Batizado em homenagem ao Atlético, time de Moçambique faz 'vaquinha' para jogar torneio

Frederico Ribeiro
fmachado@hojeemdia.com.br
05/02/2018 às 15:55.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:09
 (Reprodução/Facebook)

(Reprodução/Facebook)

O Clube Atlético Mineiro de Tete não tem este nome por causa da grande mina de carvão em Moatize, em Moçambique. O batismo de um clube com cunho social, na África, se deve principalmente à passagem de Ronaldinho no Galo. 

A equipe fundada em 2013 ganhou as cores e o emblema do alvinegro mineiro. Agora, quer juntar 5 mil dólares (ou R$ 15 mil) para alçar voos maiores. Para tanto, criou uma campanha de arrecadação online no site "kickante", aberta para qualquer quantidade de contribuição. A campanha pode ser acessada neste link.

Até o momento, restando 55 dias de campanha, foram levantados R$ 1,240, o equivalente a 8% do total. A grana servirá para cobrir gastos de viagem e equipamentos em busca de um lugar ao sol no futebol local. Afinal, o Atlético de Tete tem a possibilidade de disputar uma liga de acesso à Segundona do Campeonato Moçambicano, além de ter chances de disputar as eliminatórias da Taça de Moçambique (a Copa do Brasil de lá).

"Nosso time tem quatro anos de existência e jogávamos no escalão de juniores (sub-20). Este pedido de apoio é para participarmos pela primeira vez no Campeonato de Seniores. E quem vence este Campeonato,  é qualificado para Segunda Divisão Nacional.  Jogaremos o Campeonato Provincial de Seniores de Tete e poderemos participar das eliminatórias da Taça de Moçambique", explica Edy Carvalho, responsável pelo projeto e técnico do time, ao Hoje em Dia. Reprodução/Facebook / N/A

Atlético de Tete usa uniformes do Atlético doados pelos "Embaixadores do Galo"

NASCIMENTO

O projeto surgiu numa aldeia de crianças carentes - Orfanato Aldeia das Crianças (SOS) - em Tete, província da região central de Moçambique. O CAMT foi fruto da inspiração dos responsáveis pelo projeto ao ver o Galo no Mundial 2013, com Ronaldinho na condição de astro.

Desde então, a equipe que recebeu uniformes e outros aparatos das mãos dos Embaixadores do Galo vêm disputando competições. Numa delas, o Campeonato Pronvincial de Juniores de 2017, foi a vice-campeã. Agora, precisa arrecadar 5 mil dólares para tentar ganhar o Campeonato Provincial de Seniores e alcançar a Segundona. Um feito de grande proporção.

"Na verdade até os custos podem superar estes 5 mil dólares mas achamos que é um bom argumento para jogarmos sem muitas dificuldades", diz Edy.
O CAMT, além de ter Ronaldinho como ligação direta ao Atlético, também teve influências de brasileiros torcedores do Galo que foram transferidos pela Vale a trabalho. A empresa mineradora tem a concessão de uma grande reserva de carvão em Moatize, na mesma região de Tete.

"No início nem imaginávamos que nosso time se chamaria Atlético. Tínhamos 3 opções de nome na mesa: o Tottenham-ING, o Sporting-POR é por último surgiu o Galo. Porque na mesma altura, em dezembro de 2013, o Atlético jogava o Mundial de Clubes, foi só a gente ver o Ronaldinho é escolher o nome Galo. Era contagiante", completa Edy, que imagina um reconhecimento oficial vindo do Atlético.

"Contato (com o Atlético) sempre tivemos com os atleticanos 'Embaixadores do Galo'.  Não tenho contato direto com eles, mas enviaram recentemente material completo para 2018 através dos Embaixadores do Galo. Acho que temos que trabalhar muito até eles (Atlético) nós reconhecerem como afiliados oficias, acho que vai acontecer naturalmente, no tempo certo".

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