Com goleiros em momentos distintos, Cruzeiro e Flamengo iniciam a final da Copa do Brasil

Alexandre Simões
asimoes@hojeemdia.com.br
06/09/2017 às 20:41.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:27

Uma marca dos títulos da Copa do Brasil são os poucos gols sofridos pelos clubes que se deram bem nas 28 finais anteriores da competição. Em 56 partidas decisivas (considerando-se ida e volta), o campeão não teve a sua meta vazada em 27 jogos. Em outros 22, isso aconteceu apenas uma vez. 

Neste ano, sem o gol fora de casa como critério de desempate (regra instituída apenas em 2015), ainda aumenta a chance de uma disputa de pênaltis para se saber quem ficará com a taça.

Os números e o regulamento mostram que o caminho para o título da Copa do Brasil passa por grandes atuações dos goleiros campeões. E, com certeza, não será diferente no confronto entre Cruzeiro e Flamengo, que começam a decidir a taça de 2017 hoje, às 21h45, no Maracanã. 

O problema, neste caso para o Flamengo, é que os dois finalistas vivem momentos opostos no que se refere aos seus goleiros.

No Cruzeiro, Fábio (jogador que mais vestiu a camisa do clube, com 732 jogos), vive um dos seus melhores momentos. E ainda tem no banco de reservas uma sombra chamada Rafael. 

O reserva aproveitou a sequência que teve entre o fim de 2016 e o início desta temporada e, hoje, tem por parte da torcida a mesma confiança depositada no titular.

Críticas

Já no Flamengo, o gol é o grande problema em 2017. Tanto que uma das dúvidas do técnico colombiano Reinaldo Rueda para a partida de hoje é justamente quem será o seu titular na meta.

A briga é restrita a Alex Muralha e Thiago, pois Diego Alves (buscado no Valencia-ESP em julho, justamente para assumir o cargo) não pode disputar o torneio, por ter chegado após o prazo de inscrição.

Destaque do Figueirense em 2015, Muralha foi contratado pelo Flamengo no ano passado e chegou inclusive a ser convocado pelo técnico Tite para a Seleção Brasileira, mas vive uma fase terrível.

Tão ruim que, na semana passada, esteve envolvido numa polêmica com o jornal carioca “Extra”. O diário esportivo fez um editorial, na capa, comunicando que deixaria de publicar o apelido “Muralha” por causa das falhas seguidas.

A outra opção de Rueda é o jovem Thiago, de 21 anos. Formado nas categorias de base do clube, ele foi titular nesta temporada antes da chegada de Diego Alves, pois o então técnico Zé Ricardo também já havia sacado Muralha do time, no início do Campeonato Brasileiro, pelo mesmo motivo.

Thiago, porém, não mostrou segurança, levando a torcida do Flamengo a pressionar o clube para a contratação de um novo titular.

Consulta

Antes de acertar com Diego Alves, uma opção tentada pelo Flamengo no início de junho foi justamente Fábio. O camisa 1 retornava ao grupo do Cruzeiro após lesão, pressionado pelas grandes atuações de Rafael durante sua ausência.

“É uma decisão (escolha entre Muralha e Thiago) que tem a parte sociológica frente à torcida, e psicológico frente ao grupo. Temos que buscar o melhor para a equipe. A situação não é fácil. Vimos no campo, dialogamos, ouvimos o professor Vitor Hugo (treinador de goleiros). Nos certificamos de tudo. Esperamos que a decisão seja boa”, afirmou Rueda, ontem, após o treino do Flamengo.

Do outro lado, Mano Menezes tem a certeza de que, sempre que seu time entrar em campo, estará no gol um grande goleiro, seja ele Fábio ou Rafael.
 

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