Após acidente grave, FIA investigará equipamento usado para troca de pneus na F-1

Estadão Conteúdo
11/04/2018 às 14:00.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:17
 (Giuseppe CACACE / POOL / AFP)

(Giuseppe CACACE / POOL / AFP)

Após o grave acidente ocorrido no último domingo (8) durante um pit stop realizado no GP do Bahrein de Fórmula 1, no qual um mecânico da Ferrari sofreu duas fraturas na perna esquerda ao ser atropelado pelo carro de Kimi Raikkonen, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) confirmou oficialmente nesta quarta-feira (11), que abrirá uma investigação para constatar se o tipo de equipamento usado para trocas de pneus possui a eficiência suficiente para garantir a segurança dos pilotos e dos responsáveis por executar este trabalho nas paradas nos boxes.

No caso, o equipamento em questão é a pistola elétrica que é capaz de retirar e afixar as rodas nos monopostos de forma rápida para realizar rapidamente estas trocas dos compostos. O anúncio da investigação foi feito por Charlie Whiting, diretor de corridas da F-1, que afirmou que os incidentes registrados nas duas primeiras provas desta temporada estão "parecendo cada vez menos uma coincidência".

Por causa do acidente grave ocorrido no último domingo (8), a Ferrari foi multada em 50 mil euros (cerca de R$ 206 mil) pelos comissários da FIA no último domingo, quando Raikkonen foi liberado de volta para a pista de forma apressada enquanto o mecânico atingido pelo pneu esquerdo do carro do finlandês não estava em uma posição segura.

Antes deste incidente, Raikkonen já havia sido forçado a deixar o segundo treino livre do GP do Bahrein, realizado na sexta-feira na pista de Sakhir, após uma das rodas de sua Ferrari se soltar do carro. E isso ocorreu depois de a equipe Haas, que usa o mesmo tipo de equipamento para fixação das rodas como fruto da parceria técnica firmada com a escuderia italiana, sofrer dois acidentes desta mesma natureza no GP da Austrália, realizado no dia 25 de março.

"Parece cada vez menos uma coincidência, mas os dois incidentes em Melbourne ocorreram claramente por causa de um erro do operador da pistola que prende as rodas", afirmou Charlie Whiting, que depois reforçou: "Eles (mecânicos) prenderam as porcas e acharam que estavam apertadas, o carro foi liberado para sair e então eles perceberam um pouco tarde demais que isso não aconteceu", disse o dirigente da FIA, para depois lamentar o fato de que no incidente com a Ferrari no Bahrein "o cara (mecânico) ainda não tinha retirado a roda (do carro de Raikkonen), o que é ligeiramente desconcertante".

Whiting disse que a FIA iria "absolutamente" dar uma conferida nas pistolas elétricas em uma tentativa de encontrar o que provocou os erros e consequentemente prevenir que este tipo de problema não aconteça novamente nas próximas corridas.

O diretor de corridas da Fórmula 1 ainda lembrou que o espanhol Fernando Alonso chegou a perder uma roda de sua McLaren durante um dia de testes coletivos da pré-temporada, em Barcelona, e que a equipe inglesa depois apresentou à FIA um relatório naquela mesma semana para explicar o acidente.

Na última segunda-feira(9), o mecânico da Ferrari Francesco Cigarini utilizou as suas redes sociais para informar que passava bem após passar por uma cirurgia na sua perna esquerda. O funcionário da equipe teve duas fraturas expostas após ter a perna esmagada por uma das rodas traseiras do carro de Raikkonen em pit stop no domingo.

A investigação anunciada pela FIA foi confirmada às vésperas do GP da China de Fórmula 1, cujo primeiro treino livre ocorrerá nesta quinta-feira (12), às 23 horas (de Brasília). A corrida terá largada às 3h10 (de Brasília) de domingo, enquanto a sessão qualificatória para o grid começará às 3 horas de sábado.
 

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