Alex chega de helicóptero e é recebido com festa pela torcida do Coritiba

Gazeta Press
18/10/2012 às 17:30.
Atualizado em 21/11/2021 às 17:21
 (Divulgação/Coritiba F.C.  )

(Divulgação/Coritiba F.C. )

Depois de 15 anos, Alex está oficialmente de volta ao Coritiba, e em grande estilo. A apresentação oficial aconteceu nesta quinta-feira, no gramado do Estádio Couto Pereira. O dono da festa – que assinou contrato de dois anos – desembarcou no gramado de helicóptero, em meio aos gritos por seu nome e fogos de artifício, em plena tarde de expediente na capital paranaense.

Após vestir a camisa, o jogador, que falou com o torcedor, agradecendo ao clube por ter aberto suas portas, negou qualquer leilão. “Eu Tenho que agradecer ao Coritiba a oportunidade de retonar. Existiam outras possibilidades para seguir jogando e em momento algum ouvi as outras equipes. Por consideração grande por Cruzeiro e Palmeiras, conversei com algumas pessoas ligadas a esses clubes, mas sempre deixei o presidente tranquilo em relação ao meu retorno. Não foi uma conversa que começou na semana passada. Foram dois anos”, revelou.

Em entrevista coletiva, o meia alviverde também garantiu que sua chegada se deu pelo planejamento e organização garantidas, diferentemente da situação que via na época de 90. “Se o clube estivesse uma bagunça, como já foi um dia, isso dificultaria um pouco. Por mais amor que sinto pelo clube, é melhor jogar em uma situação organizada. E isso o presidente (Vilson) conseguiu fazer. Isso se juntou ao meu processo de voltar e ajudar o Coritiba a chegar a lugares maiores. Na administração, não vejo o clube perdendo para ninguém”, avaliou.

Marketing sim, mas um grande reforço – A chegada de Alex, na reta final de sua carreira, deixou no ar que sua contratação é para reforçar o Alviverde para as próximas duas temporadas ou apenas como ação de marketing. O superintendente de futebol Felipe Ximenes garante que são duas frentes. “Antes de tudo estamos trazendo um jogador de alto nível. A gente vai explorar a imagem do Alex. E, como tudo no Coritiba, nós fazemos com recurso próprio, sem parceiros e patrocinadores”, analisou.

O dirigente aproveitou para contar que o sonho já era antigo e foi concretizado graças ao projeto apresentado ao atleta. “Ele chega num momento importante para o clube e será peça chave para grandes conquistas no futuro. Foi uma negociação lenta e demorada. Faz dois anos que falamos com o Alex sobre isso. E o que seduziu o atleta foi a estrutura do Coritiba e a possibilidade de encontrar uma equipe para mantê-lo jogando em grande nível”, disse.

Sem esconder a emoção, o presidente coxa-branca, Vilson Ribeiro de Andrade, não poupou elogios ao prata da casa. “Hoje eu sou o homem mais feliz do mundo. É um dia maravilhoso. Poder trazer o Alex para essa imensa torcida. O grande objetivo do Coritiba é o de qualificar seu plantel com dois aspectos: o técnico e o cidadão. O Alex representa tudo isso. É o exemplo para o torcedor. Começou nas categorias de base do Coritiba, no infantil, e vinha aqui jogar as preliminares”, recordou.

O planejamento, aliás, não deve parar por aí. Para 2013, o cartola promete uma equipe competitiva para ganhar títulos de expressão. “O grande objetivo é o de ter um time competitivo. Fomos felizes nesses últimos dois anos, mas perdemos a Copa do Brasil. Precisamos melhorar ainda mais. Deivid, Alex, Lincoln, Escudero, Emerson e Rafinha são referências. 2013 será um grande ano para nós”, garantiu o mandatário.

De volta ao começo – O curitibano Alexsandro de Souza iniciou sua carreira nas categorias de base do Coritiba, ainda conhecido como Pachequinho, estreando como profissional em 1995 – em oportunidade dada por Paulo César Carpegiani - em uma época de vacas magras para o clube do Alto da Glória, que, sem dinheiro para grandes contratações, teve que apostar em sua revelação da base.

Apesar de deixar saudade no torcedor do Coxa, os números são modestos em sua primeira passagem. São 124 partidas, com 32 gols e nenhum título conquistado. Entretanto, ajudou o Coritiba a voltar para a Primeira Divisão, em 1995. “Não me sinto ídolo. Joguei pouco tempo, mas me senti satisfeito por ter conseguido jogar. Foi um período negro na história do clube. Entre 89 e 95,quando trouxemos o Coritiba para a primeira divisão, mas foi só a primeira sementinha”, disse o jogador.

Talentoso, o meia chamou atenção da Parmalat, que levou o jogador para o Palmeiras em 1997 por uma valor considerado baixo na época. No Parque Antártica, a história começou a tomar outra dimensão. Com 78 gols em 241 jogos, levantando a Copa Mercosul, a Copa do Brasil, a Copa Libertadores da América e o Torneiro Rio-São Paulo, a sua projeção passou a ser nacional.

Com passagens apagadas por Parma e Flamengo, Alex se destacou novamente no Cruzeiro, período em que marcou belos gols e conquistou o Campeonato Brasileiro, novamente a Copa do Brasil e o Campeonato Mineiro. Enquanto isso, buscava seu espaço na Seleção Brasileira, participando das campanhas vitórias da Copa América em 1999 e 2004 e do Pré-Olímpico de 2000. Porém, foi deixado de lado por Luiz Felipe Scolari na Copa do Mundo de 2002.

A decepção foi amenizada com uma passagem vitoriosa pelo turco Fenerbahçe entre 2004 e 2012, com 136 gols em 378 partidas, que lhe renderam, além do Campeonato Turco em três temporadas, a Supercopa da Turquia, em 2007 e 2009, a Copa da Turquia deste ano, a idolatria de uma torcida e uma estátua em frente ao estádio da equipe. Em atrito como técnico Aykut Kocaman, Alex rescindiu contrato e passou a ser cotado em times como Palmeiras, Grêmio e Cruzeiro, mas optou pela volta para onde iniciou a carreira.

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