Apesar de pouco acompanhado pelos brasileiros, o futebol búgaro se tornou opção profissional para vários atletas tupiniquins. O atacante Fernando Viana, revelado nas categorias de base do Atlético e com passagens pelas equipes principais de Joinville, Paraná e Ituano, é um deles.
Contratado no início do ano pelo Botev Plovdiv, bicampeão nacional, Viana já caiu nas graças dos torcedores e, bem adaptado, projeta classificar o time para a Liga Europa.
“Cheguei no meio da temporada europeia, então hoje, o meu objetivo principal é fazer muitos gols para poder ajudar o Botev Plovdiv a classificar na Parva Liga e assim brigar pelo título", comenta o atacante.
"Na Copa da Bulgária, estamos nas quartas de finais, então queremos brigar por esse título também, pois sabemos que o campeão classifica para a Liga Europa. É uma excelente oportunidade para mostrar meu trabalho e desenvolver minha carreira”, conclui.
Com 25 anos, o atacante experimenta a inédita experiência fora do país. Acompanhado da esposa Carolina neste novo desafio, Fernando balançou as redes logo na estreia e ganhou confiança dentro de campo. Até o momento, ele fez cinco partidas e balançou as redes três vezes.
"Desde que a proposta surgiu, comecei a pesquisar sobre o país e sobre o Botev Plovdiv. Tenho um amigo que jogou aqui e isso facilitou muito. Mas eu já acompanhava o futebol europeu de uma forma geral, então já sabia mais ou menos o estilo de jogo”, comenta Viana.
Baixas temperaturas
Apesar do bom rendimento dentro das quatro linhas, para o brasileiro não foi fácil se adaptar à nova vida. Nas primeiras semanas na Bulgária, Fernando teve que encarar um adversário quase implacável: o frio.
“Em relação ao clima, estranhei bastante, pois quando cheguei ainda estava nevando e com temperaturas bem baixas. Às vezes sentia meu rosto queimando e tinha pequenos sangramentos no nariz. Em algumas semanas o corpo acostuma, mas ainda jogo de luvas e blusa térmica (risos)", conta o atacante nascido em Brasília-DF. Arquivo Pessoal
Confira abaixo outros temas abordados por Fernando Viana sobre a experiência na Bulgária:
Cultura e culinária
“A cultura búlgara não é radicalmente diferente da nossa. Claro, que tem alguns costumes diferentes, mas tudo bem tranquilo para adaptação. Já a comida, não me arrisco muito nos pratos típicos, pois são bem diferentes.
Eles costumam comer muita salada, em todas as refeições, e isso é muito legal e já trouxe para minha rotina. Mas, no dia-a-dia, costumo comer mais comida brasileira, que minha esposa faz em casa (risos).
Agora, o idioma é muito difícil. Sei palavras soltas, mas como é outro alfabeto fica complicado. Então, me arrisco mais no inglês, porque a maioria das pessoas falam, pelo menos, um pouco”.
Diferença técnica entre o futebol bulgáro e o brasileiro
"Dentro de campo, segundo Viana, não existem muitas diferenças entre o futebol brasileiro e o búlgaro em termos de competitividade. Mas o fator tático é muito mais exigido na Europa. A competitividade é semelhante ao Brasil, mas as diferenças são muitas.
O futebol aqui é mais dinâmico e exige muito a obediência tática. Mas, graças a Deus, me surpreendi com a minha adaptação e com menos de dois meses, já me sinto totalmente adaptado. Creio que as minhas características facilitaram esse processo”.Divulgação