Cruzeiro tenta administrar vitória contra o São Paulo, mas sofre o empate nos acréscimos

Frank Martins - Hoje em Dia
27/04/2014 às 18:14.
Atualizado em 18/11/2021 às 02:19
 (CÉLIO MESSIAS/ESTADÃO CONTEÚDO)

(CÉLIO MESSIAS/ESTADÃO CONTEÚDO)

Numa partida em que as chances de marcar foram raras e as jogadas das duas equipes pareciam mais mexidas de um jogo de xadrez, Cruzeiro e São Paulo ficaram no empate por 1 a 1 e cada time volta de Uberlândia com um ponto a mais na tabela.

O gol celeste foi marcado após uma bela cobrança de falta do atacante Júlio Batista, aos 5 minutos do segundo tempo, que colocou a bola no canto direito do goleiro Rogério Ceni, que apenas observou a pelota morrer no fundo do barbante.

Já o empate tricolor aconteceu nos acréscimos, aos 46 minutos do segundo tempo. Após uma falta duvidosa, Osvaldo levantou a bola para a área, e o zagueiro Antônio Carlos subiu mais alto que Bruno Rodrigo, cabeceando no canto direito de Fábio.

Além de deixar a vitória escapar no finalzinho da partida, o Cruzeiro também perdeu a chance de derrubar um incômodo tabu que dura 10 anos: o de não derrotar o tricolor como mandante em partidas pelo Campeonato Brasileiro como mandante. O último triunfo celeste foi em 23 de maio de 2004, no Mineirão: 2 a 1, com gols de Jardel e Dudu; Gabriel foi quem descontou para a equipe do Morumbi.

Agora o Cruzeiro concentra todas as atenções e energias para a Libertadores. Na quarta-feira, o time decide a vida na competição continental contra o Cerro Porteño, no Paraguai. Já o São Paulo vai receber o time do Coritiba, no próximo sábado, às 18h30, no estádio do Pacaembu, pelo Brasileirão.

Primeira etapa

Após estrearem com vitória, Cruzeiro e São Paulo se enfrentaram na tarde deste domingo em Uberlândia, pela segunda rodada do Brasileirão. Com uma marcação bastante eficiente, o Cruzeiro dominou o começo da partida e forçou a saída de bola do São Paulo nos 15 primeiros minutos de jogo. Éverton Ribeiro teve muita liberdade pelo intermediaria e Willian concentrava suas jogadas pela esquerda. Rogério Ceni e a defesa tricolor apresentavam bastante dificuldade em repor a bola, restando apenas o chutam como recurso.

Sem a bola, Cruzeiro volta todos os jogadores para o campo de defesa, enquanto o São Paulo sofria para encontrar espaços e apostava no contra-ataque, mesmo com Ganso muito apagado no jogo. A primeira oportunidade de gol ocorreu só aos 22 minutos do primeiro tempo, quando Éverton Ribeiro levantou a bola para a área. A defesa do São Paulo ficou só olhando e Ricardo Goulart apareceu livre, mas errou a cabeçada.

Aos 27’, Luis Fabiano recebeu de frente para Fábio e marcou um belo gol de cobertura, mas a arbitragem anulou o lance corretamente devido à posição irregular do atacante. A jogada parece que aninou o tricolor que passou a usar da mesma estratégia da Raposa e passou a marcar o time celeste na saída de bola. Sem muita criatividade, o São Paulo teve mais uma chande de gol após o cruzamento de Luis Ricardo pela direita. Pato subiu mais que a defesa celeste, mas não acertou em cheio a cabeçada.

As duas equipes mostravam que presavam mais pela marcação que pela criação. O Cruzeiro passou a errar muitos passes no meio e na intermediaria, fato que causou certa reclamação do técnico Marcelo Oliveira à beira de campo.

Depois de uma boa tabela entre Pato e Luis Fabiano, a bola tocou no braço de Henrique e Dedé e a falta perigosa foi marcada à frente da grande área do Cruzeiro. Para alívio da torcida azul, Rogério Ceni bateu por cima da barreira e a bola passou perto do ângulo esquerdo de Fábio. Mais uma chance perdida pela equipe paulista.

Com as duas equipes apresentando cansaço devido ao forte calor no Triângulo Mineiro, a partida caiu de ritmo drasticamente nos 5 minutos finais da etapa inicial, que teve como lance de destaque um cruzamento de Éverton Ribeiro pela direita, que saiu à direita de Rogério Ceni.

Etapa complementar

Sem modificações, as duas equipes retornaram com as mesmas formações para o segundo tempo. O São Paulo começou querendo logo decidir a parada e Pato chegou chutando cruzado, mas Samudio conseguiu se antecipar e impediu a chegada de Luis Fabiano na área.

