"Estou vivendo um momento muito especial em BH", diz Fernandinho

Gláucio Castro - Hoje em Dia
15/10/2013 às 07:35.
Atualizado em 20/11/2021 às 13:20

Disputar um clássico é o sonho de todo atleta. Mas deixar o gramado diante do maior rival consagrado como herói é uma façanha que poucos têm o privilégio de alcançar.

O atacante Fernandinho, do Atlético, pode se considerar um iluminado. Na primeira apresentação contra o Cruzeiro, líder do Campeonato Brasileiro, teve atuação destacada. De quebra, marcou um golaço, que deu a vitória ao Galo, no último domingo, para festa da Massa presente no Independência.

Vivendo um dos melhores momentos da carreira, o jogador convive com a alegria pelo bom futebol apresentado e a incerteza de não saber se poderá defender o Atlético no Mundial de Clubes, em dezembro, no Marrocos.

O gol contra o Cruzeiro foi um dos mais bonitos da sua carreira?

Foi um dos mais bonitos sim, até pelo momento, pelo jogo, meu primeiro clássico. Vai ficar marcado. Eu recebi a bola do Marcos Rocha e dominei errado. O Bruno (Rodrigo) achou que dava para ele, mas eu consegui tirar com a ponta do pé. Então, eu vi que a bola ficou bem posicionada e dava para eu bater daquele jeito, de chapa, como a gente fala.

Foi seu melhor jogo pelo Galo?

Pela dificuldade do clássico, foi sim. Teve um gosto especial ganhar do Cruzeiro.

Como foram as horas seguintes ao clássico?

Foi legal, foi bacana. Foi difícil para dormir. Fiquei relembrando o gol e outros lances. Fiquei muito feliz pela partida que eu e a equipe fizemos.

E como você avalia a experiência do primeiro confronto diante do Cruzeiro?

É um jogo muito bom de jogar. Agradeço a Deus por ter participado deste clássico e ter sido abençoado com um gol. A equipe toda teve muita vontade de vencer do início ao fim.

Surpreendeu o comportamento mais defensivo do rival?

Achava que eles iam ser mais agressivos. Mas tem o mérito da nossa defesa, da nossa marcação. Tivemos atitude desde o início, o que foi fundamental para a vitória.

Você veio para substituir o último grande ídolo revelado pela base do clube. Imaginava que a adaptação seria tão rápida como aconteceu?

Confesso que não imaginava mesmo. Mas fui muito bem recebido aqui no Atlético. O apoio do grupo foi fundamental para essa adaptação. Foi coisa de Deus para tudo acontecer desta forma. Espero continuar colaborando com o time.

Como fica a expectativa de ainda não saber se vai poder ou não ser inscrito no Mundial de Clubes, em dezembro?

Estou tranquilo quanto a isso. Quero muito jogar, estar com meus companheiros da melhor forma possível, mas vai depender da vontade de Deus.

Você está vivendo o melhor momento da sua carreira?

Se não for o melhor é um dos melhores, certamente. Estou vivendo coisas muito especiais no meu retorno ao Brasil. Quero dar continuidade e coroar com chave de ouro no fim de ano.

No início, algumas pessoas o criticaram pela expulsão na estreia pelo clube e por prender demais a bola. Como recebeu essas críticas?

Não fiquei sabendo das críticas e procuro não dar ouvido para aquilo que me faz mal e o que não é bom para mim. Procuro seguir fazendo o meu trabalho da melhor maneira possível.

Como foi a experiência em sua passagem pelos Emirados Árabes?

É bem diferente daqui, mas não foi difícil. O país é muito bom, muito gostoso para viver. Curiosamente, o que menos tem lá são árabes. Muitos estrangeiros moram naquela região. Como lá a gente treina menos, você acaba tendo mais tempo para ficar com a família, o que te deixa mais feliz.

Como você fazia para se comunicar?

Tinha que ser no inglês. Estou estudando. Agora, com a mudança para cá, tive que parar, mas estou procurando um professor aqui em Belo Horizonte para mim e para minha mulher.

Passou algum aperto lá por causa dos costumes diferentes e da cultura?

Com certeza. Devo ter dado algumas escorregadas, claro. Mas não foi nada que me comprometesse. Nem lembro mais.

Eles não implicavam com seu cabelo?

Eles não gostavam do moicano. Mandaram até um relatório para o clube pedindo para eu tirar. Acham meio louco e não querem que as crianças imitem.

E esse corte atual, como surgiu?

É um estilo que eu adotei depois que voltei para o Brasil. Eu usava o moicano, mas não aguentava mais, porque era complicado para dormir nos aviões ou nos ônibus, quando eu ia encostar a cabeça.

Como está a vida em Belo Horizonte?

Estou adorando. Muitos jogadores me falavam que era bom morar aqui e agora eu estou comprovando isso. É menos agitado que São Paulo. Estou bem adaptado.

Já conseguiu passear muito pela cidade?

Ainda não tive muito tempo, nem para visitar os pontos turísticos, como a Lagoa da Pampulha. Vou mais a restaurantes, principalmente de comida japonesa, que eu adoro. Mas agora também estou apaixonado pela torcida mineira. 

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