Cruzeiro empata com o San Lorenzo e dá adeus ao sonho do tri da Libertadores

Wallace Graciano - Hoje em Dia
15/05/2014 às 00:01.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:35
 (André Brant)

(André Brant)

O sonho do tri da Libertadores foi adiado. Apesar da pressão constante, o Cruzeiro cedeu à frieza do San Lorenzo, que conseguiu arrancar um preciso empate por 1 a 1, na noite desta quarta-feira (14), no Mineirão. Piatti, aos 9 minutos da etapa inicial, iniciou o pesadelo da torcida celeste. Bruno Rodrigo, já no período final, igualou o marcador, mas foi pouco para avançar às semifinais do torneio continental, já que o duelo de ida terminou com vitória portenha, pelo placar mínimo.   O San Lorenzo, único entre os “grandes” da Argentina que ainda não faturou o principal título do continente, enfrentará nas semifinais quem passar do duelo entre os compatriotas do Lanús e o Bolívar. As equipes decidem a vaga nesta quinta-feira, em jogo que será disputado às 19h30 (horário de Brasília), no estádio Hernando Siles, em La Paz.   De quebra, o “time do Papa” avança como um “carrasco” dos brasileiros, já que eliminou o Botafogo, na fase de grupos, e o Grêmio, nas oitavas de final do torneio continental, além do Cruzeiro, nas quartas.   Frieza argentina   Quando a bola rolou, o Cruzeiro partiu para cima sem muito pensar. Queria “ganhar” a torcida logo cedo. Era uma alternativa a mais para “abafar” os argentinos em seu campo. Porém, desde os primeiros movimentos, dava para perceber que o time de Marcelo Oliveira estava excessivamente afoito, ao invés de empolgado, como pedia a partida. Tinha a posse de bola, mas não sabia o que fazer com ela, o que lhe foi prejudicial.   O San Lorenzo, por sua vez, se mantinha “frio”, bem ao estilo das equipes de terras portenhas. O time argentino sabia que a pressão adversária era inerente ao processo e se adaptou a ela. Quando atacado, conseguia compactar suas linhas e, consequentemente, evitar os sustos. Nas ofensivas, tinha tranquilidade para criar.   Com domínio das ações, eles não demoraram muito para dar um “banho de água fria” na torcida celeste. Aos 9 minutos, a mal posicionada defesa estrelada deu espaço para Matos dominar a bola na entrada da área. Com um toque curto, o atacante achou Piatti, que driblou Ceará e chutou com força, de canhota, para abrir o marcador. 1 a 0.   O placar desfavorável obrigava a Raposa a marcar três gols para seguir vivo na Libertadores. Sem mais o que fazer, foi à frente em busca do prejuízo. Porém, o Cruzeiro não apresentava alternativas para superar a boa postura adversária. Durante os 36 minutos que sucederam ao tento portenho, o time estrelado se viu preso à armadilha montada por Bauza, que congestionou o meio-campo, anulando a principal fonte de criação dos comandados de Marcelo.   Na única vez que conseguiu penetrar por ali com grande perigo, a bola teimou em não entrar. Após cobrança rápida de falta, a “gorduchinha” foi lançada em direção a Marcelo Moreno. Sozinho, o centroavante tocou de canela rumo ao gol argentino na saída de Torrico, que ficou “vendido” no lance. A pelota bateu na trave esquerda, correu por toda linha rumo ao lado direito do poste e não entrou, sabe-se lá como.   Confira a galeria de imagens do jogo   Pressão em vão   Como o prejuízo era grande, Marcelo Oliveira voltou do intervalo sobrecarregando o setor ofensivo, no famoso “tudo ou nada”. Nilton, que nem de longe lembrou seu futebol de outrora, deu lugar a Dagoberto. A expectativa era que o rápido atacante conseguisse dar outro rumo às ofensivas celestes. A história mudou.   Mantendo-se na base do “abafa”, o Cruzeiro partiu de forma incessante ao gol defendido por Torrico. Se na etapa inicial a Raposa ficou presa à limitação das jogadas pela zona central, no período final apresentou alternativas pelos flancos e com os chutes de longa distância.   Assim, passou a levar mais perigo ao gol portenho. Moreno teve três oportunidades claras nos primeiros 20 minutos. Entretanto, o artilheiro celeste esbarrou no goleiro argentino, que passou a ser o principal nome do San Lorenzo em campo.   Para vencê-lo, o Cruzeiro precisou contar com sua já consagrada jogada aérea. Aos 25 minutos, Dagoberto caiu pela esquerda e cruzou para o miolo da área. Lá achou Bruno Rodrigo, que subiu mais que a defesa argentina para igualar o marcador. 1 a 1.   Apesar de ter apresentado um melhor futebol na segunda etapa e da expulsão de Romagnoli, aos 30, o Cruzeiro não conseguiu furar a barreira argentina. Bem postado, o San Lorenzo mostrou que na Libertadores a técnica não é o único fator determinante. É preciso equilíbrio tático e, principalmente, gana de vencer. E isso os argentinos têm de sobra.   Pela primeira vez desde 2004, o Brasil não terá um finalista da Libertadores. Essa é a primeira vez também que o país não terá um semifinalista desde 1991.    FICHA TÉCNICA CRUZEIRO 1 X 1 SAN LORENZO   CRUZEIRO: Fábio, Ceará, Bruno Rodrigo, Dedé, Samudio (Egídio); Henrique, Nilton (Dagoberto), Everton Ribeiro,  Júlio Baptista (Ricardo Goulart); Willian e Marcelo Moreno. Técnico: Marcelo Oliveira   SAN LORENZO: Torrico, Buffarini, Valdés, Gentilette, Más; Mercier, Ortigoza, Piatti (Kannemann),Villalba; Correa (Leandro Romagnoli) e Matos. Técnico: Edgardo Bauza   Gols:Piatti (aos 9' do 1º tempo); Bruno Rodrigo (aos 25') Data: 14 de maio de 2014 Motivo: Jogo de volta das quartas de final da Copa Libertadores Estádio: Mineirão Cidade: Belo Horizonte Árbitro: Martin Vazquez (URU) Auxiliares: Rodney Aquino (URU) e Carlos Cáceres (URU) Público: 41.986 pagantes Renda: R$ 6.678.135 Cartões amarelos: Dedé (Cruzeiro); Mercier, Torrico e Matos (San Lorenzo) Cartão vermelho:  Romagnoli (San Lorenzo)

Compartilhar
Ediminas S/A Jornal Hoje em Dia.© Copyright 2024Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por