No apagar das luzes, Atlético empata com o Tijuana e traz vantagem para o Horto

Wallace Graciano - Hoje em Dia
23/05/2013 às 23:42.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:58

Na raça, como gosta o torcedor alvinegro. Quando tudo caminhava para uma vitória do Tijuana sobre o Atlético, nesta quinta-feira (23), no México, Luan achou brecha onde não tinha e igualou o marcador em 2 a 2. O resultado pode ser encarado como uma vitória para o Galo, que chegou a estar perdendo por 2 a 0, mas se superou para trazer uma importante vantagem para Belo Horizonte. Agora, se não sofrer nenhum gol, ou empatar por 1 a 1, o time alvinegro estará na semifinal da Copa Libertadores.    Os clubes voltarão a se encontrar na próxima quinta-feira (30), no Independência, quando o Atlético terá a mística do Horto a seu favor para tentar avançar à fase seguinte. Antes, o Galo viaja ao Paraná,  onde encara o Coritiba, no Couto Pereira, no jogo que marcará sua estreia no Brasileirão.    Pouco inspirado   O estádio Caliente não leva este nome por acaso. Localizado em uma cidade conhecida por seu clima árido, o palco do duelo entre Tijuana e Atlético foi erguido sob uma fonte termal, o que obrigou que tivesse como superfície a grama sintética, já que a natural não cresce ali. Esse tipo de relva faz com que um “outro tipo de futebol seja praticado”, já que a bola não percorre da forma como estamos acostumados, ficando mais rápida e com quiques mais curtos. E esse foi um dos fatores que influenciaram diretamente no rendimento do time mineiro no primeiro tempo.   Isso porque o Galo não soube se adaptar bem à superfície. Ao invés de buscar jogadas curtas para a saída de jogo, os comandados de Cuca tentaram não mudar seu estilo de jogo de velocidade e troca de passes em diagonal. Com isso, vários jogadores perderam o “tempo de bola”, não conseguindo ligar contra-ataques ou mesmo proteger a retaguarda.

Tardelli e Luan anotaram os gols do Atlético (Omar Torres/AFP)

  Íntimos da superfície, os “Xolos”, como são conhecidos os mexicanos, souberam aproveitar essa fragilidade adversária, principalmente ao utilizarem as tabelas para chegar ao rival. Nesse tipo de jogada, ameaçaram o Galo em três oportunidades no primeiro tempo. Uma delas entrou.    Aos 31 minutos, Riascos tabelou pela extrema esquerda. A defesa do Atlético foi afobada no bote e deixou espaços para o jogador receber na entrada da área. Ali não teve perdão. O camisa 20 chutou cruzado, no contra-pé de Victor, para abrir o marcador. 1 a 0.   O placar não mudou até o final da primeira etapa. Obviamente, a superfície do estádio Caliente foi determinante em algumas jogadas, mas nada justifica o Atlético ter chutado somente duas vezes à meta defendida por Saucedo, enquanto o rival tentou oito, cinco delas com grande perigo. Era justo o resultado na virada da partida.   Gol que pode ser decisivo   O segundo tempo prometia maior movimentação. E assim foi. Logo no rolar da bola, o Atlético, que queria ao menos furar a até então invicta defesa dos “Xolos”, chegou a ameaçar com Luan, quando Saucedo tirou a bola na cabeça do “Coalhada”. A resposta mexicana veio aos seis minutos, quando Fidel Martinez, ex-Cruzeiro, perdeu uma incrível chance de aumentar o marcador, quando cabeceou livre para fora. O problema é que ele não repetiu o “feito” no lance seguinte.   Aos sete minutos, Moreno recebeu pela ponta-direita e tentou encobrir Victor, que estava adiantado. O arqueiro alvinegro fez uma belíssima defesa, mas a defesa não teve a mesma competência. Dormiu no ponto e deixou Fidel Martinez pegar o rebote livre para ampliar a diferença. 2 a 0.    O segundo tento do rival acordou o Atlético de vez para a partida. Antes oscilante, mas com pouca presença ofensiva, o time alvinegro passou a mostrar maior ímpeto na frente. E não demorou a ser premiado. Aos 21 minutos, Ronaldinho cobrou escanteio pela direita. A bola foi desviada no primeiro pau e sobrou para Tardelli, livre, completar para a rede. Pela primeira vez o Tijuana sofria um gol em seus domínios. 2 a 1.    A zaga dos "Xolos", antes intransponível, se mostrou vulnerável. Conforme o Atlético tomou “gosto pela coisa” e avançava rumo ao ataque, algumas brechas eram deixadas. Tanto foi, que o Galo arriscou em cinco outras oportunidades, todas próximas da área. O goleiro Saucedo se safava como podia e tudo caminhava para uma sofrida vitória por um gol de diferença. Caminhava...   Já na “bacia das almas”, aos 46 minutos, Tardelli achou Luan pelo meio. O rápido atacante recebeu a pelota, trombou com a zaga e, na raça, completou para as redes. 2 a 2, para delírio da massa alvinegra. Era mais que um gol. Era o tento que mudava toda a história da partida e colocava o Atlético com bela vantagem para o jogo do Horto. Se não for vazado em nenhuma oportunidade, o Galo estará na semifinal da Libertadores. E quem é visitante no Independência não costuma a trazer boas histórias...   Luan celebra o gol anotado nos acréscimos (Foto: RAMIRO FUENTES/AFP)   FICHA TÉCNICA   TIJUANA 2 X 2 ATLÉTICO   Tijuana: Cirilo Saucedo, Juan Carlos Nuñez, Javier Gandolfi, Oliver Ortíz, Edgar Castillo; Cristian Pellerano, Fernando Arce, Richard Ruíz (Daniel Marquez); Alfredo Moreno (Joe Corona), Fidel Martínez (Piceno) e Duvier Riascos. Técnico: Antônio Mohamed   Atlético: Victor, Marcos Rocha, Gilberto Silva, Réver, Júnior César; Pierre, Leandro Donizete (Josué), Ronaldinho, Bernard (Luan); Diego Tardelli e Jô (Alecsandro). Técnico: Cuca   Gols:Duvier Riascos (aos 31' do 1º tempo);  Fidel Martinez (aos 7') e Diego Tardelli (aos 20') e Luan (aos 46' do 2º tempo) Motivo: Jogo de ida das quartas de finais da Copa Libertadores Data: 23 de maio de 2013 Estádio: Caliente Local: Tijuana (MEX) Árbitro: José Buitrago Auxiliares: Wilmar Navarro e Wilson Berrio Cartões amarelos:  Cristian Pellerano (Tijuana); Pierre e Tardelli (Atlético)

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por