(Frederico Ribeiro/Hoje em Dia)
SÃO PETERSBURGO (Rússia) - A estação de metrô Novokrestovskaya é apenas um aperitivo da modernidade e luxo que serão vistos na superfície. Na linha verde, ela desemboca na porta da Arena São Peterburgo, palco de Bélgica x França nesta terça (10). O estádio mais caro da Copa, que esconde a sujeira atrás de tapumes de concreto.
Ao sair da estação, bem na Ilha Krestovsky, o estádio em formato de disco voador pendurado em alguns fios toma conta do horizonte. A Rússia, nesta Copa do Mundo, tem grandes preocupações em desenvolver positivamente a imagem no exterior.
A arena que ficou pronta apenas em abril de 2017, às vésperas da Copa das Confederações, teve um custo superior a 1 bilhão de dólares (R$ 4,2 milhões na cotação atual). Seria como comprar três Allianz Arena, a casa do Bayern de Munique.
Corrupção e trabalho escravo marcaram a construção do local que também abrigou a Seleção Brasileira diante da Costa Rica, na primeira fase. O custo da obra superfaturou, e era acrescido cada vez que a empreiteira responsável pela obra anunciava incapacidade de concluir a obra e mandava dinheiro a paraíso fiscais.
A deslumbrante Arena tenta esconder este passado nebuloso numa Copa marcada pelo escoamento descontrolado de verbas. O estádio que será herdado pelo Zenit após o Mundial tem 68 mil lugares da capacidade, só perdendo para o Luzhniki Stadium.
São os dois principais palcos da Copa 2018, e sediaram as duas finais, além da decisão e a disputa do terceiro lugar. Uma maquiagem bela, que esconde a verdadeira face de seu surgimento, bem como os entulhos tampados das vistas dos turistas.