Histórico

Árbitro mineiro assume homossexualidade e se torna primeiro gay no quadro FIFA

Da Redação
esportes@hojeemdia.com.br
08/07/2022 às 14:35.
Atualizado em 08/07/2022 às 15:17
Árbitro tem 23 anos de carreira e assumiu homossexualidade em entrevista (Marcos Ribolli / ge)

Árbitro tem 23 anos de carreira e assumiu homossexualidade em entrevista (Marcos Ribolli / ge)

Em entrevista ao podcast "Nos Armários dos Vestiários", o juiz mineiro Igor Junio Benevenuto de Oliveira assumiu sua homossexualidade. O árbitro, de 41 anos, é o primeiro do quadro FIFA a assumir publicamente sua orientação sexual. 

"A partir de hoje, não serei mais as versões de Igor que eu criei. Não serei o Igor personagem árbitro, personagem para os amigos, personagem para a família, personagem dos vizinhos, personagem para a sociedade hétero. Serei somente o Igor, homem, gay, que respeita as pessoas e suas escolhas. Sem máscaras. Somente o Igor. Sem filtro e finalmente eu mesmo", revelou.

O mineiro disse sempre ter odiado o futebol pelo ambiente preconceituoso. Revelou sempre ter praticado o esporte por obrigação para evitar possíveis brincadeiras envolvendo sua sexualidade. 

Igor Junio tem 23 anos de dedicação à arbitragem. Em longo depoimento e entrevista, ele falou sobre a dificuldade de gostar do esporte justamente por ser um ambiente hostil ao gay. O interesse pela arbitragem surgiu durante a Copa de 1994. 

"Olhei a televisão e me interessei imediata e exclusivamente pela figura diferente que estava em campo: o árbitro. Foi justamente naquele ano que a Fifa aprovou a mudança dos uniformes dos juízes para o Mundial. No dia seguinte, na pelada com os meninos, avisei que não iria mais jogar. Queria comandar a partida, e foi assim que comecei a apitar e ressignificar minha relação com o futebol", disse.

O árbitro afirmou que há presença de muitos homossexuais no futebol masculino profissional, em todos os níveis: jogadores, técnicos e dirigentes. Durante a entrevista, Igor afirmou que, em meio a todos os receios, a única coisa que exige é respeito. 

"Quero respeito, que entendam que posso estar em qualquer ambiente. Não é porque sou gay que vou querer transar com todo mundo, vou olhar para todos. Longe disso. Eu só quero respeito e o direito de estar onde eu quiser", comentou.

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