Contratação de Bruno põe projeto do Boa Esporte em risco

Henrique André
Hoje em Dia - Belo Horizonte
13/03/2017 às 19:45.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:43


Uma contratação que mudou a visão das pessoas sobre o Boa Esporte Clube, que afastou todos os patrocinadores recentes e que, num futuro próximo, pode obrigá-lo a mudar de cidade novamente. Este é o panorama da briga comprada pela diretoria do time de Varginha ao ratificar a contratação do goleiro Bruno.

No município do Sul de Minas desde 2011, quando deixou Ituiutaba em busca de melhores condições, o Boa Esporte encontrou na “Terra do E.T” todo apoio da prefeitura e um projeto que, após seis temporadas, corre o risco de não seguir em frente.

Revista todos os anos, a renovação do contrato entre prefeitura e clube, incluída no orçamento anual do município, ainda não chegou à Câmara dos Vereadores para ser aprovada (ou não). Com isso, fica no ar a dúvida se a parceria entre as partes continuará, mesmo com tanta pressão externa.
No site da Câmara, inclusive, é possível ver comentários de pessoas pedindo para que haja o rompimento e a não renovação do vínculo com a Coruja.

Em contato com a Secretaria Municipal de Esportes, a reportagem do Hoje em Dia apurou que, na tarde de ontem, o secretário Henrique Lemes se reuniu com toda equipe para tratar do assunto renovação.

O acordo
Envolvendo verba pública, autorizada pela lei 5.669 de 2013, o acordo inicial entre a prefeitura e o Boa estabelecia que a cidade poderia ajudar o clube com até R$ 294 mil por ano. Com a correção anual pela inflação, este valor em 2017 pode chegar a R$ 384 mil. Em contrapartida, o Boa deveria investir nos jovens da cidade e criar projetos que incentivassem a prática do futebol no município. Fato este que, segundo vereadores, nunca existiu.

Além de quase R$ 16 mil mensais com os dois alojamentos oferecidos aos atletas, a prefeitura de Varginha também disponibiliza ao clube o estádio Dilzon Melo (Melão), um centro de treinamento, além de bancar o transporte dos atletas, e as contas de água e luz. Além disso, oferece também toda assistência de saúde necessária, bancando os exames.

A Prefeitura divulgou nota em que reafirma que o acordo com o clube é renovado anualmente de acordo com o interesse das partes e que não há ingerência sobre assuntos administrativos internos como a contratação de jogadores. Alega, no entanto, que a situação está sendo analisada diante dos novos fatos para que se proceda à renovação ou não do compromisso para a atual temporada.

Debandada
Para complicar ainda mais a situação, desde que foi confirmada a contratação do goleiro, a equipe boveta perdeu quatro patrocinadores e o fornecedor de material esportivo. Preocupados com a repercussão negativa do anúncio e as reações nas redes sociais, o Grupo Góis e Silva (patrocinador principal); a Nutrends (fornecedora de suplementos alimentares); Magsul e CardioCenter (duas clínicas médicas parceiras do clube) confirmaram o fim do vínculo com o time, a exemplo da Kanxa, que fornecia o material esportivo – as marcas apareciam no uniforme usado por Bruno tão logo confirmou o acerto para voltar aos gramados.
Com isso, é possível que a verba total do orçamento para a disputa da temporada 2017 sejam os R$ 5 milhões de cota de TV pela transmissão das partidas do clube na Série B do Campeonato Brasileiro.

Em contato com a reportagem, o presidente do Boa Esporte, Roni Moraes, limitou-se a dizer que qualquer satisfação sobre o assunto será dada apenas na tarde de hoje, durante a apresentação do novo goleiro. O site do clube, alvo de hackers no fim de semana, foi tirado do ar.

Em Varginha desde a tarde de ontem, para realizar exames médicos e assinar vínculo com a equipe do Sul de Minas, Bruno falará com a imprensa a partir das 16h. Sem atuar há sete anos, Bruno deverá estrear pelo Boa apenas em maio, quando inicia a Série B.

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