Conselheiro nega cunho eleitoral com pedido de investigação nas contas da gestão Gilvan

Guilherme Guimarães
Hoje em Dia - Belo Horizonte
22/11/2017 às 16:30.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:50
 (Guilherme Guimarães/Hoje em Dia)

(Guilherme Guimarães/Hoje em Dia)

O advogado Guilherme Cruz, conselheiro nato do Cruzeiro, movimentou os bastidores do clube nesta quarta-feira (22) ao protocolar no Conselho Deliberativo celeste uma carta, subscrita por outros cruzeirenses, com o pedido de investigações nas contas referentes à gestão do presidente Gilvan de Pinho Tavares. O motivo que leva a tal pedido é o endividamente da agremiação, noticiado nos últimos meses pela imprensa.

O conteúdo da carta, que rodou as redes sociais e grupos de bate-papo no aplicativo Whatsapp, gerou vários questionamentos de torcedores e até de outros conselheiros ligados ao atual presidente. E a pergunta foi uma só: “seis anos da gestão Gilvan de Pinho Tavares e só agora esse pedido de investigação?”.

O advogado Guilherme Cruz negou que a apresentação do documento ao conselho tenha cunho eleitoral.

“Não posso falar que a atual administração não foi vitoriosa. Quero pontuar isso, deixar claro. E a questão não é pessoal, é administrativa. A partir do momento que você tem de 2014 para 2015 dificuldades para montar o elenco, toda e qualquer dificuldade era resolvida internamente. Se você olhar nos históricos recentes, você vê inúmeras reportagens apontando o Cruzeiro como devedor”, comenta o conselheiro, que se alonga na reposta.

“A preocpação de momento é que nunca tivemos uma dificuldade tão grande de se fazer programação de um ano para outro. Mediante essas informações de débitos enormes e que foram majorados pelo balanço de uma forma acentuada e destacada nos últimos anos. Isso preocupa. O Cruzeiro é uma instituição quase centenária. Não podemos ter como tivemos dois anos subsequentes de dificuldades”, pontua.

A dívida do Cruzeiro gira em torno de R$ 50 milhões e esse fato motivou os conselheiros a pedirem que o Conselho Deliberativo crie uma comissão para investigar as transações financeiras da atual gestão. 

"A carta foi divulgada por um grupo de conselheiros, natos e efetivos, que estão preocupados com as finanças e rumos administrativos do Cruzeiro, tanto atuais quanto aos relacioandos à próxima gestão. Tudo que envolve o presente do Cruzeiro, o proximo ano, tudo isso em relação as dívidas relatadas na carta. É uma decisão de um grupo que eu prontifiquei a elaborar. Temos que pontuar e ter responsabilidade com o futuro do clube. Fomos bicampeões brasileiros, campeão da Copa do Brasil, a gestão foi vitoriosa, mas o clube segue sua vida. Temos que apurar se os fatos divulgados na imprensa são verdadeiros. O conselho tem o dever a obrigação de apurar a extensão dessas dívidas e responsabilizar quem for de direito”, diz.

Após a divulgação da carta com o pedido de investigação nas contas da gestão do atual presidente, o ex-vice de futebol de Gilvan de Pinho Tavares, Bruno Vicintin, anunciou uma entrevista coletiva para responder a todos os questionamentos apontados na carta escrita por Guilherme Cruz e apoiada por outros dirigentes. 

“Vejo isso como benéfico (coletiva do Vicintin), pois mostra que ele está interessado em apresentar respostas. Quem ganha com isso é o Cruzeiro. E que o próximo presidente saiba que o Conselho será mais atuante, e deve ser. Não podemos ter apenas pessoas cumprindo papéis ou dizendo que são conselheiros. Eles precisam atuar mais”, concluiu Guilherme Cruz. 

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