'Batida de trânsito' no Azerbaijão gera críticas ao comportamento de Sebastian Vettel

Rodrigo Gini
Hoje em Dia - Belo Horizonte
26/06/2017 às 20:13.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:16
 (VALDRIN XHEMAJ/AFP)

(VALDRIN XHEMAJ/AFP)

Colisões e manobras intencionais para prejudicar adversários não são propriamente uma novidade no Mundial de Fórmula 1. Mesmo lendas do esporte como Michael Schumacher, Ayrton Senna e Alain Prost têm, no currículo, episódios em que deixaram de lado o bom senso e o espírito esportivo para alcançar os objetivos desejados.

Mas a manobra de Sebastian Vettel na 21ª das 51 voltas do GP do Azerbaijão, oitava etapa da temporada, nas ruas de Baku, trouxe à tona novamente os limites da rivalidade na pista, especialmente devido às circunstâncias. O pelotão, liderado por Lewis Hamilton, trafegava atrás do safety car, em velocidade reduzida.

Na Curva 16, o inglês da Mercedes reduziu ainda mais o ritmo, surpreendendo Vettel, que vinha logo atrás e não conseguiu evitar a colisão – a telemetria descartou que o britânico tenha freado de propósito para prejudicar o adversário.

Irritado, o tetracampeão emparelhou sua Ferrari com a Mercedes do rival e, enquanto gesticulava, acabou jogando o carro no do rival, provocando uma colisão totalmente injustificada.

Para muitos no circo, não apenas ligados à Mercedes, o gesto do alemão foi imperdoável e a punição de 10 segundos parado no box, branda demais para uma ação deliberada. Por outro lado, mostrou que a disputa entre Vettel e Hamilton vai incendiar o restante do campeonato.

“Foi um momento de perda total de controle, algo provocado pelo calor do momento”, opina Christian Horner, diretor-principal da Red Bull, que trabalhou seis anos com Vettel. “Será uma batalha emocionante ao longo do ano”, completa. Daniel Ricciardo, que herdou a vitória para a equipe do touro vermelho seguiu a mesma linha para falar do ex-companheiro. “Seb as vezes não pensa antes de agir

E se Toto Wolff, principal dirigente da Mercedes, preferiu ser diplomático, Niki Lauda, também dirigente da escuderia, chamou Vettel de maluco. Maurizio Arrivabene respondeu pela Ferrari de forma lacônica. “Falem o que quiserem”.

Impaciência
Vettel, que ainda no carro disse não entender o motivo da punição por direção perigosa, vem se mostrando cada vez mais distante na pista do piloto simpático e atencioso com os fãs. No ano passado, diante das limitações do equipamento da Ferrari, começou a se desentender com retardatários. Chegou a fazer pesadas críticas a Felipe Massa (sem razão), a usar o rádio para externar sua raiva e, mesmo nos acidentes em que foi culpado, preferiu atribuir a responsabilidade aos rivais.

Agora que volta a brigar pelo título, o piloto de Heppenheim parece ter cegado o lado racional. Mesmo a imprensa italiana fala em exagero do piloto e atribui a ele a culpa pelo incidente.

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