Após fracasso de 2016, Cruzeiro chega aos 96 anos tentando manter tradição

Alexandre Simões
asimoes@hojeemdia.com.br
01/01/2017 às 15:41.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:17

O Cruzeiro entrou em 2016 apostando na magia dos anos de final 6 na Era Mineirão para tentar apagar a péssima temporada vivida em 2015. Mas a “numerologia” não foi aliada da Raposa, que voltou a amargar tempos difíceis, sem conseguir pela segunda vez seguida alcançar sequer a decisão do Campeonato Mineiro.

Assim, não serviram de inspiração o ineditismo da conquista da Taça Brasil em 1966, por um time que contava, entre outros, com Tostão, Dirceu Lopes, Piazza, Natal e Raul.

O brilho da equipe campeã da Copa Libertadores de 1976 passou longe da Toca da Raposa II, numa temporada em que o ataque teve várias formações e muita rotatividade, situação bem diferente daquela vivida pelo técnico Zezé Moreira, que tinha à sua disposição craques como Nelinho, Zé Carlos, Palhinha, Joãozinho e Jairzinho.

Nem mesmo a superação do grupo campeão da Copa do Brasil em 1996, quando Dida, Nonato, Ricardinho, Palhinha, Marcelo Ramos e Roberto Gaúcho bateram na final o poderoso Palmeiras, na época ainda bancado pela multinacional Parmalat.

Ao completar 96 anos hoje (foi fundado em 2 de janeiro de 1921), o Cruzeiro inicia sua caminhada em 2017 mais uma vez apostando na magia de um número.

Na era Mineirão, iniciada em 1965, os anos terminados em 7 também foram marcados por momentos históricos do clube que, com o Gigante da Pampulha, deixou de ser um time do Barro Preto e passou a ser do Mundo.

Está lançado o desafio para Mano Menezes e seus comandados. E a expectativa da China Azul é que o presente de aniversário do clube seja entregue durante todo o 2017, na forma de taças.Arquivo/Hoje em Dia

1977 – O último suspiro da máquina dos anos 70 é na conquista do título mineiro sobre o rival Atlético

História começa com Libertadores e façanhas sobre o Atlético

O primeiro ano de final 7 em que o Cruzeiro contou com o Mineirão foi inesquecível para o clube. Campeão da Taça Brasil de 1966, estreou na Libertadores em 19/2, vencendo o Galícia, da Venezuela, por 1 a 0, em Caracas.

Apesar de o jogo contra os venezuelanos ser o primeiro do Cruzeiro na Libertadores e também no exterior, 1967 ficou marcado pelas façanhas alcançadas diante do Atlético.

No primeiro clássico por uma competição nacional, em 5/3, pela Taça de Prata, o Cruzeiro goleou por 4 a 0. Em 26 de novembro, depois de estar perdendo por 1 a 0 até os 15 minutos do segundo tempo, e com um jogador a menos, pois Procópio foi expulso, a Raposa chegou ao empate.

O resultado parece ter desorientado o rival, que tinha o título encaminhado, numa disputa por pontos corridos, mas permitiu ao Cruzeiro terminar o torneio empatado. Na melhor de três, disputada já em 1968, a Raposa venceu duas vezes (3 a 1 e 3 a 0) e chegou ao tri estadual.

Suspiro final
Depois de uma década, 1977 teve nova façanha sobre o rival. A hegemonia exercida no final dos anos 60 e no início da década de 70 já não existia mais. O Atlético via surgir um dos maiores times da sua história, com craques como Reinaldo, Toninho Cerezo, Paulo Isidoro e Marcelo.

Eles tinham conquistado o Estadual de 1976 e a taça de 1977 parecia encaminhada. Como resposta a uma provocação de Cerezo, o time cruzeirense se superou e ganhou o décimo título estadual em 13 disputados no Mineirão.

Em 1987, após um título muito comemorado, mas sem taça, em 1984, pois a disputa foi parar no Tapetão, a torcida cruzeirense voltou a soltar, sem contestação, o grito de: “É campeão!”.
Numa decisão contra o Atlético, depois de 0 a 0 no primeiro jogo, venceu a segunda partida por 2 a 0 e deu a volta olímpica.

A taça marcou o surgimento de Careca, ídolo da torcida no final dos anos 80, e o ressurgimento do Cruzeiro, que recuperou seu prestígio no Brasil e na América do Sul.Marcelo Prates

1987 – Numa decisão em que brilhou o então garoto Careca, o Cruzeiro supera o Atlético, festeja de fato um Estadual depois de dez anos e inicia a recuperação do seu prestígio em nível nacional e internacional


Libertadores
O ano de 1997 teve duas marcas históricas. A primeira decretada pela torcida. Em 22/7, na vitória por 1 a 0 sobre o Villa Nova, que garantiu o Estadual, o Mineirão recebeu 132.834 pessoas, maior público presente da história do estádio.

Em 13 de agosto, foram 95.472 pagantes. E a taça conquistada foi a do bicampeonato da Libertadores, em cima do Sporting Cristal, do Peru.

Em 2007, depois de três temporadas de baixa, o Cruzeiro voltou a se destacar na Série A e ganhou o título da Copa São Paulo e do Brasileirão sub-20.Divulgação/Cruzeiro

1997 – O capitão Wilson Gottardo ergue, no gramado do Mineirão, a taça da  Copa Libertadores


Missa
Os 96 anos do Cruzeiro terão como único evento oficial uma missa, às 19h, no Salão Social do Barro Preto (rua Guajajaras, 1722). Mais que o grande jogador prometido pelo presidente Gilvan de Pinho Tavares, a torcida espera que a Raposa siga com a sua história de glórias associada ao 7.

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