galo e deve permanecer no clube após pendurar chuteiras

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