Voltar a disputar uma final de Campeonato Mineiro, alívio e fim de um tabu, já que nos dois últimos anos o Cruzeiro ficou fora da grande decisão do Estadual. Ao vencer o América por 2 a 0 na noite deste domingo, a Raposa ganhou a chance de, novamente, disputar a taça de campeão local. marcados pelo uruguaio Arrascaeta, que em partidas clássicas tem se especializado em balançar as redes.
O placar agregado da semifinal entre Raposa e Coelho terminou em 3 a 1. Na primeira partida a equipe de Mano Menezes empatou com o Alviverde em 1 a 1, no estádio Independência.
Agora, o adversário celeste será o Atlético, que eliminou a URT na outra semifinal. Como terminou em segundo lugar na fase de classificação, Cruzeiro entra em desvantagem na final, já que o arquirrival, o líder na primeira etapa, terá o benefício de jogar por dois empates.
O Jogo
Depois de se classificar na Copa do Brasil no meio de semana, o Cruzeiro voltou ao Mineirão para definir sua vida no Campeonato Mineiro. Com a vantagem do empate, a Raposa sabia que, se não tomasse gol do América, voltaria à final do Estadual após dois anos de ausências.
Mesmo sabendo disso, a Raposa quase “matou do coração” os seus torcedores. Aos 18 minutos de partida, após chute de Gustavo Blanco, a bola sobra para Renan Oliveira. O meia americano, livre, chutou no canto direito do goleiro Rafael, mas caprichosamente a bola bateu na trave e “caminhou em cima da linha” da meta celeste. Por pura sorte o Cruzeiro escapava de sofrer o primeiro gol, e para muito azar do América a bola não entrou.
Como o futebol faz os clichês ganharem muita força, o Cruzeiro fez valer mais um ditado do mundo da bola: “quem não faz, leva”. Depois que o Coelho perdeu a melhor chance de abrir o placar, Arrascaeta, chamado de “carrasco” pelos gols que faz em clássicos, mostrou por que tem essa fama.
Três minutos depois do susto na defesa celeste, o uruguaio fez a alegria da galera. Rafael Sóbis tabelou com Diogo Barbosa, e o lateral cruzou rasteiro, de primeira. No meio da área o camisa 10 também pegou de “prima” e balançou as redes de João Ricardo: 1 a 0 para a Raposa.
O gol cruzeirense foi extremamente lamentado pelos americanos. Principalmente por Renan Oliveira, que poderia ter mudado a história do primeiro tempo, não fosse o “capricho” dos deuses do futebol.
“A bola cisma em não entrar, bate na trave e anda na linha. Eles tiveram uma chance e fizeram o gol. Agora é voltar para o segundo tempo e jogar bem”, disse o meia americano.
Enquanto o discurso de lamentação tomava conta no lado verde, os cruzeirenses eram só felicidade por terem aumentado a vantagem. A alegria era tanta, que o autor do gol da Raposa comemorou de forma inusitada.
“A comemoração (imitação de um jacaré) é para um amigo meu, que é cantor uruguaio e tem uma canção assim. Temos que melhorar muito para o segundo tempo, ficar mais com a bola", disse o meia, que em nove jogos contra o América desde 2015 já marcou quatro gols.
Naquele momento, o América só tiraria o Cruzeiro da final do Campeonato Mineiro se fizesse dois gols e não levasse nenhum. E, como não estava correndo tantos riscos, a equipe azul soube controlar bem o jogo. Mesmo com o técnico americano Enderson Moreira mudando o Coelho e deixando sua equipe mais avançada.
Tendo total controle do jogo o Cruzeiro ainda fez mais um gol. Nos acréscimos do segundo tempo, Arrascaeta marcou mais uma vez e deu números finais ao marcador: 2 a 0.
Cruzeiro e Atlético jogam a primeira decisão do Campeonato Mineiro no próximo domingo (30), no Mineirão, em horário a ser definido. O jogo de volta acontecerá no dia 7 de maio, no Independência.
CRUZEIRO 2 X 0 AMÉRICA
Motivo: Jogo de volta da semifinal do Campeonato Mineiro
Local: Estádio Mineirão, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Emerson de Almeida Ferreira, auxiliado por Guilherme Dias Camilo e Magno Arantes Lira
Cartão Amarelo: Hudson (CRU); Gustavo Blanco, Rafael Lima (AME)
Cartão Vermelho: Não houve
Gols: Arrascaeta, aos 21 minutos do primeiro tempo, e aos 46 minutos do segundo tempo.
Público: 18.067
Renda: R$ 399.218,00
CRUZEIRO
Rafael; Mayke, Léo, Kunty Caicedo e Diogo Barbosa; Henrique e Hudson; Rafinha (Alisson), Arrascaeta e Thiago Neves (Ábila); Rafael Sóbis (Lucas Silva). Técnico: Mano Menezes.
AMÉRICA
João Ricardo; Auro, Messias, Rafael Lima e Pará (Marion); Gustavo Blanco (Mike), Juninho, Renan Oliveira e Gérson Magrão; Ruy (Rubens) e Hugo Almeida. Técnico: Enderson Moreira.