Coelho promete inteligência para voltar a figurar entre os grandes

Henrique Ribeiro - Do Hoje em Dia
17/12/2012 às 07:57.
Atualizado em 21/11/2021 às 19:39
 (Divulgação/América)

(Divulgação/América)

Para retornar à divisão de elite do futebol brasileiro, o América recorreu às origens. Ex-atleta da base do Coelho, o técnico Vinícius Eutrópio, 46 anos, foi o escolhido pela diretoria alviverde para assumir a missão de reconduzir o clube à Série A do Campeonato Brasileiro em 2014. Bem articulado, o jovem treinador promete inovar a relação entre comissão técnica e atletas, a metodologia dos treinos e deixar a sua marca no clube.

Como é seu relacionamento com os atletas?

Baseado no respeito mútuo. O treinador que pede para jogador chegar às 8h e só entra em campo meia hora depois, não pode exigir respeito. Tem que dar exemplo. Costumo chegar uma hora antes. Quando o atleta chega, já sabe toda a atividade.

O que você apontaria como diferencial nos seus treinamentos?

Futebol é prática. A bola e a competição estarão vinculadas o tempo todo nas atividades com os jogadores. Só não vai ter bola na musculação, porque não tem jeito. A competição está no sangue e desenvolvo atividades que preparem os jogadores para competir entre si o tempo todo.

Como jogador, você surgiu nas categorias de base do América e sabe que aproveitar os garotos é uma característica do clube. Você pretende resgatar isso?

Sim, mas com um conceito de transição a longo prazo. O clube prepara o jogador durante cinco anos na base e, quando chega ao profissional, descarta todo o investimento em alguns meses. Isto tem que mudar. Temos que dar melhor suporte para o atleta se adaptar. Observe que na Europa muito jogador se destaca somente a partir dos 23 anos.

Saíram 16 atletas e chegaram outros nove. Como você viu essa reformulação?

O clube tem que pensar pelo lado econômico e a reformulação foi necessária. Vieram atletas que são resultado de uma parceria e que poderão dar retorno financeiro.

Como será o estilo do time sob seu comando?

O time não dependerá de um jogador. A movimentação dos atletas e o revezamento entre eles, ocupando espaços em campo, é uma característica que quero implantar.

A estratégia de suas equipes é baseada na forma de jogar do adversário?

Eu acredito que para estar próximo da vitória é preciso respeitar o adversário, mas não a ponto de mudar a equipe em relação ao oponente.

E como será isso?

Quem joga em função do adversário, quando tem a posse de bola, não consegue evoluir as jogadas. Por isso, organizo o time para que, mesmo sem a posse de bola, não esteja dominado. E quando tomar a bola saia de forma organizada, sabendo o que vai fazer. No mais, procuro estudar os pontos fracos do oponente para poder tirar proveito.

O clube tem uma receita bem menor do que os grandes clubes. Como formar times competitivos para encarar os rivais?

Sendo melhores do que eles na observação e na captação de atletas. Hoje, o leque de contratações é muito maior. O interior de São Paulo, por exemplo, é um celeiro de promessas para o nosso futebol. Assim, temos que ser mais ágeis e inteligentes não apenas em relação a Atlético e Cruzeiro, mas também a Santos, Corinthians, etc.

E como superar os times grandes?

Com um trabalho de qualidade dentro de campo e com respaldo da diretoria. Se nos unirmos, vamos superar essas diferenças.

Você terá apenas 30 dias para treinar a equipe até a estreia do Estadual. O tempo é o adequado? Quando esta equipe estará pronta?

Não, é muito curto. Praticamente impossível preparar uma equipe nesse prazo. O meu objetivo é dar uma cara ao time durante o Estadual. Se conseguir definir isto até lá, estaremos no caminho certo.

Quais são suas metas à frente do Coelho?

Voltar à Série A e, se possível, conquistar o Mineiro. Mas a principal meta é deixar um legado técnico. Devo muito ao América. Comecei minha carreira aqui e quero retribuir tudo o que o clube me deu.

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