Após conter 'euforia' dos atletas, técnico do Paraná diz ter vencido melhor time do país

Henrique André
hcarmo@hojeemdia.com.br
25/05/2017 às 18:28.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:43

Astral elevado, mas pés no chão para fazer história e eliminar o Atlético da Copa do Brasil, em pleno Horto. Assim foi o dia seguinte no Paraná, após a vitória por 3 a 2 sobre o "melhor time do Brasil", pelo menos de acordo com o técnico Cristian de Souza.

Estudioso, disciplinador e formado na primeira turma do curso de treinadores da CBF, o comandante da "Gralha Azul" não ficou satisfeito com a postura da equipe nos 45 minutos iniciais; a euforia ao ver as arquibancadas do Couto Pereira lotadas - quase 20 mil pessoas foram ao estádio - foi fator predominante para que a estratégia de jogo proposta aos atletas, com média de 23 anos, não fosse colocada em prática com a bola rolando.

"Iniciamos o jogo mal. A gente não conseguiu levar a campo nossa estratégia. A ideia era jogar sempre no bloco baixo, dando a posse ao Atlético e explorando os contra-ataques. Nosso time é muito jovem", comenta Cristian em entrevista ao Hoje em Dia.

"Fizemos um jogo de transição, de lá e cá, que não era interessante para o time. Na segunda etapa voltamos à estratégia inicial e reequilibramos o jogo, conseguindo criar situações de gol", completa.

Apesar de ser considerado da "nova safra" de treinadores no país, Cristian está inserido no mundo da bola há 16 anos. O primeiro encontro com Roger Machado, técnico o qual superou nesta quarta-feira (24), aconteceu em 2009, quando treinava a equipe Sub-20 do Grêmio.

Machado, que havia pendurado as chuteiras para se tornar treinador, assumira naquela época a função de auxiliar no Tricolor Gaúcho. 

"Ele (Roger) era responsável por fazer o acompanhamento e a transição dos atletas do Sub-20. Tínhamos contato semanal. Ele acompanhava nossos jogos e em seguida fazíamos reuniões para discutir estratégias e as individualidades", conta Souza.

Estratégia no Horto

Para o duelo de volta, marcado para a próxima quarta-feira (31), na capital mineira, Cristian afirma que o Paraná não fugirá do esquema proposto em Curitiba. Variações durante o jogo, porém, não são descartadas por ele. A equipe precisa de um empate para avançar.

"O Paraná vem se caracterizando por este bloco baixo de marcação e fazendo um jogo de transição quando tem a bola, e não será diferente no Horto. Contudo, podemos apresentar algumas variações", destaca o gaúcho, de 39 anos, fã de Tite e Mano Menezes.

"O Atlético terá novamente a maior posse de bola, mas tentaremos ser eficientes para chegar ao gol o mais rápido possível", conclui. Comandante de Biteco e companhia, ele se define como "treinador sanguíneo", aquele que participa intensamente dos jogos e do dia a dia do clube.

Quem é Cristian de Souza

Antes de chegar ao Paraná Clube, Cristian de Souza havia trabalhado nas categorias sub-17, sub-20 e sub-23 do Grêmio entre 2009 e 2011. Ele também comandou o sub-17 do Figueirense, em 2014, e o sub-20 do Ceará, no ano seguinte, além da equipe principal de forma interina, em 2016. 

Destacou-se pelo Água Santa-SP, ao levar o time à terceira fase da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2017. Pelo trabalho, foi convidado para trabalhar no Rio Branco, do Acre; última equipe antes de chegar à capital paranaense.

Na equipe acreana, foram 12 jogos no Estadual, com oito vitórias, três empates e apenas uma derrota: aproveitamento de 75%. "Largando" a equipe com a competição em andamento, Cristian assumiu o Paraná há exatos 20 dias; segundo ele, a grande oportunidade da carreira.

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