O Estádio Nuevo Gasómetro estava vazio. O San Lorenzo vinha de derrota de 5 a 0 contra o Godoy Cruz em casa. E ainda poupava alguns titulares visando a proteção da vaga quase garantida na Libertadores 2019 via Campeonato Argentino. Ingredientes que pareciam favorecer o Atlético. Só parecia. O time do papa venceu o Galo por 1 a 0.

Os mineiros entraram em campo na noite desta quarta-feira (11) pelo jogo de ida da primeira fase da Copa Sul-Americana dando a impressão de estar com a cabeça em outro lugar, talvez ainda na derrota para o Cruzeiro no fim de semana, de perda da título estadual.

Num vacilo da zaga alvinegra, no fim do primeiro tempo, o San Lorenzo rodou a bola da ponta direita de ataque até a canhota. Luan não conseguiu fazer a freada da marcação correta e houve espaço para o chute. A bola desvia no atacante Blandi, e obriga Victor a fazer boa defesa de pé.

Por azar, a bola cai nos pés de Gudiño. Sem a marcação de Fábio Santos no rebote, o jogador empurra para as redes. Gol que a TV mostrou ser polêmico, pois Gudiño estava impedido na hora do chute, antes de a bola tomar o desvio.

SEM IDEIAS
Com uma desorganização que não é comum para o time sob o comando de Thiago Larghi, o Atlético tinha o domínio de bola, mas simplesmente não conseguia achar espaços para criação de jogadas. Ricardo Oliveira virou espectador em boa parte do confronto. Cazares e Otero, pontos normais de iluminação, estavam "travados".

E o camisa 11, vilão diante da Raposa, esteve novamente em atuação ruim, sem encontrar espaços para arrancadas e com chutes sem mira, sem contar em tomadas de decisões erradas. No início do segundo tempo, Cazares quase empatou o jogo, em chute de média distância. Ele talvez tenha sido quem melhor se postou, além do zagueiro Bremer, substituto do lesionado Léo Silva, na derrota atleticana.

O lado direito alvinegro também estava abaixo. Luan, com a vontade habitual, pouco feriu a defesa do San Lorenzo. Patric foi o ponto de desequilíbrio, assim como seu colega de função do setor esquerdo. Fábio Santos errava os botes, não se achava no sistema sem a mesma eficiência de outrora.

No meio de campo, Adilson também fez participação aquém do habitual, mas Elias seguiu como de costume, com participação baixa sem a bola nos pés, e tentativas fracas de ataque. Quando Erik entrou, o Atlético conseguiu boa jogada. Mas a marca da partida fica para um contra-ataque puxado por Patric, Elias e Cazares, com ambos correndo para o mesmo lado e dando a bola de graça na hora do "vamos ver".

A VOLTA
O Atlético agora terá de esperar um mês para o reencontro contra o San Lorenzo. O jogo de volta está marcado para 8 de maio, às 21h45 de uma terça-feira, no Estádio Independência. Precisará vencer por dois gols de diferença para se classificar nos 90 minutos. Até lá, haverá a volta do Campeonato Brasileiro no calendário, além da decisão contra o Ferroviário-CE, no dia 18/4, pela quarta fase da Copa do Brasil. O Galo venceu por 4 a 0 no jogo de ida.

SAN LORENZO 1X0 ATLÉTICO
San Lorenzo: Navarro; Diaz, Rodríguez, Senesi e Rojas; Mercier, Pirris da Motta, Gudiño e Castro; Botta (Cavallaro) e Blandi (Reniero). Técnico: Claudio Biaggio

Atlético: Victor; Patric, Bremer, Gabriel e Fábio Santos; Adilson (Gustavo Blanco) e Elias; Luan (Tomás Andrade), Cazares e Otero (Erik); Ricardo Oliveira; Técnico: Thiago Larghi

Gol: Gudiño, aos 39'/1ºT
Arbitragem: Leodan González, auxiliado por Richard Trinidad e Gabriel Popovitz. Trio do Uruguai
Cartões amarelos: Gustavo Blanco e Bremer (CAM) Pirris da Mota (CASLA) 
Local: Nuevo Gasómetro, na Argentina

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