(Leonardo Morais)
Motoristas flagrados em manobras perigosas vão pagar multas até 900% mais caras a partir do próximo sábado, dia 1º de novembro. As penalidades, antes fixadas entre R$ 127,69 e R$ 574,62, irão variar entre R$ 957,70 e R$ 1.915,40. Os valores são referentes a infrações geralmente cometidas em rodovias, como ultrapassar em local proibido ou pelo acostamento e forçar ultrapassagem perigosa.
Todas as mudanças fazem parte de uma lei federal sancionada em maio, com o objetivo de frear a violência no trânsito. A nova legislação também é mais rígida com relação a disputas de racha. Além de multas mais caras, quem cometer esse tipo de crime poderá ainda pegar uma pena de seis meses a dez anos de prisão, dependendo da gravidade do acidente.
Apesar de perigosas, as ultrapassagens irregulares são muito comuns nas estradas federais em Minas. Todos os dias, são emitidas, em média, 123 multas por esse motivo. Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF-MG), foram registradas 44.984 infrações em 2013. Neste ano, até o mês de setembro, já foram flagrados 33.269 casos.
“É um número muito grande, e a tendência seria de alta até dezembro. Entretanto, o aumento nos valores das multas deve impactar nesse registro. O motorista sabe que está cometendo uma infração e colocando vidas em risco, mas só muda o comportamento quando isso passa a doer no bolso”, avalia o chefe da comunicação social da PRF em Minas, inspetor Aristides Júnior.
Menos mortes
No ano passado, as colisões frontais causaram 482 mortes nas BRs no Estado, o que representou 38% do total de óbitos em acidentes naquele período. A expectativa é a de que o aumento no valor das multas acabe impactando positivamente no número de acidentes.
“As ultrapassagens proibidas estão diretamente ligadas às colisões frontais, que é o tipo de acidente que mais mata nas rodovias federais em Minas. Se conseguirmos reduzir o número desse tipo de infração, há grande chance de também reduzir o número de mortes nas estradas”, explica o inspetor Júnior.
Além dos valores mais altos, os infratores vão ficar sem poder dirigir por até um ano. Em caso de reincidência em um prazo de 12 meses, as multas serão dobradas. A estratégia adotada é semelhante à usada na Lei Seca, que teve o valor da multa aumentado no fim de 2012.