Na próxima sexta-feira (25), Atlético e Emerson Conceição irão se encontrar pela última vez, ao que tudo indica. O Galo irá fazer mais um acordo judicial em 2018, apertando as mãos do lateral-esquerdo, e extinquindo a ação trabalhista movida pelo jogador em 2016. Mas terá um preço salgado: Emerson receberá R$ 5 milhões parcelados do clube alvinegro, num acordo ainda a ser homologado.

Contratado em abril de 2014, alvo de críticas da torcida, futebol limitado, afastado por indisciplina, Emerson moveu o processo trabalhista contra o Atlético em 2016. Dois anos depois, ambos fizeram "composição amigável" em 4 de maio de 2018, que ainda pode sofrer alterações, mas com a previsão de ser oficializado na 18ª vara cível de Belo Horizonte em audiência às 8h55 de sexta-feira.

"Teve um acordo, sim. Já foi solucionada (a questão). Acredito que esta audiência (de sexta) seja para a homologação do acordo. Acordo é bom quando é bom para os dois lados", disse ao Hoje em Dia, na sexta-feira passada, Marcelo Vardanega, um dos advogados de Emerson.

Os R$ 5 milhões, assim que o juiz der a aprovação do acordo, serão pagos em 44 parcelas. As nove primeiras no valor de R$ 50 mil (R$ 450 mil) e as 35 últimas no valor de R$ 130 mil (R$ 4.550.000). A parcela que finalizará a pendência está agendada para 20 de dezembro de 2021.

Ainda há, no acordo, a celebração de que o Atlético pagará R$ 500 mil aos representantes legais de Emerson Conceição, também de forma parcelada (5x R$ 100 mil).Reprodução

Acordo amigável entre Atlético e Emerson Conceição a ser homologado no TRT na sexta (25/5)

PETIÇÃO X DEFESA DO GALO
A ação impretada por Emerson Conceição e seus advogados tinha um valor de R$ 100 mil, puramente simbólico. Na petição inicial, o lateral-esquerdo, hoje com 32 anos e tendo jogado o Paranaense pelo Rio Branco, cobrava atrasos no pagamento de salário em carteira (R$ 50 mil) e dos direitos de imagem (R$ 100 mil).

Ainda contestava o fato de o Atlético dever aumento salarial para ele, pois estava acordado que os vencimentos passariam de R$ 150 mil para R$ 200 mil se ele fizesse 10 jogos seguidos como titular. E de R$ 200 mil para R$ 250 mil caso completasse 20 partidas consecutivas entre os 11 jogadores iniciais.

O Galo contestou tal acionamento de aumento (tanto para os 10, quanto para os 20), uma vez que, realmente, Emerson Conceição jamais emendou 20 jogos como titular. Mas realizou uma dezena de aparições consecutivas, nas 10 primeiras partidas. 

Além disso, Emerson cobrava o pagamento incompleto de R$ 1,5 milhão por 50% dos direitos econômicos que o Atlético comprou do próprio jogador, quando firmou contrato de trabalho em abril de 2014 (os outros 50% ficaram com o atleta).ReproduçãoOs valores de natureza indenizatória que o Atlético pagará a Emerson Conceição

Na cobrança de direito de imagem e direitos econômicos, a defesa do Atlético afirmou que a Justiça do Trabalho não tinha competência para julgar tal fato, pois se tratava de questões de natureza cível.

Emerson acusou o Galo também de assédio moral, uma vez que teria sido afastado da equipe e treinado em separado. O Atlético chegou a acusar Emerson de danos morais ao clube, por ter se envolvido em caso de indisciplina no hotel de Curitiba.

CASO 'HOTEL DE CURITIBA'
Em 2 de novembro de 2011, o Atlético estava concentrado no Hotel Bourbon, de Curitiba, para enfrentar o Atlético-PR. Nas vésperas de enfrentar o Flamengo pela volta da semifinal da Copa do Brasil. Emerson Conceição, André e Jô foram afastados por indisciplina e tiveram o contrato de trabalho suspensos por 30 dias. 

Emerson foi notificado em carta assinada pelo ex-presidente Alexandre Kalil, é detalhado que a indisciplina foi ingressar com mulheres num outro quarto do hotel "em conluio" com os atacantes Jô e André Bebezão, sendo que o trio levou a mesma punição.Reprodução

Carta extrajudicial do Atlético punindo Emerson Conceição por ato de indisciplina

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