(AFP / ar / AIZAR RALDES)
O Atlético do clássico de domingo ficou em Belo Horizonte. O time que entrou no Estádio Félix Capriles, em Cochabamba, tinha pernas pesadas e cabeça ao longe. Pouca criatividade, fôlego mínimo, o Galo perdeu de 1 a 0 para o Jorge Wilstermann e saiu de campo até com motivos para alívio. Isso porque o juiz uruguaio da partida deixou de marcar um pênalti claro pros bolivianos.
Por outro lado, quase conseguiu o empate com Rafael Moura, que acertou a trave. Com Cazares em noite infeliz, Fred desaparecido e Robinho errando tudo, o Atlético agora terá de reverter o duelo por dois gols de diferença. O jogo está marcado para 9 de agosto, uma quarta-feira, igualmente às 21h45. Muito provavelmente no Independência.
O JOGO
Num gramado irregular no qual a bola quicava no mais singelo passe, o Atlético encontrou facilidade para roubar a bola e iniciar ataques. O começo de jogo parecia que apenas a falta de capricho poderia impedir o Galo de abrir o placar.
Mas foi muito mais do que isso. Na melhor chance do primeiro tempo, o Galo recebeu um presente na saída de bola do Wilstermann. Cazares a pegou na entrada da área. Poderia ter tocado para Fred que infiltrava livre, sozinho, solto. Mas preferiu chutar forte demais. O mesmo excesso de força aplicado numa cobrança de falta distante.
O Wilstermann, por outro lado, sabia onde estava jogando e atacava pelo alto. Cruzamento para o gigante Alex Silva "Pirulito", zagueiro brasileiro, era a principal arma. Mas foi num outro lançamento no qual o volante Yago marcou bobeira que a bola pererecou na área do Galo. Gabriel, desequilibrado, não conseguiu afastar o perigo. Pelo contrário, serviu de levantador de vôlei para o atacante Gilberto Alvaréz pegar de primeira, meio de bicicleta, meio de puxeta.
Os bolivianos saiam na frente com 40 minutos do primeiro tempo. Etapa esta que teve como destaque, negativo é verdade, o camisa 7 Robinho. Passe? Errou. Lançamento? Falhou. Falta? Cometeu. Chute? Nenhum. Lamentável? Muito. Voltou para o intervalo? Para alento da torcida do Galo, não.
SE SAFANDO E BOLA NA TRAVE
Para o segundo tempo, o cenário do fim da primeira etapa tomou prosseguimento. Jorge Wilstermann organizado na defesa, não dando espaço, e tentando sufocar o Galo com jogadas de lançamento. Numa dessas, o meia brasileiro Serginho, pesadelo para Alex Silva, cruzou meia altura. E o lateral-direito do Galo tentou interceptar com o braço afastado do corpo. A bola bateu na mão do atleticano, e o juiz deixou passar um pênalti até claro.
O ataque do Galo conseguia outra meia dúzia de tentativas, mas sempre finalizações equivocadas, como a única que o atacante Fred conseguiu na partida, quase acertando a bandeirinha de escanteio. Quem tinha que iluminar o campo errava passe de dois metros. Dia para esquecer para o equatoriano Cazares.
Enquanto isso, o Wilstermann não conseguia aproveitar os contra-ataques. Errava o cruzamento, ou então ficava pelo caminho nas interceptações principalmente de Gabriel. Mas a área do Atlético continuou sendo um local bastante aprazível para os mandantes.
A última cartada de Roger Machado foi a entrada de Rafael Moura. O jogador teve duas chances de ataque, e na segunda acertou a trave. Venceu o gigante Alex Silva no alto, aproveitando o cruzamento do xará do zagueiro do Wilstermann.
O lateral-direito, inclusive, fez uma partida de queda de rendimento em relação ao clássico contra o Cruzeiro no domingo. O que o salvou foi alguns ataques no segundo tempo, mas diante de companheiros também bem abaixo do que podem render. Caso de Cazares, em uma das piores atuações dele no ano.
A derrota, que poderia ter sido mais ampla, fica numa conta ainda positiva para o Atlético. Daqui mais de um mês, o jogo de volta acontecerá em Belo Horizonte. Novamente, na Libertadores, o Galo terá a missão de vencer a qualquer custo para seguir vivo na competição.
Jorge Wilstermann 1x0 Atlético
Jorge Wilstermann: Olivares; Morales, Alex Silva, Zenteno e Aponte; Machado e Saucedo; Bergese (Carlinhos), Cardozo e Serginho (Ortiz); Alvaréz (Pedriel). Técnico: Roberto Mosquera
Atlético: Victor; Alex Silva, Bremer, Gabriel e Fábio Santos; Rafael Carioca e Yago; Elias (Otero), Cazares e Robinho (Valdívia); Fred (Rafael Moura). Técnico: Roger Machado
Gol: Gilbert Álvarez, aos 40'/1ºT
Arbitragem: Daniel Fedorczuck, auxiliado por Richard Trinidad e Carlos Pastorino (Uruguai).
Cartões amarelos: Yago e Fred (CAM); Zenteno (WIL)
Público: Não divulgado
Renda: Não divulgado
Local: Estádio Félix Capriles, Cochabamba (BOL)