(Lucas Uebel/Grêmio)
No Colorado que recebe o Atlético no Beira-Rio no confronto de ida das semifinais, seis jogadores que começaram no clube estão entre os titulares: Alan Costa, Geferson, Rodrigo Dourado, Ferrareis, Andrigo e Aylon. No tricolor, que enfrentará o Cruzeiro no Mineirão, o mesmo número de oriundos da base – Marcelo Grohe, Geromel, Wallace, Ramiro, Pedro Rocha e Luan. Mais do que as pretensões dos dois clubes na temporada, a opção por aproveitar a prata da casa dos gaúchos tem motivação financeira.
Crise
As diretorias de Grêmio e Internacional decidiram limpar da folha de pagamento os salários elevados (o que explica a saída de jogadores como o colorado D’Alessandro) – no caso do tricolor, a construção de sua arena e o acordo para quitá-la, que tira dos cofres do clube a bilheteria dos jogos, tornou a medida ainda mais necessária, como explica o jornalista Diogo Olivier, da Zero Hora e do SporTV.
“Com a questão da Arena, o Grêmio teve de recorrer às categorias de base para equilibrar as contas. No caso do Inter, o time de 2015 tinha uma média de idade elevada e a direção resolveu ‘juvenilizar’ o grupo, até com um certo exagero. Atletas como William, Valdívia e Rodrigo Dourado já vinham aparecendo, e este ano surgiram outros como o Aylon (atacante), que surgiu no interior gaúcho, mas completou sua formação no Beira-Rio”, explica o jornalista, que adianta a proposta de jogo dos rivais dos mineiros.
"O Inter mantém o time misto, já que vive uma mobilização absurda para não ser rebaixado. Além do mais, a equipe, com essa formação, foi muito bem diante do Santos. O Celso Roth não quer que as competições se misturem e a recuperação no Brasileiro cause euforia na Copa do Brasil, em que a postura é de franco-atirador, sem pressão. Até por isso acredito que ele, mesmo em casa, vá atrair o Atlético para jogar nos contra-ataques, apostando na velocidade dos homens de frente. Já no Grêmio o Renato escala a força máxima porque quer muito o título e sabe que o caminho para a Libertadores é teoricamente mais garantido do que no Brasileiro”, prossegue.
Preparação
Como os rivais mineiros e gaúchos se enfrentam nas semifinais, os treinos de preparação vão permitir uma “troca de gentilezas”. O Atlético fará seu último treino, nesta terça-feira, no CT gremista, e só não receberá o tricolor na Cidade do Galo porque Renato Gaúcho optou por fazer a movimentação final ainda em Porto Alegre, embarcando no início da tarde de hoje para Belo Horizonte.
Da mesma forma, o Cruzeiro optará pelo Beira-Rio caso treine na capital gaúcha semana que vem e disponibilizará a Toca da Raposa II para os comandados por Celso Roth na partida de volta, marcada para o próximo 2 de novembro, em confronto confirmado pelo Galo para o Independência.