A mais nova integrante de um time de elite: Croácia é a 13ª finalista de Mundiais

Rodrigo Gini
Hoje em Dia - Belo Horizonte
11/07/2018 às 21:23.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:21
 (Denis Lovrovic/AFP)

(Denis Lovrovic/AFP)

Um país com a dimensão do estado da Paraíba, população pouco maior, e uma história recente como nação independente, depois de anos de conflitos étnicos com os vizinhos, unidos por décadas de forma instável como Iugoslávia, se tornou a grande atração do Mundial da Rússia.

Se em sua primeira Copa, há 20 anos, a Croácia já havia provocado espanto e surpresa ao chegar às semifinais, contando com feras como Suker (artilheiro na França e hoje presidente da Federação) e Prosinecki, o pequeno país báltico banhado pelo Mar Adriático – Split é uma das praias mais famosas da Europa ­–, reescreve os livros de história do futebol, com dois números emblemáticos: é a 13ª nação a entrar para o restrito clube dos finalistas de Mundiais e também o primeiro no mundo pós-Muro de Berlim a conseguir a façanha.

Torcida contra

Se Modric, Mandzukic, Perisic, Subasic e companheiros chegarão mais longe a resposta virá no domingo, em Moscou, não sem um bocado de polêmica e torcida contrária.

Os anos de inimizade e diferenças com sérvios, montenegrinos, bósnios, eslovenos e kosovares ainda refletem na convivência, muito embora várias famílias hoje sejam fruto da mistura dos povos, mantida com habilidade política pelo Marechal Josip Bros Tito, que evitou que a coexistência entre etnias tão distintas se tornasse um barril de pólvora durante o período da Cortina de Ferro.

Semifinalista de Wimbledon e um dos maiores nomes da Sérvia, o tenista Novak Djokovic foi chamado de “idiota” por um deputado de seu país ao revelar que torceria para os “rivais”.

São José 

 De esmagadora maioria católica, a Croácia tem em São José (pai de Jesus) seu padroeiro, a quem certamente várias preces serão endereçadas antes da final. E se em seus primeiros momentos de nobreza esportiva não faltaram brincadeiras com as cores do uniforme – a camisa em quadriculado branco e vermelho virou sinônimo de toalha de mesa de cantina italiana – desta vez uma personagem fora do campo se transformou em sensação.

A presidente Kolinda Grabar-Kitarovic ganhou admiradores pelo mundo até menos pela beleza do que pelo exemplo de seriedade: fez questão de pagar do próprio bolso a passagem para a Rússia, abriu mão na fase classificatória, do lugar na tribuna de honra para ficar junto à torcida na arquibancada e se licenciou sem vencimento do cargo enquanto acompanha sua seleção. Num mundo transformado, de novos mapas e nova ordem, os croatas dão bom exemplo dentro e fora de campo.

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