(André Brant)
O último apito do árbitro trouxe um suspiro em forma de desabafo para o torcedor americano, que, enfim, assistiu ao fim do jejum de sete partidas em que o América não conseguia um triunfo no Estádio Independência. O único gol da partida desta sexta-feira (14) foi anotado por Alessandro, aos 22 minutos da etapa inicial. No tempo restante, o Avaí sufocou o Coelho, que suportou com garra (e um pouco de sorte) o ímpeto adversário. Belo enredo para uma equipe que tenta conseguir o acesso à Série A do Brasileirão no ano de seu centenário e que conseguiu transformar o ceticismo recente de sua torcida em esperança. Agora só resta mantê-la.
Com a vitória, o Coelho chegou aos 40 pontos e ocupa a sétima colocação. Na próxima terça-feira (14), o clube encara o Bragantino, 18º colocado na tabela, às 21 horas, tentando conseguir sua segunda vitória consecutiva na Série B, de preferência sem tanto drama.
Alessandro e só
A escrita de sete jogos dentro de casa incomodava o Coelho. Desde a 11ª rodada, a equipe não conseguia um triunfo em seus domínios. Após aquele 2 a 1 sobre Guaratinguetá, em 17 de julho, a torcida americana assistiu a três empates e quatro derrotas no Gigante do Horto. Parecia que o Independência era um campo neutro, onde os adversários não se sentiam acuados ao visitar Belo Horizonte. A série negativa se refletiu no público. Apenas 604 testemunhas assistiram ao confronto contra o Avaí, nesta sexta. Felizmente, esses “poucos” retomaram as esperanças de ver o América ocupando uma das vagas no G-4, ao término do Nacional.
Eles até que não ficaram muito animados com o futebol apresentado no primeiro tempo. Em uma partida truncada, América e Avaí chegavam ao gol contrário muito pelos erros do adversário, quando a qualidade técnica deveria ser o diferencial. Ainda assim, esse torcedor ficou animado em algumas escapadas do Coelho. Como a que aconteceu aos 22 minutos. Ewerthon, que entrara há pouco, fez o desarme e abriu para Boiadeiro. O lateral escapou em velocidade e centrou a bola na medida para Alessandro, que não desperdiçou a chance para balançar a rede. 1 a 0.
O restante da primeira etapa não teve uma equipe com clara superioridade em relação ao adversário. Houve maior lucidez por parte dos catarinenses, que fique claro. Porém, o Leão da Ilha não conseguia chegar com perigo constante ao gol de Neneca. Do outro lado, o América até que se esforçou para ampliar o marcador, porém a tensão era a maior inimiga. Ela se mostrava em lances bobos ou mesmo na saída de bola. Ainda assim, descer para o vestiário foi um alento ao Coelho, que sabia que a tão sonhada vitória estava por vir, após sete jogos distante.
Sofrimento
A etapa complementar foi dramática. Com vantagem no placar, o Coelho tentava segurar a vitória que poderia lhe devolver a tranquilidade em meio a uma campanha insegura. O problema é que a equipe comandada por Mauro Fernandes recuou demais, transformando a tônica dos 45 minutos finais em partida de ataque contra defesa.
O Avaí chegava ao gol americano através da qualidade das jogadas individuais protagonizadas por Cléber Santana. O Coelho, por sua vez, quando subia ao ataque, arriscava de fora da área ou explorava as laterais, principalmente com as boas investidas de Boiadeiro. Porém, na maioria do tempo, tentava segurar o ímpeto do time catarinense, jogando de forma acuada, o que deixava sua torcida apreensiva. Por sorte (e competência também), o sufoco do adversário não surtiu efeito e os americanos puderam soltar o suspiro em forma de alívio com o apito derradeiro de Wagner do Nascimento Magalhães. Fim do jejum e retorna a esperança nas arquibancadas de que o América conseguirá o acesso à Série A.
FICHA TÉCNICA AMÉRICA 1 X 0 AVAÍ AMÉRICA: Neneca, Boiadeiro, Everton Luiz, Gabriel Santos, Bryan; Agenor, Leandro Ferreira, Marquinhos Paraná, Geovanni (Gilberto); Alessandro e Fábio Júnior (Ewerthon). TÉCNICO: Mauro Fernandes AVAÍ: Moretto, Arlan, Rafael, Renato Santos (Cássio), Pirão; Bruno, Rodrigo Thiesen (Wagner Diniz), Camilo (Nunes), Cléber Santana; Diogo Acosta e Ricardo Jesus. TÉCNICO: Hemerson Maria Gols: Alessandro (22' do 1º tempo) Motivo: jogo válido pela 25ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro Data: 14 de setembro de 2012 Estádio: Independência Local: Belo Horizonte Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães. Auxiliares: Lúcio da Silva de Mattos e Lorival Cândido Das Flores Público: 604 pagantes Renda: R$ 11.250,00 Cartões amarelos: Bryan e Alessandro (América); Pirão (Avaí) Cartão vermelho: Ewerthon(América)