América freia projeto de ampliação do Horto e ainda cobra aluguel atrasado da BWA

Frederico Ribeiro - Hoje em Dia
25/02/2016 às 16:43.
Atualizado em 16/11/2021 às 01:34
 (Bruno Cantini/Atlético)

(Bruno Cantini/Atlético)

O projeto da BWA Arenas para ampliar o Independência ainda tem um obstáculo a ser vencido. Se a ideia de aumentar a capacidade de 23 mil para cerca de 31 mil lugares agrada ao Atlético, o América reclama de não ter sido consultado sobre a ideia, uma vez que o clube alviverde é o proprietário do estádio.

Um dos presidentes do Conselho Administrativo do Coelho, Alencar da Silveira Jr, ressaltou que qualquer mudança física no Horto, mesmo de caráter provisório, precisa passar pelo aval americano. O dirigente, que é também deputado estadual, ainda revelou que se reuniu com o presidente da BWA, Bruno Balsimelli, e a ampliação do Independência foi um assunto ausente na mesa.

"Sobre a ampliação, eu almocei com o Bruno, e em hora nenhuma foi falado sobre ampliação. Acho que, quando ele falou sobre isso, ele teria que lembrar que existe uma propriedade, e o estádio Independência é de propriedade do América. Qualquer ampliação ali, seja definitiva ou provisória, tem que ter a aprovação do América", afirmou Alencar ao Hoje em Dia.

Outra cobrança realizada pelo presidente do Coelho foi em relação a um atraso no pagamento do "aluguel" do estádio pela BWA. Alencar até chegou a utilizar o Twitter para revelar o débito. Segundo a reportagem apurou, os valores estão na casa dos R$ 250 mil.

"Se me perguntar como o América vê essa possibilidade (de ampliação), eu digo que o América vê com bons olhos tudo que é benéfico ao clube. A BWA está com dois meses de aluguel atrasado, são dois meses que eles não repassam o aluguel para a gente. De repente, está tentando arrumar uma forma de devolver o equipamento ao Estado, e isso pode ser prejudicial para o futebol mineiro", completou.

Confira a entrevista completa com Alencar:

Ontem, no Independência, o presidente da BWA disse que o projeto de ampliação está perto de sair do papel. Qual a posição do América?
Sobre a ampliação, eu almocei com o Bruno, e em hora nenhuma foi falado sobre ampliação. Acho que, quando ele falou sobre isso, teria que lembrar que existe uma propriedade, e o Estádio Independência é de propriedade do América. Qualquer ampliação ali, seja definitiva ou provisória, tem que ter a aprovação do América.

Mas, ontem, ele afirmou que o América é um clube parceiro...
Outro detalhe. Ele pode fazer reunião com quem ele quiser. Mas, quando ele quiser fazer alguma coisa no Independência, ele terá de chamar o América para conversar, e teremos que colocar essa pauta no Conselho, primeiro no Conselho Administrativo, depois no Conselho Consultivo, porque isso tem que ser aprovado por todas as pessoa que estão na gestão do América.

Então, o América jamais foi consultado sobre esse assunto?
Em hora nenhuma. Se me perguntar como o América vê essa possibilidade (de ampliação), eu digo que o América vê com bons olhos tudo que é benéfico ao clube. Eu, na minha opinião, digo que a BWA está com dois meses de aluguel atrasado, são dois meses que eles não repassam o aluguel para a gente. De repente, ele está tentando arrumar uma forma de devolver o equipamento ao Estado, e isso pode ser prejudicial para o futebol mineiro.

O projeto envolve uma obra de cerca de R$ 17 milhões, um grande investimento.
Aonde irá buscar esses recursos? Quem vai bancar, como vai fazer? Uma coisa te garanto: nosso contrato é imexível. No nosso contrato que estabelece que o estádio retorna ao América daqui 13 anos, não mexemos em nenhum dia. Temos que dar conforto para o torcedor, mas o América tem que ser consultado. Acabou aquele tempo em que as pessoas achavam que poderiam usar o América, fazer de qualquer jeito e depois ir embora.

E se a BWA chegar com uma oferta financeira para o Coelho?
Se a BWA chegar com uma mala de dinheiro, e o América achar que não lhe satisfaz, ela levará a mala de dinheiro de volta. O bom para o América é ver como será feito, qual a vantagem rentável para o América. Hoje, ninguém manda sozinho no América, temos um colegiado que a gente escuta muito o conselho. Não tem mais aquilo de falar com o presidente e está tudo resolvido. Foi falado, foi falado, mas nunca teve nada de concreto.

A BWA já trabalha com um prazo para erguer a arquibancada móvel, de cerca de 120 dias...
Ninguém consegue fazer dessa forma. Tem que ter um planejamento.

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