Rodrigo Caetano revela orgulho em fazer parte do Galo (Pedro Souza / Atlético)
Rodrigo Caetano é um dirigente esportivo com uma carreira consolidada. No Brasil, venceu os principais campeonatos disputados, três deles pelo Galo, time do qual é o atual diretor de futebol.
Aos 53 anos, está entre os pioneiros no cargo de executivo de futebol e é referência no mercado nacional pelos trabalhos bem-sucedidos em clubes da elite do futebol nacional. O dirigente, além do Galo, trabalhou também nos dois grandes do Sul, Grêmio e Internacional, no Rio de Janeiro, fez um grande serviço no Flamengo, foi campeão no Vasco e é lembrado por todos no Fluminense.
Como diretor executivo e gerente de futebol venceu o Campeonato Brasileiro duas vezes, foi campeão da Copa do Brasil também em duas oportunidades, além de vários títulos regionais e outras campanhas de destaque no cenário esportivo.
Rodrigo Caetano bateu um papo com o Hoje em Dia e falou sobre as tarefas diárias de um dirigente à frente de um time que ficou acostumado a vencer títulos nos últimos anos, com uma torcida apaixonada e exigente.
Como está a rotina de trabalho do Rodrigo Caetano, diretor de futebol de um dos maiores times de futebol da atualidade, com uma torcida que está acostumada a ganhar títulos?
Não é fácil, um trabalho árduo, que suga muito e mexe bastante com o nosso emocional. Mas tenho muito orgulho de fazer parte dessa massa. Estive aqui nas últimas conquistas e sei o quanto o atleticano é apaixonado por essa equipe. Qualquer pessoa, em qualquer local do Brasil sabe a importância da torcida atleticana, do amor que ela tem pelo time. Talvez seja uma das poucas que o time toma um gol e ela se levanta prontamente para cantar e incentivar. Isso é contagiante.
Apesar de grandes ídolos e medalhões do futebol, o Atlético também tem dado oportunidade para jovens garotos. Como administrar essa disparidade dentro do mesmo elenco?
Estive no último jogo do Galinho no Campeonato Brasileiro sub-20, realmente não merecíamos sair da competição por saldo de gols, fomos muito melhores que o Corinthians, mas o futebol tem dessas coisas. Teve a classificação do sub-17 também na goleada sobre o Cruzeiro que temos que destacar, revertendo um resultado contra.
No Atlético, temos o Rubens, Isaac, Cadu, Gabriel Delfim, e Vitor Gabriel, entre outros, que se espelham muito nos nossos maiores jogadores. Não vejo como disparidade, mas sim um espelho para esses atletas. O Hulk, por exemplo, é um jogador excepcional, pontual, dedicado, esforçado e que pode servir muito bem como exemplo para esses que estão despontando no profissional.
O Atlético perdeu alguns atletas na temporada, contratou outros, mas a torcida já clama por reforços, principalmente para o ataque. O Atlético, mesmo com pouco investimento, vai buscar jogadores para reforçar o elenco? Deyverson, ex-Palmeiras e Cuiabá, pode ser um deles?
Vamos avaliar com a nossa comissão técnica e com os 4Rs. Temos peças que estarão de volta em breve, que é o caso do Arana, do Allan, Kardec e Igor Rabello, e serão grandes reforços para o nosso elenco. É claro que precisamos de pensar sempre em melhorar, mas é preciso enxergar algo que realmente possa valer a pena no mercado, não simplesmente investir sem ter de onde tirar. Esse nome citado nunca fez parte dos planos do Galo.
Sobre a Arena MRV, qual a sua expectativa para a abertura do local para receber jogos do Galo?
Não podemos precisar uma data certa, mas podemos falar que gostaríamos que isso acontecesse o quanto antes. Acho que esse é o desejo não só dos atleticanos, mas talvez de todas as torcidas do Brasil, talvez até dos jornalistas. É um estádio de primeiro mundo, belíssimo e tenho certeza que ele fará muita diferença a favor do Galo.
E como está a situação do Atlético com relação ao Mineirão? Além do problema de custos altos para jogar no estádio, os jogadores têm reclamado bastante com relação ao gramado, o time vai continuar a mandar os jogos no Gigante da Pampulha?
Vamos continuar atuando no Mineirão, principalmente em jogos que demandam grandes públicos. É o estádio que realmente comporta a torcida do Galo para jogos maiores, enquanto a nossa Arena MRV não fica à disposição. Tivemos o ônus em relação a multa da Conmebol, com respeito ao gramado, um problema que esperamos que seja resolvido pela Minas Arena. Quero aproveitar para agradecer o América por mandarmos algumas das nossas partidas na Arena Independência.
Falando um pouco sobre os jogadores, recentemente tivemos uma organizada do Atlético que se manifestou sobre o atacante Vargas. Qual o papel do diretor de futebol neste caso?
O Vargas é um jogador fundamental para o time, foi muito importante na conquista de 2021, e ano passado quando perdemos o Hulk por lesão. Ele se perdeu um pouco após a expulsão contra o Palmeiras, situação que deixou ele bastante triste, mas decidiu permanecer no Galo, apesar de algumas propostas que recebeu na época. A torcida do Atlético tem todo o direito de protestar, desde que seja de maneira pacífica, sem incitar ou praticar violência, e foi assim que enxerguei essa manifestação.
E qual a sua expectativa para a campanha do Galo nas competições que ainda restam na temporada. O Galo vai levantar pelo menos mais um título no ano?
Vamos por partes. O nosso primeiro objetivo do ano era conquistar o tetracampeonato mineiro e nos classificarmos para a fase de grupos na Copa Libertadores da América e conquistamos com êxito. Além disso, estamos nas oitavas de final da Copa do Brasil, contra um grande adversário, é claro, mas com grandes chances de avançar, mesmo sabendo que vamos decidir o duelo em Itaquera.
Vamos aguardar o que vem pela frente, que sabe com a chegada de algum reforço, lembrando que não estou cravando, mas depois dessa janela poderemos saber de nossas pretensões para a temporada, lembrando que o objetivo é brigar na ponta da tabela do Campeonato Brasileiro e avançar de fase na Copa Libertadores.
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