Copa do Brasil: Dia D para o Cruzeiro, que tenta manter viva a meta financeira do ano

Alexandre Simões e Thiago Prata
07/08/2019 às 10:32.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:53
 (Vinícius Silva/Cruzeiro/Divulgação)

(Vinícius Silva/Cruzeiro/Divulgação)

A partida desta quarta-feira (7), às 21h30, no Mineirão, contra o Internacional, pela ida das semifinais da Copa do Brasil, terá “sobrevivência” como palavra-chave. À torcida do Cruzeiro, uma vitória manteria vivo o sonho de celebrar a conquista de um título de expressão pela terceira temporada consecutiva. Aos jogadores e à comissão técnica, uma sobrevida no ano e, quem sabe, o início de uma reviravolta, após tantos fracassos no Campeonato Brasileiro e a eliminação nas oitavas de final da Libertadores. E à diretoria, largar na frente na disputa significaria mais um passo rumo a um objetivo financeiro.

A cúpula celeste projetava angariar algo em torno de R$ 90 milhões em premiações em competições em 2019. Por enquanto, menos de um terço desse valor foi parar nos cofres da Raposa: R$ 25,38 milhões, garantidos em função dos resultados na Copa do Brasil (R$ 12,35 milhões) e da Libertadores (R$ 13,03 milhões).

Os ganhos poderiam ter sido ainda maiores se os celestes tivessem se classificado para as quartas de final da competição sul-americana. Mas mesmo com a eliminação para o River Plate, o Cruzeiro tem chances de encerrar o ano com os tais R$ 90 milhões em sua conta.

Possibilidade

Para abocanhar os cerca de R$ 65 milhões que ainda pleiteia, o time precisa faturar o título da Copa do Brasil, que rende ao campeão mais R$ 52 milhões (o vice leva “apenas” R$ 21 milhões), e, no mínimo, ficar em 14º lugar na Série A do Nacional, o que renderia aos azuis uma premiação de R$ 12,8 milhões.

Atualmente, as coisas não andam bem para o Cruzeiro no Brasileirão. Passado um terço de competição – 13 rodadas –, o time ocupa o 18º lugar, com dez pontos – 0,76 ponto por jornada. Muito disso se deve ao jejum de triunfos. Faz três meses desde a última vitória da equipe no certame: os 2 a 1 em cima do Goiás, em 5 de maio, no Mineirão.

Superar o Internacional nesta noite também pode dar a motivação que os celestes tanto necessitam para subir na tabela de classificação. O próximo compromisso no Brasileiro, inclusive, será contra a única equipe que ainda não venceu nesta Série A, o Avaí, no domingo, na Ressacada.
Diante de tudo que significa, o confronto com o Colorado é uma espécie de “Dia D” para o Cruzeiro: é dia de vencer.

Pressão

A conquista do Campeonato Mineiro, a segunda melhor campanha da fase de grupos da Libertadores e os elogios ao elenco, tido como um dos quatro mais fortes do país no início da temporada, ficaram para trás. A realidade é outra. A péssima campanha no Brasileirão – o time ocupa a 18ª posição e não ganha há dez rodadas –, a eliminação para o River na competição sul-americana em pleno Mineirão e o revés no último clássico para o Atlético aumentaram a pressão em cima de Mano Menezes e seus “comparsas”.

Para Mano, chegar à sua terceira decisão consecutiva de Copa do Brasil, no comando da Raposa, pode representar um “basta” nas cobranças feitas pela China Azul. A situação se tornou tão incômoda e a um ponto quase insustentável – o time computa uma vitória nas 17 últimas partidas do ano – que o treinador chegou a colocar o cargo à disposição após o revés para o Galo. No entanto, a diretoria celeste reiterou sua confiança no técnico, que permanece no clube.

A missão de Mano é propor para a equipe uma estratégia capaz de neutralizar o Internacional e dar fim a um tabu de sete partidas seguidas sem balançar as redes. E aí entra também a questão de “sobrevivência” a alguns jogadores do elenco. Um deles é Fred. O centroavante não marca gol há 15 jogos e chegou a depositar parte dessa culpa ao modo do Cruzeiro jogar. “Não me encaixo nessas características dele”, sintetizou o avante.

Outro que também vai para o duelo pressionado é Thiago Neves, pois é dos pés dele que se espera uma jogada mirabolante e diferenciada. Após alguns jogos abaixo do esperado, o camisa 10 entra em campo com a tarefa de ser o herói da vez. 

Pedro Rocha

Desde os tempos de Grêmio onde ganhou notoriedade e saiu para defender o Spartak Moscou, da Rússia, Pedro Rocha alimenta um jejum nos jogos contra o Internacional, já que nunca balançou as redes da equipe do Beira-Rio.

Agora no Cruzeiro, o atacante terá mais uma chance de quebrar seu tabu particular. Pelo Tricolor Gaúcho, o avante jogou cinco clássicos no Rio Grande do Sul, com duas vitórias, dois empates e uma derrota. Em 2017, o jogador enfrentou o Internacional uma vez; em 2016, duas; e em 2015, outras duas vezes. Na Raposa, o jogador até entrou em campo contra o próprio Internacional na quarta rodada do Campeonato Brasileiro deste ano, mas também não conseguiu balançar as redes do conhecido rival.

Para ele, seria importante marcar para quebrar essa escrita e o tabu do ataque do Cruzeiro na temporada. “Infelizmente a bola não entrou nos últimos jogos. Nosso ataque é muito bom. Indiscutível a qualidade de cada um. A gente vai trabalhar muito para voltar a marcar o mais rápido possível”, disse Pedro Rocha. (Colaborou Guilherme Piu)

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