Com as duas equipes interessadas em abrir o placar, o Cruzeiro foi mais ao ataque. Samudio cruzou para a área, mas Júlio Baptista não conseguiu dominar e entregou a bola facilmente para os defensores.

Logo em seguida Dedé fez belo lançamento para Willian. Atacante dominou, cortou da esquerda para o meio e acaba derrubado por Rodrigo Caio. Falta muito perigosa para o Cruzeiro na entrada da área e que foi cobrada com maestria por Júlio Baptista. O atacante mostrou a Rogério Ceni como cobra uma falta e fez a bola morrer no canto direito do arqueiro.

O tricolor tentou responder logo em seguida e logo após a saída de bola. Boschilia foi lançado na área, mas, desequilibrado, não consegue chutar e obrigou o goleiro Fábio, com sua vistosa camisa amarela, a fazer uma importante defesa.

O Cruzeiro passou a tocar a bola na moral para ganhar tempo e procurando um espaço na defesa do São Paulo. Já o time de Muricy Ramalho explorava os contra-ataques com a velocidade de Pato e o discreto Luís Fabiano. A Raposa não afrouxava a marcação e o São Paulo se via a investir em levar a bola na área azul.

Mesmo errando muitos passes, o São Paulo foi para cima do Cruzeiro em busca do empate. Sempre investindo pela esquerda, o time do Morumbi chegou com Alvaro Pereira, que roubou a bola de Ceará e cruzou para a área. Em seguida Osvaldo cruzou novamente pelo mesmo lado e a bola sobrou para Luis Ricardo, que chutou em cima da marcação.

Vendo o bom momento do time paulista, o técnico Marcelo Oliveira promoveu duas alterações. Entraram Borges e Mayke e saíram Júlio Baptista e Ceará. Com as mudanças, o lado direito da defesa do Cruzeiro foi reforçado e o ataque ganhou o reforço do segundo maior artilheiro do Brasileirão na época dos pontos corridos, além de adiantar Ricardo Goulart.

Logo na sua primeira jogada, Mayke foi derrubado pela direita por Osvaldo. Willian bateu com veneno, Dedé ganhou da marcação pelo alto e a cabeçada levou perigo à direita de Rogério Ceni, que apenas observou a jogada. Para conter ainda mais os avanços são-paulinos, Marcelo Oliveira promoveu a entrada do volante Nilton no lugar do atacante Willian.

Depois dessa modificação, o Cruzeiro se fechou no campo de defesa e permitiu que o São Paulo vir para cima, explorando com velocidade os contra-ataques. Numa dessas jogadas, após bela arrancada de Éverton Ribeiro, que chutou em cima de Rodrigo Caio, a bola sobrou para o jovem Lucas Silva, que encheu o pé e obrigou Rogério Ceni a fazer uma significativa defesa no meio do gol.

O tricolor seguia nas jogadas de bola parada para tentar chegar ao empate. Aos 43 minutos, Pato jogou a bola para a área, mas Dedé tirou e impediu a chegada de Rodrigo Caio. Já aos 46 minutos, após uma falta duvidosa de Bruno Rodrigo sobre Luis Fabiano na intermediaria, Osvaldo jogou a bola para a área, e o zagueiro Antônio Carlos ganhou pelo alto de Bruno Rodrigo, e mandou para o canto direito de Fábio. Um duro golpe na equipe celeste que mais uma vez tentou administrar a partida de forma prematura.

Logo após da partida, os jogadores do Cruzeiro pressionam a arbitragem. Eles reclamavam da inversão da falta em Bruno Rodrigo feita por Luis Fabiano, e que resultou no gol de empate do time tricolor. 

CRUZEIRO
Fábio; Ceará (Ceará), Bruno Rodrigo, Dedé e Samudio; Henrique, Lucas Silva, Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart; Willian (Nilton) e Júlio Baptista (Borges). Técnico: Marcelo Oliveira

SÃO PAULO
Rogério Ceni; Douglas (Luis Ricardo), Rodrigo Caio, Antônio Carlos e Alvaro Pereira; Souza, Maicon (Hudson), Ganso e Gabriel Boschilia (Osvaldo); Alexandre Pato e Luís Fabiano. Técnico: Muricy Ramalho

Local: Parque do Sabiá, em Uberlândia (MG)
Árbitro: Wágner Magalhães (RJ)
Assistentes: Fabrício da Silva (GO) e Cristhian Sorence (GO)
Cartões Amarelos: Alvaro Ribeiro (SP); Samudio (C)
Gols: Júlio Baptista, aos 5min, e Antônio Carlos, aos 47min do 2º tempo 

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