A bola vai rolar: semana marca início das competições que envolvem os clubes mineiros

Rodrigo Gini
rgini@hojeemdia.com.br
21/01/2017 às 19:07.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:30

Foram 43 dias. Para os verdadeiros torcedores, uma eternidade o tempo que separou o encerramento da última competição oficial do futebol brasileiro em 2016 do pontapé inicial para a primeira que conta com representantes do país (um deles mineiro). 

A terceira semana de janeiro marca o fim do jejum da bola rolando, e em grande estilo. Amanhã, tem início a primeira das três fases preliminares da Copa Libertadores, que este ano ganhou em número de participantes e em tempo de disputa. 

Já na terça-feira, é a vez da Primeira Liga, louvável tentativa dos clubes de seis estados brasileiros de assumirem as rédeas do esporte e negociar diretamente direitos de transmissão e contratos publicitários. Hora de trocar a ansiedade, o foco nos bastidores e no trabalho de pré-temporada pelas unhas roídas, o lugar diante da TV ou no estádio, voltar a vestir as cores com orgulho depois de um tempo de descanso.

NA ALTITUDE
E pouco importa que tudo comece com o confronto entre Universitario Sucre e Montevideo Wanderers, na altitude boliviana. Como diria o narrador, “É Libertadores, amigo...” e começa a definir um funil que, em março, passa a contar com o Atlético, no Grupo 6, contra os argentinos do Godoy Cruz, os paraguaios do Libertad (cujo presidente de honra é ninguém menos que o presidente da república, Horácio Cartes) e os bolivianos do Sport Boys. A estreia alvinegra, sempre é bom lembrar, ocorre no Estádio Malvinas Argentinas, em Mendoza.

Conmebol tirou da competição internacional os clubes do México, ampliou número de participantes e fez alterações nas fases decisivas. Campeão só sairá no fim do ano

De olho num alcance planetário cada vez maior para a competição e seguindo o exemplo europeu, a Conmebol resolveu aumentar o número de clubes (dos 38 das edições anteriores para 47, com três fases preliminares em lugar de uma) e estender a competição por mais quatro meses, sem representantes mexicanos. O suspense e a emoção vão seguir até o fim de novembro, quando será conhecido o sucessor do Atlético Nacional-COL, que mal terá tempo para comemorar e já embarca para o Mundial de Clubes, esse ano nos Emirados Árabes.

Não foi a única mudança. Os confrontos das oitavas de final, que antes opunham melhores e piores campanhas (1º x 16º, 2 x 15º, e assim por diante), passam a ser definidos por sorteio. E volta a haver a possibilidade de uma final doméstica (foi o caso em 2005, entre São Paulo e Atlético-PR). O limite de estrangeiros por equipe foi abolido.

Clubes querem consolidar seu campeonato, que ganha quatro novos participantes

Na Primeira Liga, o principal desafio é o de consolidar o campeonato, cuja primeira temporada, marcada pelas dúvidas, alguns confrontos com a CBF e as federações, serviu como um grande teste e viu a consagração do Fluminense, então com Levir Culpi. 

E é exatamente o tricolor que terá a honra de abrir a competição, recebendo terça-feira o Criciúma no mesmo local da conquista: o Estádio Radialista Mário Helênio, em Juiz de Fora. Como no caso da Libertadores, a competição, que ano passado se desenrolou paralela aos estaduais, teve sua duração estendida e confirmará o novo campeão no começo de outubro.

O que surgiu como uma Liga Minas/Rio/Sul administrada pelos clubes, que assumem as tarefas de organização e comercialização da publicidade e dos direitos de transmissão pela TV (e bons prêmios em dinheiro), começa a interessar equipes de outras regiões, como o Ceará, uma das novidades desta edição, ao lado de Brasil-RS, Londrina e Chapecoense. 

A Chape, aliás, fará na competição sua primeira partida oficial desde a tragédia de Medellín (em que morreram 71 intregrantes da delegação que seguia para a decisão da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional). Na quinta-feira, receberá o Joinville na Arena Condá, no que promete ser um momento de grande emoção.

do Ceará e também terá duração estendida

E a tabela acabou proporcionando o primeiro clássico mineiro da temporada. Cruzeiro e Atlético estão no mesmo grupo (o C) e estreiam dia 1º no Mineirão, trazendo de volta a presença das duas torcidas depois de quatro anos. O América estreia antes: quinta-feira recebe o Ceará no Independência.

Com o aumento no número de participantes, o caminho rumo ao troféu também ficou mais longo. Se no ano passado os líderes dos três grupos e o melhor segundo colocado avançavam diretamente à semifinal (em jogo único), desta vez haverá os confrontos pelas quartas de final – os dois primeiros de cada chave avançam, com vantagem do mando de campo para os líderes. A partir daí, mantém-se o regulamento de 2016.

PÚBLICO
A expectativa dos clubes (o comando da Liga segue com Gilvan de Pinho Tavares, presidente do Cruzeiro) é de que a boa média de público da edição inicial seja superada. Com vários clássicos estaduais na tabela em um começo de temporada (o que é motivo de curiosidade e interesse extra para o torcedor), a meta é bater os quase 12 mil torcedores que foram a campo por jogo – inferior apenas à Libertadores e ao Brasileiro.

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