(Cruzeiro/Arquivo)
A final do Campeonato Mineiro de 1977 ficará para sempre registrada na memória dos cruzeirenses. Abalados pela perda da Libertadores nos pênaltis onze dias antes, para o Boca Juniors, da Argentina, o time estrelado entrou em campo com a pretensão de amenizar a perda do bi continental.
Do outro lado, o Atlético, em um momento melhor, carregava todo favoritismo, que foi confirmado logo na primeira partida, com a vitória por 1 a 0, gol de Danival.
Porém, se dentro de campo o Galo dava um passo enorme para conquistar o título, fora dele, alguns jogadores, com declarações infelizes, começaram a perdê-lo.
E a entrevista mais marcante foi a do volante Toninho Cerezo. O jogador chegou a levar a taça para o vestiário e disse, após o primeiro jogo, que, enquanto ele, Reinaldo, Paulo Isidoro, Marcelo Oliveira e outros craques da mesma geração jogassem, o Cruzeiro não ganharia.
A Raposa vivia um momento de crise, mas o time, que ainda contava com craques como Raul, Nelinho, Zé Carlos, Eduardo e Joãozinho, se uniu. “Sempre que você vê uma declaração mais aguda mexe com o jogador. No futebol ninguém é imbatível. O Cruzeiro tinha muitas desfalques naquela oportunidade, mas fomos para cima e surpreendemos eles. Talvez por esses desfalques, eles acharam que ganhariam fácil”, relembra Raul.
O destaque, no entanto, foi o centroavante Revetria. O uruguaio fez os três gols cruzeirenses no segundo jogo, na vitória por 3 a 2, de virada.
Na terceira e decisiva partida, Revetria marcou mais um, empatando o jogo no tempo normal.
Na prorrogação, Lívio e Joãozinho garantiram mais uma virada estrelada, que ganhou por 3 a 1 e levantou a taça. “O Revetria estava inspirado e isso ajudou muito na conquista. Essa, alias, foi meu último título pelo Cruzeiro”, finaliza Raul.