Cruzeiro vence time sub-23 da Chapecoense e garante vaga nas quartas da Primeira Liga

Guilherme Guimarães
gguimaraes@hojeemdia.com.br
09/02/2017 às 23:58.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:48

O mundo sentiu todo o pesar no ano passado, quando o avião da Chapecoense se envolveu em um dos mais trágicos acidentes aéreos com delegações esportivas em toda a história. De lá para cá o time catarinense recebe homenagens por onde passa e em Minas Gerais não foi diferente. 

Na noite desta quinta-feira, o time sub-23 da Chape não foi páreo para a equipe alternativa da Raposa, que venceu por 2 a 0, gols de Ramón Ábila. Mas o que valeu mesmo foram o acolhimento e receptividade mineira na primeira apresentação da Chapecoense em uma competição oficial fora de Santa Catarina desde aquele fatídico 29 de novembro de 2016, data do acidente que vitimou 71 pessoas da delegação catarinense que viajava à Colômbia para o jogo de ida da final da Copa Sul-Americana. 

Antes de a bola rolar para a partida entre Cruzeiro e Chapecoense, válida pela segunda rodada do Grupo C da Primeira Liga, a emoção deu o tom da noite. Mesmo com o Mineirão vazio, a Raposa e os poucos torcedores que ocupavam as arquibancadas prestaram uma gigante homenagem à equipe catarinense. Uma faixa com os dizeres “Equipe imortal. Campeões para sempre. #todossomoschape” entrou em campo durante a execução do Hino Nacional, e um vídeo com momentos marcantes da equipe de Chapecó arrancou aplausos e gritos de “vamos, vamos Chape” dos presentes. 

O próximo compromisso do Cruzeiro será no Campeonato Mineiro, neste sábado, às 16h30, contra o Tupi, no estádio Radialista Mário Helênio, em Juiz de Fora. Somente no dia 22 a equipe volta a campo pela Primeira Liga, contra o Joinville, em Santa Catarina. 

Com a vitória sobre a Chapecoense, o Cruzeiro chegou aos seis pontos no Grupo C da Copa da Primeira Liga e garantiu vaga nas quartas de final da competição. 

O jogo

Em campo faltou futebol, já que o Cruzeiro apresentou-se com uma equipe considerada reserva, até sem o técnico Mano Menezes, suspenso, e a Chapecoense trouxe a Belo Horizonte sua equipe sub-23. Tudo isso devido ao acúmulo de jogos em um curto período de tempo, tanto dos mineiros e principalmente da Chape, que jogou contra o Avaí na última quarta-feira, um dia antes ao confronto com os celestes, pelo Campeonato Catarinense. 

A partida valia mais do que, apenas, para computar pontos na tabela ou definir o vencedor. Serviu como prova de superação, garra e brio dos jovens atletas do time de Chapecó, heróis que vestiram o manto alviverde para honrar o nome da Chapecoense.    
Como era preciso fazer a bola rolar, demorou um pouco para que o jogo esquentasse. O Cruzeiro se mostrou desequilibrado no início, sem variar suas jogadas ofensivas e explorando apenas o lado esquerdo do ataque, com Bryan e Rafinha, os dois mais lúcidos da primeira etapa.

E justamente desse lado do campo com a dupla que se destacou saiu a jogada do primeiro gol celeste. Aos 36 minutos, Rafinha troca passes com Bryan, chega à linha de fundo e invade a área. Wesley Natã tentou auxiliar a marcação, mas cometeu pênalti ao puxar o meia-atacante celeste. Wanchope Ábila bateu forte a meia altura no canto direito do goleiro Tiepo: 1 a 0, placar do primeiro tempo.

Na saída para o intervalo, Rafinha, que busca recuperar à titularidade, comemorou sua apresentação individual na etapa número um. “Tem que aproveitar as oportunidades. Independentemente do time que joga, temos que buscar o resultado. Feliz pelo bom primeiro tempo, mas vamos continuar firmes. Temos que agarrar as oportunidades”, ressaltou.

Segundo tempo

Praticamente um sócio-torcedor com o melhor lugar no estádio, o goleiro Rafael era mero espectador do jogo. O time da Chapecoense quase não chegava à meta cruzeirense. E quando fez pela primeira vez, aos 13 minutos da etapa complementar, já havia levado o segundo gol. E, diga-se de passagem, um golaço marcado novamente por ele: Ábila.

Aos 7 minutos, Élber toca em profundidade, Ábila domina de frente para o gol de Tiepo e, percebendo o arqueiro da Chape adiantado, toca por cobertura e balança as redes. Uma obra de arte daquele jogador que perde várias chances, mas que sabe o caminho do gol.

A partida ficou marcada pela reestreia do volante Lucas Silva pelo Cruzeiro. O jogador entrou no segundo tempo, mostrou boa performance nos 24 minutos em que esteve em campo, e quase marcou um gol. Assim que pisou no gramado o torcedor cruzeirense exaltou e muito o prata da casa, que volta a vestir a camisa do clube após 675 dias desde a última vez que havia vestido o uniforme estrelado: na 11ª rodada do Campeonato Mineiro de 2015, na derrota celeste por 2 a 1 para o Tombense, no Mineirão. 

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