Caso helicóptero: Perrella chama piloto de 'estelionatário e safado' e diz que sofreu demais

Henrique André e Fábio Corrêa
Hoje em Dia - Belo Horizonte
05/01/2018 às 15:40.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:36
 (Pedro Gontijo/ Arquivo Hoje em Dia)

(Pedro Gontijo/ Arquivo Hoje em Dia)

Entrevistado na seção Papo em Dia deste fim de semana, o senador Zezé Perrella (PMDB-MG) deu uma pausa no assunto voltado ao esporte para comentar aquela que classifica como uma das maiores decepções dos seus 61 anos de vida. A polêmica causada em novembro de 2013, após a operação da polícia que apreendeu 455 kg de cocaína no helicóptero de uma das empresas da família, ainda mexe com o atual presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro.

Revoltado com a atitude do piloto, com o qual afirma ter tido relação de extrema confiança, Perrella chama Rogério Almeida Nunes de “estelionatário e safado” e diz que o operador da aeronave da Limeira Agropecuária contrariou tudo aquilo que pregava ser.

“Em 2013, o estelionatário e safado do meu piloto, que se dizia evangélico e que dizia eu deveria buscar a Deus, pegou nosso helicóptero para fazer tráfico. Isso me fez sofrer demais, assim como minha família inteira. Às vezes vejo pessoas fazendo graça. O piloto estava grampeado pela Polícia Federal e nestes grampos ele fala abertamente com o resto da gangue que teria 'que esperar o Senador e o filho dele viajarem para fazerem aquela parada'. Estavam todos comprometidos e a polícia sabia que não tínhamos nenhum envolvimento naquele episódio. É o mesmo que pode acontecer com o dono de uma transportadora, caso o motorista enfie cocaína no veículo. Que culpa ele tem?”, diz Zezé. A entrevista na íntegra vai ao ar neste sábado (5), no portal e na versão impressa.

Além de falar sobre a história no Cruzeiro, criticar a gestão de Gilvan de Pinho Tavares e alfinetar o arquirrival Atlético, o senador peemedebista também diz que não se intimida pela repercussão do caso. Em 2014, a música “Baile do Pó Royal”, que fez piada com a situação, venceu um concurso de marchinhas de Carnaval de Belo Horizonte.

“Eu saio muito tranquilo e vou aonde quero. Saio à noite e nem ando com segurança. Claro que algum engraçadinho pode fazer alguma piada, porque o pessoal é maudoso. Se as pessoas quisessem saber realmente o que aconteceu, é muito simples. O delegado da PF, já na época, deu entrevista longa dizendo que nós não tínhamos envolvimento algum neste caso. Nós sempre ajudamos as pessoas em clínicas de drogados e jamais tornamos isso público ou fizemos propaganda disso. Foi uma coisa que me deixou chateado por ter envolvido a minha família, mas pode acontecer com qualquer pessoa. Fui vítima de um canalha que, graças a Deus, foi julgado e pegou dez anos de cadeia. Toda gangue foi desmascarada. Ela tinha ramificações na Colômbia, no Equador, nos Estados Unidos e no México”, afirma Perrella, que acrescenta que, para ele e a família, ficou um prejuízo moral. “Só o fato de ficar explicando isso é uma coisa que machuca muito”, finaliza.

Piloto

O piloto do helicóptero Rodrigo Almeida foi preso no momento do flagrante, em novembro de 2013, junto de mais três homens (um copiloto e dois que esperavam na fazenda para fazer o carregamento da droga). Os quatro foram soltos para responder em liberdade em 2014, mas acabaram condenados em dezembro do ano passado pela Justiça do Espírito Santo. Almeida pegou mais de dez anos de prisão.

Zezé Perrella e o filho, o ex-deputado estadual Gustavo, então sócio da empresa proprietária da aeronave, não foram citados na denúncia. A Polícia Federal (PF) negou envolvimento de ambos no caso.

O primeiro personagem da seção Papo em Dia 2018 é o presidente do conselho deliberativo do @Cruzeiro, o senador Zezé Perrella. A entrevista será publicada no @jornalhojeemdia deste fim de semana. Vale demais a leitura! pic.twitter.com/LrvQVFemqY— HENRIQUE ANDRÉ (@ohenriqueandre) 5 de janeiro de 2018
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