Classificar o time para as semifinais de um campeonato seria motivo para deixar qualquer treinador tranquilo e seguro no cargo. Não em Minas Gerais. Apesar de figurarem na fase final do Mineiro, Diego Aguirre, Givanildo Oliveira e Deivid, técnicos de Atlético, América e Cruzeiro, respectivamente, veem a pressão dobrar.

+ Trabalho dos treinadores de América, Atlético e Cruzeiro é colocado em xeque

No alvinegro, o comandante uruguaio vê a luz vermelha acender. Apesar do segundo lugar na primeira fase do Estadual e da liderança do Grupo 5 da Copa Libertadores, as últimas atuações não foram satisfatórias.

Vindo de duas derrotas consecutivas – 3 a 2 contra o Del Valle, do Equador, e 4 a 2 contra o Tricordiano – o treinador já vê colocado em xeque o rodízio de jogadores para diminuir o efeito da maratona de jogos sobre o grupo.

O descontentamento é tanto, que o presidente Daniel Nepomuceno decidiu intervir e dar as caras na Cidade do Galo. Nesta segunda-feira (11), na reapresentação dos jogadores, o dirigente reuniu-se com grupo e comissão técnica para cobrar atitude.

A gota d’água foi a derrota de anteontem, para o time de Três Corações, em pleno Independência; o terceiro revés do time no Campeonato Mineiro.

“Eu não fui para o campo ontem para perder de 4 a 2 e espero que isso não vá acontecer na quinta (contra o Melgar, do Peru)”. A hora de ganhar chegou. Precisamos de atenção total e especial nos próximos dias para não cometer erros”, afirma o dirigente.

Compromissos
Nesta quinta (14), o Atlético encara o Melgar, às 19h30, no Mineirão, pela última rodada da fase de grupos da Libertadores, podendo perder por um gol de diferença para se garantir nas oitavas sem depender do duelo Colo-Colo x Del Valle.
Pelo Mineiro, o próximo compromisso é domingo (17), às 16h, em Patos de Minas, contra a URT.

Passaporte para a Série A
Outro que vive na corda bamba é o técnico do América, Givanildo Oliveira. Apesar de classificar o Coelho para as semifinais – apagando o fiasco do ano passado, quando o alviverde ficou de fora do G-4 –, o treinador não é unanimidade dentro do clube.

Com três derrotas na primeira fase do Campeonato Mineiro, e com um aproveitamento de 54,5%, o “Rei do Acesso” pode perder o cargo antes mesmo de a bola rolar no Brasileirão. Tudo depende do rendimento do Coelho nos próximos duelos pelo Estadual.

Quarto colocado da primeira fase, com 18 pontos, o alviverde só conquistou a vaga para as semifinais na última rodada. Agora, o desafio será superar o Cruzeiro, líder da fase de grupos, com 11 pontos a mais.

Apesar de o favoritismo ser da Raposa, Givanildo promete dar trabalho ao rival e brigar até o último segundo por uma vaga na decisão. “Quando chega nesta hora de semifinal e final é complicado e nós sabemos disso. Vamos crescer, sim, e vamos complicar os outros”, garante o técnico.

Cortina de fumaça
Já pelos lados da Toca da Raposa, o clima, pelo menos neste momento, é de tranquilidade. Contestado no início da temporada pela falta de experiência e, principalmente, pela inconstância do time em campo, o técnico Deivid ganhou trégua dos críticos e ostenta bons números no comando do time celeste.

Com 88% de aproveitamento na primeira fase do Campeonato Mineiro, a Raposa somou nove pontos a mais que o Atlético, segundo colocado, e tem a melhor defesa, com apenas seis gols sofridos.

Porém, como tudo muda rapidamente no mundo da bola, nada garante que Deivid continue no cargo após o Estadual. Caso não passe pelo América, nas semifinais, ou até mesmo perca a decisão, o técnico, de 36 anos, voltará a ser questionado. Sem títulos no currículo de treinador, ele terá a capacidade profissional novamente colocada em xeque.

Coelho e Raposa iniciam a batalha por uma vaga na decisão do Mineiro no sábado (16). A partida será às 16h, no Independência.

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