Calendário de 2017 pode colocar Atlético e Cruzeiro 85 vezes em campo

Alexandre Simões *
asimoes@hojeemdia.com.br
20/12/2016 às 10:25.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:09
 (Lucas Prates/ Hoje em Dia)

(Lucas Prates/ Hoje em Dia)

Entrar em campo mais de 80 vezes, com uma rotina que o calendário obriga que seja de partidas às quartas e domingos e ainda correndo o risco de ter longas viagens pela América do Sul. Este é o cenário que aguarda Atlético e Cruzeiro em 2017, e até mesmo o América, que apesar de não participar de nenhuma competição internacional no ano que vem, pode ter que disputar mais de 70 partidas.

O calendário do futebol brasileiro foi atingindo em cheio pelas mudanças promovidas pela Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) nas suas duas competições de clubes, as Copas Libertadores e Sul-Americana.

Os torneios, que eram disputados em períodos diferentes e com cerca de seis meses de duração, passaram a ser simultâneos e durante quase todo o ano.

Além disso, o número de clubes brasileiros na Copa Libertadores aumentou de cinco para sete, sendo que no ano que vem, a Chapecoense, com o título simbólico da Sul-Americana, também irá jogar.

E a Copa Sul-Americana, que não recebia grande atenção dos clubes brasileiros, passará a ser mais atrativa, pois além de uma vaga na Libertadores do ano seguinte, terá um nível técnico mais elevado, o que pode proporcionar melhores rendas aos mandantes.

Nos bastidores, o que circula é que as mudanças promovidas pela Conmebol em suas competições de clubes tiveram como objetivo atingir a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), pois a crise na Fifa provocou um racha no futebol sul-americano.

A mudança do calendário afeta principalmente o Brasil pelo fato de ser o único país em que são disputados os campeonatos estaduais.

E eles ficam com uma fatia considerável do calendário, pois são 18 as datas destinadas a eles pela CBF. Quase a metade do que recebem as Séries A e B, que têm 38 rodadas.

Resposta
Com as Copas Libertadores e Sul-Americana indo até o fim da temporada, que já tem a reta final da Série A do Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil, que terá a sua decisão no ano que vem jogada nos feriados de 7 de setembro (ida) e 12 de outubro (volta), a CBF agiu para que sua segunda competição não perdesse espaço.

Ajudada pela pressão que o canal fechado Esporte Interativo faz para adquirir os direitos de televisão das principais competições disputadas no Brasil, a CBF anunciou ontem a renovação do contrato de transmissão da Copa do Brasil, que vai das edições de 2018 a 2022.

E a segunda competição nacional poderá render, só em premiações, até R$ 68 milhões ao seu campeão, desde que ele comece a participar dela na primeira fase.

A comparação com a edição deste ano é absurda. O Grêmio, que faturou o título e entrou na disputa nas oitavas de final, levou de premiação R$ 9 milhões. O Palmeiras, campeão da Série A, levou R$ 17 milhões.

As premiações por posições alcançadas são uma receita importante para os clubes. Mas no Brasil, ficará cada vez mais difícil manter o mesmo nível e ritmo nas várias disputas que o calendário prevê.


Com os 47 clubes participantes conhecidos, a grande expectativa agora é pela divulgação do ranking da Copa Libertadores pela Conmebol para que se possa saber como serão compostos os potes do sorteio da fase de grupos, que será amanhã, às 21h (de Brasília), na sede da entidade sul-americana, que fica em Luque, no Paraguai.

Como vai para a sua quinta participação consecutiva na competição, e o ranking premia principalmente os últimos dez anos da Libertadores, é praticamente certo que o Atlético será cabeça de chave, assim como aconteceu na edição do ano passado.

Além do Galo, devem integrar o Pote 1 Atlético Nacional, da Colômbia, River Plate e San Lorenzo, da Argentina, Peñarol e Nacional, do Uruguai, além de Santos e Grêmio.

Dos 47 clubes, seis disputam a Libertadores pela primeira vez em sua história. E o destaque na lista é a Chapecoense, que foi declarada campeã da Copa Sul-Americana no ano passado após a tragédia envolvendo a sua delegação.

Além do clube catarinense, disputam o principal torneio sul-americano de clubes pela primeira vez, o Zulia (Venezuela), Atlético Tucumán (Argentina), Carabobo (Venezuela), Deportivo Capiatá (Paraguai) e Deportivo Municipal (Peru).

Pela primeira vez disputada durante toda a temporada, pois começará em 23 de janeiro, com os jogos da primeira fase, e terá o jogo de volta da decisão em 29 de novembro, a Libertadores deixa de contar com os clubes mexicanos, pois a federação deles não concordou com a mudança de calendário.

Com isso, todos os países tiveram o número de vagas aumentado, sendo o Brasil o maior beneficiado. O país tem sete vagas fixas na competição. Terá oito clubes no ano que vem porque a Chapecoense entra como campeã da Copa Sul-Americana deste ano.

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