Cruzeiro tem, em média, 150 mil pagantes a mais por ano que o Atlético desde 2013

Alexandre Simões
asimoes@hojeemdia.com.br
14/12/2017 às 19:55.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:15
 (Bruno Cantini/Atlético)

(Bruno Cantini/Atlético)

O Hoje em Dia encerra nesta sexta-feira (15) sua série sobre público e renda de Atlético e Cruzeiro nas últimas cinco temporadas, pois a comparação é fundamental para ver quem se deu melhor, já que cada clube optou por mandar seus jogos numa das novas arenas de Belo Horizonte.
Dois pontos são fundamentais para se destacar. O primeiro deles é o fato de os jogos das competições da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) não terem os seus borderôs divulgados, o que impede o conhecimento da arrecadação líquida dos clubes.

Há ainda a dívida do Cruzeiro com o Mineirão, pois desde a final da Libertadores de 2013, quando o Atlético jogou no Gigante da Pampulha usando uma data do Governo de Minas, o clube da Toca parou de pagar as despesas dos seus jogos.

Esta dívida é cobrada desde março do ano passado. Hoje, ela está em cerca de R$ 18 milhões, pois desde o ano passado o clube paga, em juízo, 25% da receita bruta de seus jogos no estádio.

Mesmo que se desconte esses valores, a arrecadação cruzeirense foi bem superior. Sem considerá-los, o Cruzeiro faturou R$ 81,3 milhões nos últimos cinco anos no Gigante da Pampulha. Com a Libertadores, isso ultrapassa os R$ 90 milhões. Descontada a dívida, se chega a algo em torno de R$ 72 milhões.

No mesmo período, no Independência, o Atlético teve uma renda líquida de R$ 24,4 milhões. Se for considerada a Libertadores, este valor deve chegar próximo a R$ 40 milhões.

Isso é fruto da grande diferença de público nas duas arenas. O Cruzeiro teve 1,5 milhão de torcedores a mais que o Atlético comparando os jogos dos dois clubes nas arenas, sendo que a Raposa disputou 22 partidas a mais que o Galo no estádio em que manda os seus jogos.
Mais um fator que comprova isso é a proximidade do valor do preço médio do ingresso cobrado pelos dois clubes.

Nos últimos cinco anos, somente no Independência, o atleticano pagou, em média, R$ 40,38.

O valor médio pago pelo cruzeirense, nas partidas do seu clube no Mineirão, entre 2013 e 2017, foi de R$ 42,62.

Fator Pampulha
O interessante é que os números dos dois clubes se aproximam quando o fator Mineirão passa a fazer parte das contas do Atlético.

O Galo tem números impressionantes no Gigante da Pampulha, pois nas 23 partidas que disputou lá tem média de 38.590 pagantes.
O interessante é que este número é muito próximo da capacidade da Arena MRV, que o clube pretende inaugurar no final de 2020 ou início de 2021.

A média de renda bruta do Atlético no Mineirão é quase quatro vezes maior que a alcançada no Independência.

Isso graças, principalmente, à arrecadação da final da Libertadores de 2013, que foi de R$ 14.176.146,00.

Há pontos positivos e negativos nos contratos de exclusividade dos dois clubes com as respectivas arenas.

O Atlético, que é parceiro comercial da Lu Arenas na administração do Independência, registra em seu último balanço patrimonial que a operação do Independência não deu lucro em 2015 e 2016. E isso acontece desde 2013.

Já o Cruzeiro tentou na justiça, no ano passado, mas sem sucesso, romper o contrato de exclusividade com o Mineirão, pois a crise financeira chegou forte à Toca da Raposa.

A batalha segue na temporada 2018, mas com um diferencial que já faz a Raposa arrancar na frente, pois a Libertadores é a competição preferida pelos torcedores mineiros e a que representa o maior lucro para os clubes.

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