As apostas brasileiras para a Fórmula 1: tem mineiro puxando a fila

Rodrigo Gini
Hoje em Dia - Belo Horizonte
28/11/2016 às 20:29.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:51

Rodrigo Gini
rgini@hojeemdia.com.br

Ainda que Felipe Nasr consiga confirmar sua permanência no Mundial de Fórmula 1 ­– e agora restam apenas uma vaga na Sauber, onde correu nos últimos dois anos, e duas na Manor – 2017 será um ano diferente para a Fórmula 1 no Brasil. Na melhor das hipóteses, será a primeira vez desde 1970 que o país iniciará uma temporada sem ter, no grid, um representante com pole, vitória ou título no currículo. Naquele ano, Emerson Fittipaldi estreava no circo e, com o triunfo no GP dos Estados Unidos, abriu caminho para o título póstumo do companheiro Jochen Rindt e, mais do que isso, iniciou uma sequência de oito mundiais, 101 vitórias e 126 largadas à frente do grid encerrada ontem com a aposentadoria de Felipe Massa.

Diante do cenário preocupante, a questão que se coloca é: quais as perspectivas de representação para os próximos anos? Os nomes a caminho do circo são poucos, mas todos com boas perspectivas. E a lista é puxada pelo mineiro Sérgio Sette Câmara, que confirmou o acordo com a equipe holandesa MP Motorsport para disputar o campeonato da GP2, que será preliminar de 11 dos 21 GPs da F-1 e foi ponto de passagem de pilotos como Nico Rosberg (primeiro campeão), Lewis Hamilton, Stoffel Vandoorne, que vai substituir Jenson Button na McLaren, Nasr e Marcus Ericsson, entre outros.

O piloto de Belo Horizonte não teve o suporte da Red Bull renovado para 2017, mas terminou um ano marcado por problemas mecânicos com um elogiado terceiro lugar no GP de Macau, foi ao pódio também no Masters de Zandvoort e só não pôde aproveitar as poles no Europeu de F-3 porque a quebra e a substituição do motor, pelas regras da categoria, são punidas com a perda de posições no grid. Mas deixou ótima impressão nas exibições com os carros da RBR e no treino com a Toro Rosso-Ferrari em Silverstone, em que cumpriu à risca a programação da escuderia.

A MP é uma equipe intermediária, mas com engenheiros bastante experientes, o que pode ajudar bastante Serginho a acelerar o aprendizado e a adaptação, sem a pressão de correr por times como Prema, DAMS e ART, que vêm dividindo os últimos títulos. O primeiro contato com o Dallara-Mecachrome será amanhã, em Abu Dhabi.

Outro que vem sendo acompanhado com atenção na Europa é o gaúcho Matheus Leist, campeão do renovado Inglês de F-3. Com 18 anos, como Sette Câmara, ele já decidiu o destino para o ano que vem (a GP3), mas não a equipe. Como o mineiro, estará em Abu Dhabi essa semana para avaliar o equipamento de três dos principais times da categoria: ART, Trident e Arden ­ até o fim do ano anunciará por qual delas correrá.

Sem pressão

Mais novo representante de uma dinastia que já levou pai e filho à Fórmula 1, Pedro Piquet, irmão mais novo de Nelsinho, segue um caminho diferente do adotado pelo pai ao planejar a carreira do mais velho. Nada de equipe própria na Europa, mas uma evolução passo a passo que, não necessariamente, precisará levá-lo ao circo. O primeiro ano no Europeu de F-3 foi de adaptação e aprendizado com a equipe Van Amersfoort e, a menos que haja mudanças de última hora, ele seguirá na categoria para brigar pelo título.

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