Atlético perde para o Botafogo por 4 a 2 e precisará de superação no Horto

Wallace Graciano - Hoje em Dia
22/08/2013 às 23:59.
Atualizado em 20/11/2021 às 21:14

O filme se repetiu. Assim como nas fases finais da Libertadores, o Atlético sofreu um apagão quando parecia que iria conquistar um bom resultado fora de casa e saiu derrotado por dois gols de diferença. No confronto de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, realizado no Maracanã, o Galo pecou nas finalizações, falhou na marcação e deixou que o Botafogo vencesse o duelo desta quinta-feira (22) por 4 a 2. 

O prejuízo poderia ter sido ainda maior, não fosse o gol de Guilherme nos últimos minutos do confronto, que reacendeu a esperança dos atleticanos para o duelo de volta. Com o tento anotado, uma vitória por 2 a 0 ou 3 a 1 manterá vivo o sonho do título da Copa do Brasil. Porém, será preciso que a torcida acredite no improvável novamente.

Os clubes voltam a se encontrar na próxima quarta-feira, às Durival Britto.

Jogo franco

Desde quando as bolinhas cruzaram o destino de Atlético e Botafogo nesta Copa do Brasil, muitos lamentaram o confronto precoce entre as equipes, afirmando que elas poderiam se enfrentar em uma fase mais adiante. E os clubes justificaram o porquê dessa expectativa no embate desta quinta-feira. Mesmo desfalcados de duas peças fundamentais (Seedorf e Tardelli, respectivamente do lado carioca e mineiro), mostraram um bom futebol, apresentando boas alternativas durante quase todos os 90 minutos. 

O Atlético foi quem iniciou melhor a peleja. Abusando da velocidade, deixou a defesa botafoguense confusa, muito pela inversão de Fernandinho, que atuou do lado direito, enquanto Luan caiu pela ponta-esquerda. Era um time arisco, que em cada contra-golpe relembrava um pouco aquela equipe da primeira fase da Libertadores.

Essa característica marcante rendeu bons frutos. Foram dois lances perigosos em sequência, com Fernandinho e Luan, ambos não entrando por mero capricho. Mas no terceiro não teve perdão. Aos 19 minutos, o baixinho Luan roubou a bola ainda no campo atleticano e lançou Ronaldinho em profundidade. Aí veio a hora do craque, que matou a marcação carioca com um passe que só ele consegue fazer, deixando Marcos Rocha de frente para o crime. O ala só teve o trabalho de cutucar para a rede e sair para o abraço. Que jogada fulminante! 1 a 0.

Até esse momento, o Botafogo era um deserto de ideias. Toques rapidos aqui e acolá, mas ainda sentindo falta da criatividade que Seedorf dava ao time. Mas já que estava no prejuízo, passou a ser mais combativo, indo à frente mais na vontade. E assim “acordou” para o jogo, empatando-o aos 29 minutos, quando a bola caiu nos pés de Lodeiro após bate-rebate na entrada da área mineira. O uruguaio, com capricho, mandou de canhota no canto oposto, tirando Victor da jogada. Golaço, que lembrou muito o anotado por ele no duelo de duas semanas antes, no Independência. 1 a 1.

Após a igualdade, a movimentação dos dois lados continuou constante. Vitinho quase virou a partida minutos depois, quando chutou com capricho buscando o canto baixo, mas a bola saiu pela linha de fundo. Luan respondeu em seguida, quando puxou um belo contra-ataque, mas pecou na hora de dar o último passe. Não saiu outro gol até os clubes descerem para o vestiário, mas o jogo ficou muito interessante.

Desequilíbrio

A etapa complementar prometia ser tão equilibrada quanto os 45 minutos iniciais. Eram duas boas equipes, com opções de saída de jogo, que se revezavam no domínio do duelo. Mas um erro logo no início serviu de fiel da balança. Aos três minutos, Lodeiro recebeu sozinho na ponta-esquerda. Ao tentar centrar a bola, o zagueiro Leonardo Silva colocou o pé à frente para fazer o corte, mandando contra o patrimônio. 2 a 1.

Surpreendentemente, o Atlético ficou muito afoito após tomar a virada. Ainda tinha as descidas em velocidade, mas abusava das jogadas individuais e das assistências pouco produtivas. Do outro lado, o Botafogo manteve sua postura sóbria. E assim chegou ao terceiro tento, quando trocou passes na entrada da área mineira até que a pelota caísse nos pés de Rafael Marques, que mandou com força ao gol de Victor. A bola ainda resvalou em Júnior César antes de tomar o caminho das redes. 3 a 1.

O Atlético até tentou modificar a história. Cuca abriu a equipe, colocando Guilherme no lugar de Josué, mas pecava na troca de passes quando chegava na intermediária, se mostrando assustadoramente inseguro. Na defesa também falhava. E em uma dessas, o Botafogo chegou ao quarto, quando Vitinho aproveitou descuido de Pierre e Leonardo Silva e mandou com força para o barbante. 4 a 1.

Botafogo furou a defesa atleticana em quatro oportunidades, a última com Vitinho (Foto: WAGNER MEIER/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO)

Aos 44, quando o placar de 4 a 1 parecia muito elástico pelo o que foi a partida em um todo, o Atlético diminuiu o marcador. Ronaldinho, sempre ele, deu um belo passe para Guilherme, que recebeu livre na entrada da área para tocar com classe por cima de Jefferson. 4 a 2.

O drama foi amenizado. O gol anotado nos últimos colocou o Atlético de volta na briga. Foi uma nova esperança. Reverter uma diferença de três tentos seria complicado, até mesmo no Horto. Agora, precisando vencer por 2 a 0 para avançar às quartas, o Galo se apegará ao histórico recente da Libertadores. A torcida alvinegra precisa acreditar, como sempre.

FICHA DO JOGO

BOTAFOGO 4 X 2 ATLÉTICO

Botafogo: Jefferson, Gilberto, Bolívar, Dória, Vitinho (Lucas Zen); Rafael Marques. Técnico: Oswaldo de Oliveira

Atlético: Victor, Marcos Rocha, Alecsandro). Técnico: Cuca

Gols: Marcos Rocha (aos 19'), Lodeiro (aos 29' do 1º tempo); Leonardo Silva (contra) (aos 3'), Rafael Marques (aos 10'),Vitinho (aos 40') e Guilherme (aos 44' do 2º tempo)
Motivo: Jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil
Data: 22 de agosto de 2013
Estádio: Maracanã
Cidade: Rio de Janeiro
Árbitro : Paulo Godoy Bezerra (SC)
Árbitros assistentes: Herman Vani (SP) e Celso Barbosa de Oliveira (SP)
Público: 16.153 pagantes
Renda: R$ 668.975,00
Cartões amarelos: Luan (Atlético); Marcelo Mattos, Gabriel e Gilberto (Botafogo)

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