A '1' de Victor, cadeira vazia, nome na camisa e faixa do rival: o adeus a Bebeto de Freitas

Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
15/03/2018 às 04:23.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:52
 (Bruno Cantini/Atlético)

(Bruno Cantini/Atlético)

Cerca de 12 horas depois de velar o corpo de Bebeto de Freitas na sede administrativa, o Atlético lutava pela sobrevivência na Copa do Brasil contra o Figueirense. Classificação no sufoco, nos pênaltis, após perder a partida. Um duelo marcado pelo preto, não só do uniforme do Galo, mas pelo luto da morte do diretor. 

Bebeto faleceu na terça-feira, véspera da partida, logo após apresentar o novo projeto do clube, que virou parceiro da equipe Sada/Get Eagles, agora batizada de "Galo Futebol Americano". Vítima de parada cardíaca.

Quis o destino que o herói da classificação dramática do Atlético para a quarta fase do torneio de mata-mata nacional fosse Victor, o jogador que representou o grupo no velório de Bebeto na Sede de Lourdes. Bruno Cantini/Atlético / N/A

Galo estampou nome de Bebeto na camisa

O camisa 1 foi o herói de um jogo marcado pelas homenagens à memória da lenda do vôlei, falecido aos 68 anos. Ao fim da partida, Victor entregou o manto usado no confronto, que leva o mesmo número às costas que Bebeto costumava utilizar nos tempos de jogador. A camisa especial seguiu para o enterro do diretor no Rio de Janeiro. Será entregue pelo presidente Sérgio Sette Câmara à família de Bebeto. 

O primeiro gesto do pré-jogo foi o press-kit distribuído pela assessoria do Atlético. O folheto tinha a imagem estampada de Bebeto na capa.

O telão do Independência também prestou sua solidariedade. "Valeu Bebeto", dizia o placar eletrônico, com o rosto do dirigente que estava na quarta passagem pelo clube.

ADVERSÁRIO PRESTA CONDOLÊNCIAS
O Figueirense estudou o adiamento da partida contra o Atlético, conforme relato do técnico Milton Cruz, que esteve presente no velório na Sede do Galo. O clube catarinense se mostrou solidário ao luto atleticano.

Os jogadores da equipe sulista, inclusive, entraram em campo com uma faixa em homenagem ao medalhista de prata na Olimpíada de 1984, em Los Angeles (fator comum com Milton Cruz, ex-jogador de futebol).

CADEIRA VAZIA, UNIFORME PREENCHIDO
Sérgio Sette Câmara passou a participar da vida política do Atlético na época que Bebeto de Freitas foi trazido por Alexandre Kalil para ajudar a tomar conta do futebol alvinegro. Ambos se reencontraram com o advogado na presidência do clube.

Ao chegar ao Independência, ele atendeu à imprensa local, e externou o sentimento pela morte do ex-companheiro de cúpula: "A cadeira dele ao meu lado estará vazia, que era onde ele assistia aos jogos". 

Presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara fala sobre o falecimento de Bebeto de Freitas: "a cadeira dele estará vazia. Ele assistia aos jogos ao meu lado". pic.twitter.com/9AQAKDXIWW— Jornal Hoje em Dia (@jornalhojeemdia) 14 de março de 2018

O Atlético estampou o nome de Bebeto na camisa de jogo. Todos os jogadores entraram com esta homenagem no manto, logo abaixo do logotipo da Caixa Econômica Federal, patrocinadora máster do clube. 

UM MINUTO DE APLAUSOS E PAZ
O Independência já vivenciou "minutos de silêncio" emocionantes. A morte do pai de Victor nas vésperas de um jogo de Libertadores foi encarado de forma 100% silenciosa no Estádio.

No caso de Bebeto, a reação da torcida do Atlético foi aplaudir e gritar o nome do dirigentes falecido, e depois realizar a preservação do som em sua homenagem. Bebeto foi velado novamente na Sede do Botafogo - clube do qual era torcedor e ex-presidente - e será sepultado nesta quinta-feira. Ganhou a classificação do Atlético como "presente".

Um minuto de silêncio para Bebeto de Freitas. Aplausos, nome exaltado e a paz para quem se vai pic.twitter.com/w9KYnHNen5— Frederico Ribeiro (@Fredfrm) 15 de março de 2018
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