O campeão brasileiro de 1971 e remanescente no vice de 1977 não suportou o empate contra o Guarani em casa. A diretoria do Atlético escolheu, então, um símbolo do futebol nacional para substituir Vantuir Galdino. Carlos Alberto Torres, falecido nesta terça-feira (25), foi chamado pelo presidente Paulo Cury para a missão de salvar o ano de 1998 do Atlético. Uma passagem curta, de apenas 26 jogos, de agosto de 1998 a janeiro de 1999, que culminou com um desentendimento com Toninho Cerezo, então diretor de futebol do clube, e na despedida do clube.

O "capita" não era o nome querido pela torcida do Atlético, que gostaria de ver Emerson Leão novamente no banco de reservas. Ao chegar em Minas Gerais, Torres prometeu "recuperar o prestígio do Galo" que, assim como na atual temporada, havia perdido o Campeonato Mineiro. Carlos Alberto começou bem, vencendo o Grêmio no Olímpico, por 3 a 2, de virada.

Quem abriu o placar foi Guilherme Alves, de pênalti. O jogador se tornaria ídolo do Galo, começando a história alvinegra no ano seguinte, para culminar no sétimo maior artilheiro do clube. Guilherme acabou sendo substituído por uma jovem revelação tricolor. Nada menos que Ronaldinho Gaúcho, em sua 32º participação como profissional do time gaúcho.

Carlos Alberto tomaria o primeiro tombo sob o comando da equipe quando enfrentou o Corinthians de Vanderlei Luxemburgo no Mineirão. O time paulista, que conseguiria o título do Brasileirão em dezembro, atropelou o Galo: show de Marcelinho Carioca e Edilson nos 5 a 1 em Belo Horizonte.

O lateral-direito da Seleção de 1970 teria uma sobrevida ao eliminar o Jorge Wilsterman na Copa Conmebol, mas logo balançaria ao ficar seis jogos sem vencer no Campeonato Brasileiro. Durante este jejum, promoveu a estreia de um lateral-direito ultraofensivo, de nome Paulo César, que veio do Criciúma. Na época com 24 anos, o jogador que completou 42 justamente nesta terça-feira (25), ainda não havia adotado o sobremome "Baier", que o consagraria.

O Atlético conseguiria um resultado promissor na sequência da Copa Conmebol, empate de 1 a 1 contra o Rosário Central, no Gigante de Arroyito. Do outro lado, o técnico canalla era Edgardo Bauza, atual selecionador da Argentina, que foi rival do Atlético na última Libertadores. No jogo de volta, o Galo seria eliminado pelos rosarinos por 1 a 0, em pleno Mineirão, gol de Marcelo Carracedo.

Com apenas o Brasileirão no calendário, Carlos Alberto seguiu com altos e baixos no torneio. Não conseguia vencer como visitante, à exceção de um clássico contra o América, que ficou marcado pelo gol do atacante Edmilson. Na comemoração, o jogador tirou uma cenoura do calção e a mastigou, em clara provocação ao Coelho. O Galo do "capita" terminou com um aproveitamento aceitável, mas acabou ficando fora das fases eliminatórias, terminando em nono lugar e só perdendo a última vaga para o próprio Grêmio, graças a uma vitória a mais dos gaúchos.

Empates épicos
Na campanha comandada por Carlos Alberto Torres no Brasileirão, o Galo sofreu dois empates frustrantes, que entraram para a eternidade. O primeiro, contra o Santos, na Vila Belmiro. Em agosto de 1998, o Galo abriu 3 a 0 na casa santista, mas logo levaria a igualdade em 4 a 4. A lição não foi aprendida. Em outubro, desta vez no Mineirão, o Botafogo pulou na frente, fez 2 a 0, mas o Atlético virou para 5 a 2. Acabou levando três gols em sete minutos.

Briga com Cerezo
​Se preparava para treinar a equipe em 1999, sob a administração do novo presidente Nélio Brant. 

O Atlético convivia com problemas financeiros e Torres entrou em desacordo com Toninho Cerezo. O "capita" reinvindicou um aumento salarial previsto para o segundo semestre daquele ano. Cerezo disse que não seria possível e o ex-lateral foi embora. O volante, ídolo do Atlético, assumiria a equipe naquele ano.

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