Adeus, R10: maiores revelações gremistas, Renato Gaúcho quase teve fatia de Ronaldinho

Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
17/01/2018 às 02:48.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:48
 (Agência i7/Mineirão)

(Agência i7/Mineirão)

Um não pode aparecer nem pintado de ouro; o outro já ganhou busto de bronze e tem estátua prometida no Grêmio. Com ligações atuais distintas, Ronaldinho e Renato Gaúcho podem dividir o título de "maior talento já revelado no Tricolor". Mais do que isso, um quase foi cliente do outro nos anos 1990.

Quando Renato foi para sua última aventura com jogador de futebol, no Bangu em 1999, havia aberto um escritório no Rio de Janeiro para agenciar jogadores. Como ainda detinha um dinheiro a receber do Grêmio, recebeu a dívida em forma de "passe" de uma jovem promessa oriunda, assim como ele, das categorias de base dos gaúchos. O clube ofereceu dois nomes: Tinga e Ronaldinho Gaúcho. 

Renato cometeu o erro, mas se safou da "burrada". Escolheu Tinga, que, dois anos mais velho que R10, já estava mais firme na equipe titular do Grêmio. Para alívio de Portaluppi, Ronaldinho saiu do Grêmio brigado, para o PSG (mesmo que os franceses tenham ressarcido o Grêmio em 4,5 milhões de dólares). Muito provavelmente, Renato não receberia um tostão, pois o contrato do camisa 10 no Olímpico havia expirado em 15 de fevereiro de 2001.Reprodução / N/A

Renato foi campeão da Libertadores como jogador
e técnico do Grêmio; ganhará estátua no clube

Acontece que Tinga também deixou o Grêmio com "passe livre" em 2004, para o Sporting-POR. Mas, segundo Renato disse ao UOL em 2010, recebeu sua graninha por ter sido um dos donos dos direitos econômicos do ex-gerente de futebol do Cruzeiro.

Na revista Placar de fevereiro de 1999, é destacado que o Grêmio emprestou Tinga ao Kawasaki Frontale-JAP por 600 mil dólares, e que Renato recebeu 200 mil dólares por ter cerca de  30% do ex-jogador.

A história de quando Renato Gaúcho preteriu Ronaldinho foi contata assim pelo biógrafo do treinador gremista, Marcos Eduardo Neves, na obra "Anjo ou Demônio: a polêmica trajetória de Renato Gaúcho":

"Vivia um grande momento Renato. Estava prestes a inaugurar um escritório em Ipanema, onde tocaria negócios de compra e venda de jogadores. Na época, detinha o passe do zagueiro Bandoch (...). Outro passe que lhe pertencia era do avante Tinga, do Grêmio. E a história vale comentário. O tricolor gaúcho devia uma grana a Renato, e decidiu pagá-lo oferecendo o passe de um entre dois atletas: Tinga, que já entrava esporadicamente no time principal, ou Ronaldinho, sensação dos juniores. Os dois eram novos. Renato não teve dúvidas, escolheu quem já facia por merecer uma chance entre os profissionais: 'Esse atacante tem apenas 19 anos, e se tiver cabeça boa, vai estourar brevemente'" (NEVES, Marcos Eduardo Neves, 2002. Anjo ou Demônio; a polêmica trajetória de Renato Gaúcho)

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