Brasil coloca em jogo contra a Costa Rica sua invencibilidade diante de 'coadjuvantes' em Copas

Frederico Ribeiro
ENVIADO ESPECIAL
21/06/2018 às 13:23.
Atualizado em 10/11/2021 às 00:53
 (PIERRE-PHILIPPE MARCOU/AFP)

(PIERRE-PHILIPPE MARCOU/AFP)

SÓCHI (Rússia) - A atual campeã do mundo, Alemanha, estreou perdendo de 1 a 0 para o México. No Grupo H, Japão e Senegal impuseram derrotas às favoritas Colômbia e Polônia, respectivamente. Ontem, a Dinamarca parou na Austrália. Encarar as seleções dos países que integram as confederações que nunca decidiram a Copa do Mundo, algo restrito a sul-americanos e europeus, tem sido cada vez mais difícil. Menos para o Brasil. E o desafio do time de Tite diante da Costa Rica, nesta sexta-feira (22), às 9h (de Brasília), em São Petersburgo, é manter o excelente retrospecto brasileiro diante dos “coadjuvantes”, até porque, vencer é fundamental para a sobrevivência da equipe no Grupo E.

A geografia da Fifa é própria. A entidade não considera a América um continente único. Ela é dividida em duas partes. A América do Sul forma a Conmebol e a América do Norte, Central e Caribe a Concacaf. Além disso, apesar de estar na Oceania, por questões técnicas, a Austrália participa das competições organizadas pela entidade máxima do futebol pela Ásia.

Nas 20 edições de Copa já disputadas, apenas sul-americanos e europeus já chegaram à final. Seleções da África, Ásia, Oceania e América do Norte, Central e Caribe alcançaram, no máximo, as semifinais, mesmo assim, isso só aconteceu duas vezes, com os Estados Unidos, terceiro colocado em 1930, no Uruguai, e Coreia do Sul, quarta em 2002, quando dividiu a organização da Copa com o vizinho Japão.

O confronto desta sexta-feira, contra a Costa Rica, será o 20º da Seleção Brasileira contra os “coadjuvantes” em Copas do Mundo. E nos 19 jogos anteriores, foram 18 vitórias e apenas um empate, por 0 a 0 com o México, na segunda rodada da fase de grupos de 2014, em partida que teve o goleiro Ochoa eleito o melhor em campo pela Fifa.

A Costa Rica já foi adversária do Brasil em duas oportunidades na Copa do Mundo. E a Seleção venceu ambas, fazendo 1 a 0 em 1990, na Itália, e 5 a 2 em 2002, na Coreia do Sul e Japão, na partida que fechou a participação brasileira na fase de grupos.
Dos 19 confrontos do Brasil contra “coadjuvantes” em Copas, 17 foram pela fase de grupos, como o desta sexta-feira, diante da Costa Rica. Os outros dois foram pelas oitavas de final e ambos são históricos.

Em 4 de julho de 1994, com um jogador a menos em campo, pois Leonardo foi expulso aos 41 minutos da primeira etapa, por dar uma cotovelada em Tab Ramos, o Brasil fez 1 a 0 nos Estados Unidos no dia em que eles comemoravam a sua Independência. O jogo ficou marcado pela declaração de Bebeto, autor do gol, a Romário, que lhe fez a assistência, dizendo: “Eu te amo”.

Doze anos depois, na Alemanha, o Brasil encarou Gana nas oitavas de final. E o gol de Ronaldo logo aos cinco minutos de jogo fez do Fenômeno o maior artilheiro geral da história das Copas, com 15 gols, um a mais que o alemão Gerd Müller, que marcou 14.

Curiosamente, em 2014 o feitiço virou contra o feiticeiro, pois Ronaldo perdeu em casa, assim como Müller, a condição de maior goleador geral dos Mundiais, e para um alemão, Klose, que com seu gol nos 7 a 1 da Alemanha sobre o Brasil chegou a 16.

HISTÓRIA

Único país a participar de todas as Copas do Mundo disputadas, o Brasil, na 21ª edição, que está sendo disputada na Rússia, vai encarar pelo menos um “coadjuvante” pela 14ª vez. Essa história começa com o jogo de abertura de 1950, quando a Seleção fez 4 a 0 no México num Maracanã que ainda não estava totalmente pronto.

Desde 1982, o Brasil sempre encara pelo menos um “coadjuvante” em Copa, sendo que o confronto desta sexta-feira, contra a Costa Rica, em São Petersburgo, significará 0 décimo Mundial seguido com esse tipo de jogo.

O recorde foi registrado em 2006, na Alemanha, quando o Brasil teve Austrália e Japão como adversários na fase de grupos e ainda encarou Gana nas oitavas de final.

O último confronto com um “coadjuvante” foi num momento de pressão, como o que vive neste momento o time de Tite. Pela última rodada da fase de grupos de 2014, o Brasil encarou Camarões, no seu 100º jogo em Copas do Mundo, no Mané Garrincha, em Brasília.VANDERLEI ALMEIDA/AFP

Fred marcou sobre Camarões seu único gol na Copa do Mundo de 2014, onde foi muito contestado pela baixa produção

E goleou por 4 a 1, com Neymar brilhando e marcando dois gols. Os outros foram de Fred, que era muito contestado, e de Fernandinho, que nesta sexta-feira estará no banco de reservas do time de Tite, que já tem uma marca negativa neste Mundial da Rússia, pois o Brasil não empatava em estreias há 40 anos, e com certeza não quer somar mais uma, até porque, derrota para a Costa Rica é sinônimo de eliminação para a Seleção Brasileira.

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